Resumo: A Estratégia Saúde da Família (ESF) foi adotada como um modelo de reorientação assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. A ESF é um projeto dinamizador, condicionado pela evolução histórica e de organização do sistema de saúde no Brasil e tem provocado um movimento importante com o intuito de reordenar o modelo de atenção à saúde, visando racionalidade na utilização dos demais níveis assistenciais e resultados positivos nos principais indicadores de saúde. A expansão acentuada das equipes da Estratégia Saúde da Família e a discussão das questões relacionadas ao montante de dados coletados impulsionaram a necessidade da criação de um sistema de informação que contemplasse a complexidade da organização da atenção básica. Para isto, em 1998 foi criado o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). O SIAB foi desenvolvido com o propósito de gerar informações, auxiliar e agilizar o processo de tomada de decisões referentes a indivíduos e famílias, pois disponibiliza um conjunto de informações às equipes de saúde da família, coordenadores e gestores locais de saúde, além de apoiar a eleição de ações prioritárias dirigidas às comunidades específicas e baseadas nas necessidades da população. Esta pesquisa teve como objetivo investigar o uso do SIAB pelos profissionais de Equipes de Saúde da Família, caracterizar os profissionais, identificar dificuldades e facilidades na utilização do sistema, verificar freqüência e finalidade da utilização, e ainda, identificar a capacitação dos trabalhadores o uso do sistema. Foi aplicado um questionário a 75 profissionais de 10 equipes, e cinco delas equipes foram observadas, uma semana cada equipe de abril a junho de 2008. Sessenta e dois trabalhadores (82,7%) eram do sexo feminino, com faixa etária predominante entre 31 a 50 anos (66,7%). O tempo de atuação na ESF foi maior ou igual a dois anos para sessenta e sete dos profissionais (89,3%) e o tempo na EESF foi igual ou superior a dois anos para sessenta e um profissionais (81,3%). Definiram o SIAB, como "banco de dados" 47 dos 75 respondentes. Em relação à capacitação a maior parte dos respondentes assinalou que esta ocorreu no próprio local de trabalho (65%), 15% relataram ter recebido capacitação pela Secretaria de Saúde do Município (SESA) e 20% assinalou que não receberam capacitação. A finalidade para o uso do SIAB para a maioria dos profissionais é para cadastro das famílias e relatórios. Quando indagados se existe dificuldade para operacionalizar o SIAB, 34,6% assinalaram afirmativamente. Para 52% dos trabalhadores existe espaço para discussão, e 49% informaram que participam desta discussão. Ainda, para 57% dos profissionais o SIAB é um sistema capaz de gerar informações para caracterização da população atendida. Constatou-se que as Equipes de Saúde da Família que participaram do estudo não têm utilizado as informações obtidas com o SIAB, para planejamento e avaliação das ações desenvolvidas, perdendo desta forma a oportunidade de utilização das informações para um atendimento voltado para as necessidades locais.
Abstract: Family Health Care Strategy (ESF) has been adopted as a model of care reorientation, operating by the establishment of the multi-professional teams in basic health care units. These teams are in charge of following the precise number of families dwelling in a given geographic area. ESF is a dynamic project that has been conditioned by the historical evolution and the organization of the Brazilian health care system. It has promoted an important movement in an effort to reorder the health care model aiming at reasoning in the use of other care levels with positive results in main health care measures. The remarkable expansion of ESF and the discussion of issues related to the amount of the collected data stimulated the need for designing an information system that embraced the complex organization of basic health care. So, in 1998, the Basic Health Care Information System (SIAB) was founded. SIAB was developed in order to bring in information, help and facilitate the decision-making process related to a single person and families since it makes a set of information available for the family health care teams, coordinators and local health care managers, besides supporting the election of priority actions addressed to some particular communities, and based on the needs of these populations. This research aimed at investigating the use of SIAB by the professional teams of the Family Health Care as well as characterizing these professionals by identifying the difficulties and advantages they find in the use of this system, frequency and purpose of its use, and moreover, examining the staff?s qualifications for its use. A questionnaire was applied to 75 professionals belonging to 10 teams. Besides, 5 o these teams were observed in 5 weeks, one week each. In the obtained results concerning the characterization of these professionals, 82,7% was females at the ages of 31 and 50 (66,7%); 89,3% of these professionals reported that their work length in ESF was longer or the same as 2 years, and 81,3% working in EESF was the same or longer than 2 years. Out of the 75 interviewees, 47 defined SIAB as a 10 "database". Regarding their qualifications, most of them answered that they had been previously qualified in their workplace (65%); 15% reported that they had been qualified by the Municipal Heath Secretary (SESA), and 20% said that they had never been qualified. For most of them, the purpose of the use of SIAB by these professionals is to register families and reports. When they were asked about any possible difficulties in managing SIAB, 34% was assertive and 52% said that there is available time for discussion, and 49% of them takes part in it. Furthermore, 57% of these professionals said that SIAB is a system that is able to bring in information to describe the assisted populations. It showed as evidence that the Family Health Care teams that participated in this research have not used the available information for planning or assessing their health care services, and so, they have missed the opportunity of using the available information for health care local needs.
