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Título: Peixes da bacia do alto rio Paraná
Autor(es): AGOSTINHO, A.A.; JÚLIO JÚNIOR, H.F.
Palavras-chave [PT]:

Peixes de água doce. Paraná, Rio, Bacia. Comunidades. Brasil.
Palavras-chave [EN]:
Freshwater fishes. Paraná River basin. Communities. Brazil.
Resumo:
Synopsis:

Caracterização da bacia

O Paraná é o principal rio da bacia do Prata (48,7% da área total de drenagem) e o segundo maior em extensão da América do Sul. Desde sua nascente na Serra da Mata da Corda (MG) até a desembocadura no rio da Prata, na altura da foz do rio Uruguai, ele percorre aproximadamente 3 809 km. Seu trecho superior (rio Paranaíba - 1 070 km), alto (da confluência dos rios Paranaíba e Grande até as antigas Sete Quedas - 619 km) e parte do médio (das antigas Sete Quedas até a foz do rio Iguaçu -190 km) encontra-se em território brasileiro, drenando uma área de 891 000 km2, que corresponde a 10,5% da área do país (Paiva, 1982).

O Paranaíba, com margens íngremes e leito estreito e rochoso em grande parte de sua extensão, pode ser caracterizado como rio de planalto, o mesmo podendo ser feito com o rio Grande, com o qual se junta para originar o rio Paraná.

O alto Paraná, com uma declividade media de 0,8 cm/km e uma direção geral norte-sul/sudoeste, corre, a partir de Três Lagoas (MS), em um leito de largura variável que pode chegar a 14 km, sendo acompanhado por uma extensa planície de inundação, especialmente em sua margem direita. O terço inferior deste trecho exibe amplo canal anastomosado (braided), com reduzida declividade, ora com extensa planície aluvial e grande acúmulo de sedimento em seu leito, dando origem a barras longitudinais e transversais, ora com grandes ilhas (ex.: Ilha Grande com extensão de 80 km) e planície de inundação mais restritas. Neste segmento, o rio ostenta uma intrincada anastomose com os canais que correm pela planície. Numerosas lagoas, temporárias ou permanentes, distribuem-se na planície, sendo alimentadas pelo lençol freático ou pelo transbordamento dos cursos de água. No segmento próximo a Guaíra (PR), o rio se estreita até 4,5 km e entra no reservatório de Itaipu. Neste ponto, onde repousam submersos pelo reservatório de Itaipu os saltos de Sete Quedas, inicia-se o médio Paraná. Os primeiros 50 km do médio Paraná, hoje coberto pelo reservatório, apresentavam uma declividade de 117 metros, contrastando com uma queda de apenas 14 metros nos 138 km do resto de seu curso em território brasileiro, a jusante (Maack, 1981).O médio Paraná corria encaixado em uma fenda tectônica estreita e com paredes de mais de 100 m de altura.

Além do rio Grande e Paranaíba, o rio Paraná conta com importantes tributários, conforme a Fig. 16.1.

A bacia do alto Paraná drena uma área com grandes centros urbanos, industriais e agrícolas e se constitui na região mais intensivamente explorada do país. Além disto, mais que 70% da produção hidrelétrica do país e gerada nesta região (Eletrobrás, 1991). Este quadro é responsável pelo empobrecimento de sua fauna constatado nas últimas décadas, particularmente em relação às espécies de peixes de maior porte nos dois terços superiores deste trecho. Entre as grandes bacias da América do Sul é a mais intensivamente represada. Os 45 represamentos maiores que 200 ha apenas neste trecho da bacia (estão previstas mais 24 até o final da década), transformaram os principais afluentes do rio Paraná (Grande, Tietê, Paranapanema e Iguaçu) em uma sucessão de lagos artificiais. O corpo principal do rio Paraná conta atualmente com apenas cerca de 480 km de água corrente em território brasileiro, dos seus 810 originais. O fechamento das comportas da hidrelétrica de Porto Primavera (CESP), previsto para 1998, deverá reduzir esta área livre em mais de 50%. A hidrelétrica de Ilha-Grande, se construída, eliminaria o último segmento livre do rio Paraná, cobrindo a planície de inundação que sustenta os estoques pesqueiros do reservatório de Itaipu e da calha deste rio. O curto trecho abaixo de Itaipu deverá ser represado pelo empreendimento argentino de Corpus. Atualmente, a despeito da interferência que os represamentos têm sobre o regime hidrológico dos trechos ainda livres do rio Paraná, a planície de inundação tem assegurado uma fauna bem diversificada, permitindo classificar o terço inferior do alto Paraná como levemente modificado, tendo como base os critérios propostos por Welcomme (1979).
Descrição:
AGOSTINHO, Angelo Antonio; JÚLIO JÚNIOR, Horácio Ferreira. Peixes da bacia do alto rio Paraná. In: LOWE-McCONNELL, Rose H. Estudos ecológicos de comunidades de peixes tropicais. Tradução Anna Emília A. de M. Vazzoler, Angelo Antonio Agostinho, Patrícia T.M. Cunningham. São Paulo: EDUSP, 1999. cap.16, p.[374]-400. (Coleção Base). Título original em inglês: Ecological studies in tropical fish communities.
Código: 218

Responsavel: admin
Categoria: Aplicação
Formato: Documento PDF
Arquivo: 088-LoveMcConneell-Agostinho&Jul.pdf
Tamanho: 2029 Kb (2077856 bytes)
Criado: 26-04-2008 10:18
Atualizado: 27-06-2008 16:36
Visitas: 5360
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