Resumo: Zonas ripárias estão sujeitas a variações hídricas, alagamento e seca, alterando as características do ambiente, podendo ocasionar estresse em plantas que, em resposta, podem alterar suas características morfológicas e fisiológicas. Com isso, objetivou-se analisar como: (i) as variações hídricas (alagamento e suspensão hídrica) podem afetar características morfológicas e seu crescimento? (ii) elas podem gerar alterações no teor de clorofila e carboidratos solúveis totais? (iii) as características fisiológicas podem promover a recuperação das plantas ao retornar à capacidade de campo?. Plantas de Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert, foram mantidas em capacidade de campo (controle), alagamento e suspensão hídrica, durante 15 dias, seguido de submissão ao tratamento de recuperação por 25 dias, para avaliação morfológica, fisiológica e sobrevivência. Foram analisados as características morfológicas, os parâmetros de crescimento e os teores de clorofila e carboidratos solúveis totais; ao final dos experimentos foi feita a contagem de indivíduos sobreviventes ao final do experimento. O alagamento ocasionou o amarelecimento das folhas e o surgimento de lenticelas hipertrofiadas e a suspensão hídrica provocou murcha foliar seguido de abscisão. O estresse induzido pela supensão hídrica afetou negativamente a biomassa fresca e seca das folhas, do caule e da raiz, o número de folhas e o diâmetro do caule, em relação ao alagamento a altura da parte aérea, biomassa fresca da raiz, e o diâmetro do caule apresentaram diferenças significativas, quando comparado com o controle. No tocante aos teores de clorofila analisados, apenas a relação clorofila a/b apresentou diferenças significativas entre o tratamento de suspensão hídrica e os tratamentos controle e alagamento. As análises nos teores de carboidrato solúvel nas folhas e raízes indicaram que a suspensão hídrica se diferenciou significativamente dos tratamentos controle e alagamento. Após o término do tratamento de recuperação, todas as plantas do pós-alagamento sobreviveram, enquanto as plantas da pós-suspensão hídrica não apresentaram sinais de recuperação. Embora o alagamento tenha afetado negativamente as plantas em suas folhas e parâmetros de crescimento, os resultados indicam que a espécie investigada tem maior tolerância a esse tipo de estresse quando comparada com aquela submetida à suspensão hídrica.
Abstract: Riparian zones are subject to water variations, flooding and drought, altering the characteristics of the environment, which can cause stress in plants that, in response, can alter their morphological and physiological characteristics. With this, we aimed to analyze how: (i) water variations (waterlogging and water suspension) can affect morphological characteristics and their growth? (ii) can they generate changes in chlorophyll and total soluble carbohydrates content? (iii) can physiological characteristics promote plant recovery when returning to field capacity? Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert plants were maintained at field capacity (control), waterlogging and water suspension for 15 days, followed by submission to the recovery treatment for 25 days, for morphological, physiological and survival evaluation. Morphological characteristics, growth parameters and chlorophyll and total soluble carbohydrate contents were analyzed; at the end of the experiments, the number of surviving individuals was counted. Waterlogging caused yellowing of leaves and appearance of hypertrophied lenticels and water suspension caused leaf wilting followed by abscission. The stress induced by water suppression negatively affected the fresh and dry biomass of the leaves, stem and root, the number of leaves and the diameter of the stem, in relation to waterlogging the height of the aerial part, fresh biomass of the root, and the diameter of the stem showed significant differences, when compared to the control. Regarding the chlorophyll contents analyzed, only the chlorophyll a/b ratio showed significant differences between the water suspension treatment and the control and waterlogging treatments. The analyses of soluble carbohydrate contents in leaves and roots indicated that the water suspension differed significantly from the control and waterlogging treatments. After the end of the recovery treatment, all post-waterlogging plants survived, while post-water suspension plants showed no signs of recovery. Although waterlogging negatively affected the plants in their leaves and growth parameters, the results indicate that the investigated species has greater tolerance to this type of stress when compared to that subjected to water suspension. |