Resumo: Os riachos, rios de pequena ordem, são dotados de dinâmicas energéticas exclusivas: formação de microhabitats, formação de ecótonos entre comunidades aquáticas e vegetação ripária, e a decomposição deste material alóctone. A respeito deste input de matéria orgânica, os fungos aquáticos compõem a maior parte da biomassa de decompositores de matéria orgânica e atuam como biomineralizadores dos nutrientes foliares ao disponibilizarem à toda rede trófica. Os fungos aquáticos são um grupo polifilético de fungos adaptados a este ambiente, e apresentam diferentes níveis taxonômicos agrupados. Estes microrganismos são alvo de estudos ecológicos devido a sua importância, sua distribuição espacial ainda carece de esclarecimentos, bem como a influência dos parâmetros limnológicos sobre os bióticos. As comunidades fúngicas, composição e beta diversidade, foram investigadas neste estudo separado em duas abordagens: i) a beta diversidade de fungos aquáticos em riachos sob diferentes usos da terra; ii) o aninhamento de sequências de eDNA fúngico em uma área protegida e outra antropizada. Os dados bióticos foram obtidos de mixes de folhas, e representam a biodiversidade da funga aquática dos riachos da Mata Atlântica, sendo estudos pioneiros para a região subtropical. Ademais, as abordagens dispõem de resultados que podem contribuir como base para futuros estudos dentro da micologia de ambientes aquáticos. A primeira abordagem, taxonômica, demonstrou a diversidade fúngica na presença de heterogeneidade ambiental. A segunda abordagem, através do metabarcoding, demonstra a sensibilidade do uso de banco de dados genômicos em análises ecológicas. Os resultados aqui obtidos indicam a necessidade de planos de manejo e conservação da vegetação ripária, que forma o microecossistema aquático, utilizado por fungos para sua decomposição e demais funções ecossistêmicas.
Abstract: Streams, small rivers, are endowed with exclusive energetic dynamics: decomposition of allochthonous material, and formation of microhabitats and ecotones between aquatic communities and riparian vegetation. Regarding this input of organic matter, aquatic fungi make up most of the biomass of organic matter decomposers, they are biomineralizers of foliar nutrients and through decomposition link the matter to the entire trophic network. Aquatic fungi are a polyphyletic group adapted to this environment, and have different taxonomic levels grouped together. These microorganisms are the target of ecological studies due to their important, still their spatial distribution still lacks elucidation, as well as the influence of limnological on biotic parameters. The fungal communities, composition and beta diversity, were investigated in this study separated into two approaches: i) the beta diversity of aquatic fungi in streams under different land uses; ii) the nesting of fungal eDNA sequences in a protected area and an impacted area. The biotic data were obtained from leaf mixes, and represent the biodiversity of the aquatic FUNGA present in streams of the Atlantic Forest, being pioneering studies for the subtropical region. Furthermore, the results may contribute as a basis for future studies within the mycology of aquatic environments. Approach I, in a taxonomic approach, demonstrated fungal diversity in presence of ambiental heterogeneity. Approach II, through metabarcoding, demonstrates the sensitivity of the use of genomic databases in ecological analyses. The results presented here reinforce the need for management and conservation plans for riparian vegetation, which forms the aquatic microecosystem, used by fungi for their decomposition and other ecosystem functions. |