Resumen: La Estrategia Salud de la Familia (ESF) fue adoptada como un modelo de reorientación asistencial, operacionalizada mediante la implantación de equipos multiprofesionales en unidades básicas de salud. Estos equipos son responsables por el acompañamiento de un número definido de familias, localizadas en un área geográfica delimitada. La ESF es un proyecto dinamizador, condicionado por la evolución histórica y de organización del sistema de salud en Brasil y ha provocado un movimiento importante con el objetivo de reordenar el modelo de atención a la salud pretendiendo racionalidad en la utilización de los demás niveles asistenciales con resultados positivos en los principales indicadores de salud. La expansión acentuada de la ESF y la discusión de las cuestiones relacionadas al montante de datos recogidos impulsaron la necesidad de la creación de un sistema de información que obsequiase la complejidad de la organización de la atención básica. Para esto, en 1998 fue creado el Sistema de Información de la Atención Básica (SIAB). El SIAB fue desarrollado con el propósito de generar informaciones, auxiliar y agilizar el proceso de tomada de decisiones referentes a los individuos y familias, pues dispone un conjunto de informaciones a los equipos de salud de la familia, coordinadores y gestores locales de salud, además de apoyar la elección de acciones prioritarias dirigidas a las comunidades específicas y basadas en lãs necesidades de esta población. Esta investigación tuvo como objetivo averiguar el uso del SIAB por los profesionales de los Equipos de Salud de la Familia, así como realizar caracterización de los profesionales, identificando dificultades y facilidades en la utilización del sistema, frecuencia y finalidad de la utilización, y aun, verificar la capacitación de los trabajadores para su uso. Fue aplicado un cuestionario a 75 profesionales de 10 equipos, además de eso, cinco de estos equipos fueron observados por el período de cinco semanas, una semana cada Equipo. Los resultados encontrados con relación a la caracterización de los profesionales, 82,7% 12 era del sexo femenino, con franja de edad predominante entre 31 a 50 años (66.7%). El tiempo de actuación en la ESF fue mayor o igual a dos años para 89,3% de los profesionales y el tiempo en la EESF fue igual o superior a dos años para 81,3% de los profesionales. Definieron el SIAB, como ?banco de datos? 47 de los 75 respondentes. Con relación a la capacitación, la mayor parte de los respondentes señaló haber recibido capacitación en el propio servicio (65%), 15% relató Haber recibido capacitación por la Secretaria de Salud del Municipio (SESA) y 20% nunca recibieron capacitación. La finalidad para la cual los profesionales utilizan el SIAB es para catastro de las familias e informes, como señalado por la mayor parte de los profesionales. Cuando indagados si existe dificultad para operacionalizar el SIAB, 34,6% señalaron afirmativamente y 52% de los trabajadores afirmaron que existe espacio para discusión, siendo que 49% de los trabajadores participan de esta discusión. Aun, para 57% de los profesionales el SIAB es un sistema capaz de generar informaciones para caracterización de la población atendida. Se constata que los Equipos de Salud de la Familia que participaron del estudio no han utilizado tales informaciones para planeamiento y evaluación de las acciones desarrolladas perdiendo de esta forma la oportunidad de utilización de las informaciones para uma atención vuelta para las necesidades locales. |