Resumo: Os objetivos deste trabalho são analisar os impactos causados ao meio urbano, o perfil dos moradores e motivações que levaram à escolha desse estilo de vida e os aspectos sociais que permeiam a proliferação dos Condomínios Horizontais Fechados no perímetro urbano da cidade de Maringá. Em um espaço urbano repleto de diferenças sociais, esses condomínios se apresentam como áreas segregadoras, minando os valores de acessibilidade, liberdade de circulação e igualdade, substituindo-os por um sistema que tem a desigualdade, a diferenciação e o controle de fronteiras como valores principais. Além de se caracterizarem como espaços cercados por altos muros, com cercas de arames farpados e eletrificados, com acessos controlados, esses condomínios possuem, também, particularidades em seus processos de produção, como projetos paisagísticos, tamanhos diferenciados de lotes e exigências quanto à edificação de suas residências. Como justificativa para essa preferência, por morar em condomínios os indivíduos apontam a deteriorização das condições gerais de habitabilidade e a qualidade ambiental da cidade, devido a congestionamentos, poluição de ar e, principalmente, pelo aumento da criminalidade. Quanto ao temor da criminalidade, entendemos que, em boa parte, ela é resultado das campanhas produzidas pelos agentes imobiliários, pois a maioria de seus clientes (75%) morava em edifícios de apartamentos, que também possuem bons sistemas de segurança. Nesse processo de segregação e perda de contato com as realidades da cidade convencional, notamos a participação das elites locais, que têm como objetivo principal o crescimento econômico, mesmo que para isso produza desigualdades sociais. Essa participação fica evidente ao analisarmos a implantação dos CHFs em Maringá, pois estes são, por si só, elementos que acentuam a segmentação do espaço urbano, gerando uma dificuldade na comunicação com a sociedade local, com seu pluralismo social e cultural.
Abstract: The objectives of this project are analyzing the impacts caused to the urban means, the profile of the population and motivations that take them to choose this life style and the social aspects that pass through the multiplication of Horizontal Condominiums in the urban perimeter of Maringá.
In an urban space full of social differences, these condominiums show themselves as segregator areas, affecting values of accessibility, traffic freedom and equality, substituting them for a system which has inequality, differentiation and limit monitoring as main values.
Besides describing themselves as spaces surrounded by tall walls with electrified barbed wire fence, with controlled access, these condominiums also have particularities in their production process, like landscape projects, different sizes of lots and requirements related to house constructions. As an explanation of this preference for living in condominiums, people point to the deterioration of the general conditions of habitability and environmental quality of the city, due to traffic jam, air pollution and mainly to the increase of criminality. The fear of criminality is understood by the arguments given by the real state agents because most of the part of their clients (75%) lived in buildings, which also have good security system. In this segregation process and loss of contact with the realities of the conventional city, we noticed the contribution of local elites, who have as main objective the economic growth, even if that could increase the social inequality. This contribution gets more evident when we analyze the implantation of Horizontal Condominiums in Maringá, because these are properly the elements that accent the segmentation of the urban space, generating a blockade in the communication with the local society, withits social and cultural pluralism. |