Resumo: Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, desenvolvida com o objetivo de compreender os sentimentos, dificuldades e facilidades experienciados pelas mães de crianças internadas em uma unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP), antes e durante o processo de inserção no cuidado ao filho hospitalizado. O referencial teórico utilizado foi a Teoria Transcultural do Cuidado de Madeleine Leininger, e o referencial metodológico foi a Pesquisa Convergente-Assistencial. O estudo foi desenvolvido na UTIP do Hospital Universitário Regional Maringá, que dispõe de seis leitos, no período de janeiro a maio de 2007. As participantes foram seis mães de crianças portadoras de patologias agudas ou crônicas que permaneceram internadas por um período superior a cinco dias e que tinham disponibilidade e desejo de cuidar do filho durante sua permanência na UTIP. A coleta de dados se deu por meio de duas entrevistas formais - uma no início e a outra no término do estudo - e de observação participante durante o processo de inserção da mãe no cuidado. A análise foi realizada seguindo-se quatro processos genéricos: apreensão, síntese, teorização e transferência. Desta análise, resultaram quatro categorias, como fruto da reflexão sobre o processo de inserção das mães no cuidado junto aos filhos internados na UTIP: 1) Vivenciando a internação do filho; 2) Tentando se restabelecer do impacto causado pela hospitalização; 3) Vivências maternas diante do processo de inserção no cuidado ao filho; 4)Avaliando a experiência de ter um filho internado na UTIP e de ser inserida no processo de cuidado junto ao filho hospitalizado Foi possível perceber que no início da hospitalização do filho as mães vivenciavam uma imensidão de sentimentos negativos, os quais foram sendo amenizados à medida que elas se adaptavam ao mundo do hospital e, em especial, quando a criança começou a ter uma evolução positiva. Observou-se igualmente que a vida pessoal, bem como a familiar, sofreu um desequilíbrio com o impacto do adoecimento e da hospitalização da criança, sendo necessário recorrer ao apoio da rede social para manter ou buscar o reequilíbrio emocional da unidade familiar e, conseqüentemente, o da própria mãe, de forma que esta pudesse ajudar no tratamento e recuperação do filho. Quando inserida no cuidado, as mães vivenciaram mais sentimentos positivos do que negativos, e relataram com freqüência alegria e satisfação por estarem cuidando. No término do processo, ao se fazer uma avaliação da experiência de inserção no cuidado, foram ressaltadas as dificuldades relacionadas com o medo experimentado pelas mães durante a realização de técnicas e procedimentos que elas até então desconheciam, e com os aparatos tecnológicos conectados às crianças, os quais dificultavam o cuidado, além dos possíveis danos que a sua falta de habilidade e destreza manual poderia ocasionar ao filho, entre outros fatores intervenientes. Também foram ressaltados os benefícios que a participação no cuidado trouxe para as mães e para as crianças, como estreitamento do vínculo afetivo entre ambos, segurança para a mãe e tranqüilidade para a criança. De grande importância foram a fé em Deus e a família como suportes emocionais durante todo o processo de hospitalização. Os resultados encontrados confirmam que o cuidado materno traz inúmeros benefícios para o binômio, e que os profissionais de saúde, principalmente o enfermeiro, precisam repensar seu comportamento, crenças, valores e atitudes em relação à mãe acompanhante, bem como lhe proporcionar meios para que ela seja desde o início inserida no cuidado ao filho, com vista a estreitar e/ou manter o vínculo entre mãe e filho e preparar a mãe para a realização dos cuidados junto à criança, principalmente após a alta da UTIP.
Abstract: This is a qualitative approach study, developed with the objective of understanding the feelings, difficulties and benefits experienced by the mothers of children hospitalized at a Pediatric Intensive Care Unit (PICU), before and during the process of inclusion in the care for their hospitalized children. The theoretical reference applied was Madeleine Leininger's Transcultural Nursing Theory, and the methodological reference was the Convergent- Assistential Research approach. The study was carried out in the PICU at Maringá Regional University Hospital, which features six beds, in the period from January-May 2007. The sample consisted of six mothers of children hospitalized with acute and chronic pathologies that required hospital stays longer than five days, and who were willing and able to care fortheir children during their stay at the PICU. Data was collected through two formal interviews - one at the beginning of the study and another at its conclusion, - and also through active observation during the process of including the mother in her child's care. Analysis was conducted following four generic processes: gathering, synthesis, theorization and application. From this analysis, four categories emerged as a result of reflecting on the inclusion process of including mothers in the care for their children hospitalized in the PICU: 1) Living with the child's hospitalization; 2) Trying to recover from the impact caused by the hospitalization; 3) Maternal experiences during her process of inclusion in caring for her child, and 4) Evaluating the experience of having had a child hospitalized in the PICU, and being included in the process of caring for her hospitalized child. It was possible to notice that in the initial stages of hospitalization, the mother experienced several negative feelings, which were mitigated as she adapted to the hospital environment, and especially as the child started to recover. It was also noticed that her personal and family life lost balance as a result of the impact from the child's illness and hospitalization, making it necessary to make use of her social network to maintain or seek the family's emotional balance (and consequently the mother's own as well), so that she can aid in the treatment and recovery of her child. When she was included in the caring process, the mother experienced more positive than negative feelings, and frequently mentioned the joy and satisfaction of being able to care. At the end of the process, when an evaluation is conducted of the experience of being included in caring, several observations are highlighted: the difficulties related to the fear experienced at the sight of unknown techniques and procedures, of the devices hooked up to the child - which make care more difficult -, as well as the potential harm she could cause her child due to her lack of skill and dexterity. Also, highlights are given to the benefits that participation in caring brings to mother and child alike, such as: increased bonding, confidence in the mother and serenity in the child. Great importance was given to faith in God and family support during the entire hospitalization process. These results reinforce that maternal care brings countless benefits to her and to her child; that health professionals - particularly nurses - need to rethink their behaviors, beliefs, values and attitudes in regards to the companion mother, as well as provide ways for her immediate inclusion in the care for her child, with the purpose of tightening and/or maintaining the bond between mother and child and preparing the mother to care for the child, especially after discharge from the PICU.
Resumen: Se trata de una investigación con abordaje cualitativo, desarrollada con el objetivo de comprender los sentimientos, dificultades y facilidades experimentadas por las madres de niños internados en la Unidad de Cuidados Intensivos Pediátricos (UCIP), antes y durante su proceso de inserción en el cuidado al hijo hospitalizado. El referencial teórico utilizado fue la Teoría de la Diversidad y la Universalidad de los Cuidados Culturales de Madeleine Leininger y el referencial metodológico fue la Pesquisa Convergente-Asistencial. El estudio fue desarrollado en la UCIP del Hospital Universitario Regional de Maringá, que dispone de seis lechos, en el período de enero a mayo de 2007. Las participantes fueron seis madres de niños portadores de patologías agudas y crónicas que permanecieron internados por un período superior a cinco días y que tenían disponibilidad y deseo de cuidar del hijo durante su permanencia en la UCIP. La colecta de datos fue hecha a través de dos entrevistas formales, una al inicio y otra al término del estudio y de observación participante durante el proceso de inserción de la madre en el cuidado. El análisis fue realizado siguiendo cuatro procesos genéricos: aprehensión, síntesis, acción de teorizar y transferencia. De este análisis surgieroncuatro categorías que fueron frutos de la reflexión sobre el proceso de inserción de las madres en el cuidado junto a los hijos internados en la UCIP: 1) Vivenciando la internación del hijo; 2) Intentando restablecerse del impacto causado por la hospitalización; 3) Vivencias maternas delante del proceso de inserción en el cuidado al hijo y 4) Evaluando la experiencia de tener un hijo internado en la UCIP y de ser inserida en el proceso de inserción en el cuidado al hijo hospitalizado. Fue posible comprender que en el inicio de la hospitalización del hijo, la madre vive una inmensidad de sentimientos negativos, los cuales van siendo amenizados a la medida que ella se adapta al mundo del hospital y en especial cuando el niño empieza a tener uma evolución positiva; que la vida personal y familiar sufre un desequilibrio con el impacto del enfermarse y de la hospitalización del niño, siendo necesario recurrir al apoyo de la red social para mantener o buscar el reequilibrio emocional de la unidad familiar y consecuentemente el de la propia madre, de forma que posibilite que la misma auxilie en el tratamiento y recuperación del hijo. Cuando insertada en el cuidado la madre vive más sentimientos positivos que negativos, y relata con frecuencia la alegría y satisfacción por estar cuidando. En el término del proceso, al hacer una evaluación de la experiencia de inserción en elcuidado, son resaltadas las dificultades relacionadas con el miedo experimentado durante la realización de técnicas y procedimientos hasta entonces desconocidos, de los aparatos tecnológicos conectados al niño, los cuales dificultan el cuidado, además de los posibles daños que su falta de habilidad y destreza manual podrían ocasionar en el hijo, entre otros. También son resaltados los beneficios que la participación en el cuidado traen para sí y para el niño, como estrechamiento del vínculo afectivo entre ambos, seguridad para la madre y tranquilidad para el niño y resalta la importancia de la fe en Dios y de la familia como soporte emocional durante todo el proceso de hospitalización. Los resultados encontrados refuerzan que el cuidado materno trae innúmeros beneficios para el binomio, que los profesionales de salud, principalmente los enfermeros, necesitan repensar su comportamiento, creencias, valores y actitudes frente a la madre acompañante, así como proporcionar medios para que ocurra la inserción de la misma, en el cuidado al hijo precozmente, con el objetivo de estrechar y/o mantener el vínculo entre madre e hijo y preparar la madre para la realización de los cuidados junto al niño, principalmente después de dado de alta de la UCIP. |