Resumo: Os acidentes de trânsito são uma das causas de óbito mais significativas na atual realidade do Brasil, representando um importante problema de saúde pública, não só pelas perdas de vida e pelas sequelas, mas também pelos custos que causam ao governo, refletindo também em custos à sociedade em geral. Diante disso e da grande lacuna de conhecimento divulgado no país sobre o tema, o objetivo deste estudo foi compreender a experiência de pais de crianças que não estavam utilizando o ASI e sofreram acidente de automóvel na cidade de Londrina. Estudo do tipo qualitativo de caráter exploratório. Os participantes compreenderam 17 pais de crianças de zero a oito anos, residentes em Londrina, atendidas pelo Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma de Emergência, em decorrência de acidente de automóvel ocorrido nas vias urbanas da cidade. O período escolhido foi de 2008 a 2011 sendo que em 2011 os dados utilizados foram apenas o do primeiro semestre. O projeto foi submetido à apreciação da Comissão de Bioética e Ética do Hospital Filantrópico obtendo parecer favorável (nº042/10). Na entrevista foi utilizada apenas a pergunta orientadora: "O que foi para o (a) senhor (a) a experiência de ter um filho envolvido em um acidente de automóvel sem utilizar o Assento de Segurança Infantil?" Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra. A análise dos dados foi realizada pela Análise de Conteúdo proposta por Minayo (2008). Dos 17 pais entrevistados, as experiências de 11, distribuídos em nove famílias, correspondiam ao objetivo deste estudo. Quatro foram as categorias emergentes: 1.Acidente de trânsito: quem está a salvo?; 2.Sentimentos no momento do acidente; 3.Informações sobre o ASI antes e depois da obrigatoriedade; E depois do acidente? 4.A experiência que leva à lição. As pessoas não acreditam que acidentes possam acontecer consigo ou com pessoas próximas. A transferência da culpa do acidente para outra pessoa, observada em vários depoimentos, pode ser compreendida como forma de minimizar a responsabilidade dos pais. A falta de uso do ASI foi justificada em grande parte dos casos pela falta de informações. O uso do ASI na visão dos depoentes se mostrou mais importante para crianças que não conseguiam se manter sozinhas no banco do carro, as menores de um ano de idade, uma vez que facilitava o transporte do lactente. A fonte de informação mais referida pelos entrevistados foi a televisão. Os profissionais, de modo geral, não foram citados como orientadores do uso do ASI. A culpa, o medo e o trauma estiverem presentes em grande parte dos depoimentos. A fiscalização constante se mostrou imprescindível para o uso do ASI, bem como a educação da população. O enfermeiro merece destaque neste contexto por ser o profissional educador com a capacidade de promoção à saúde baseado em aspectos como a prevenção de agravos, seja por meio de orientações básicas sobre a importância da vacinação, por exemplo, ou sobre a necessidade e uso correto de ASI com crianças.
Abstract: Traffic accidents are one of the most significant causes of death in Brazil. They are not merely a major public health problem due to accident sequels and loss of life, but also to hospital costs paid by the government and by society as a whole. Owing to the facts above and to the lack of publications on the subject in Brazil, current qualitative and exploratory research analyzes the experience of parents of children who were not using the Safety Car Seat (SCS) when they underwent a car accident in Londrina PR Brazil. Participants comprised 17 parents of children, aged 0-8 years, living in Londrina, and attended by the Integrated Trauma and Emergency Care team after suffering a car accident on the city streets and sent to hospitals in the same city. The period ranged between 2008 and 2011, although the 2001 data were only for the first six months of that year. Research project was submitted to the Bioethics and Ethics Committee and approved by Decision n. 042/10. The guiding question during the interview was: "What is your experience when your child became involved in a car accident in which the use of SCS was discarded?" The interview was recorded and transcribed verbatim and data analysis was processed following content analysis proposed by Minayo (2008). The experience of 11 out of 17 parents interviewed, involving 9 families, informed current analysis. Four categories emerged: (1) Traffic accidents: Who is safe? (2) Feeling at the moment of the accident; (3) Information before and after the SCS mandatory stance; (4) The accident's aftermath: experience leads towards lesson-taking. People do not believe that accidents will happen to them or to their kin. Many interviews show that blame transference to another person is a form of statement that tries to minimize the parents' responsibility. In many cases the non-use of SCS was justified by sheer lack of information. In the opinion of interviewed parents, the use of SCS was highly important when children could not be left alone in the back seat and when children were under one year, in which case the transport of infants is feasible. TV programs were the source of information most cited by the interviewed parents, whereas professionals were as a rule left out as SCS promoters. The interviews were filled with feelings of blame, fear and trauma. Constant inspection and the population's formation process become highly relevant so that SCS may be used by all. Within the context, the nurses' role should be highlighted since they are the professional educators for health promotion and the prevention of harm through basic orientations on the importance of vaccine, for example, or on the need of using correctly children's SCS.
Resumen: Los accidentes de tráfico son una de las causas de óbito más significativas en la actual realidad de Brasil, representando un importante problema de salud pública, no solo por las pérdidas de vida y por las secuelas, pero, también, por los costos que causan al gobierno, reflejando también en costos a la sociedad en general. Delante de eso y de la gran laguna de conocimiento divulgado en el país sobre el tema, el objetivo de este estudio fue comprender la experiencia de padres de niños que no estaban utilizando el ASI y sufrieron accidente de automóvil en la ciudad de Londrina. El estudio fue del tipo cualitativo de carácter exploratorio. Los participantes fueron 17 padres de niños de 0 a 8 años, vecinos de Londrina, atendidos por el Sistema Integrado de Atención al Trauma de Emergencia, a causa de accidente de automóvil ocurrido en las vías urbanas de la ciudad. El período elegido fue de 2008 a 2011 siendo que en 2011 los datos utilizados fueron solo los del primer semestre. El proyecto fue sometido a la apreciación de la Comisión de Bioética y Ética del Hospital Filantrópico obteniendo parecer favorable (nº.042/10). En la entrevista fue utilizada solamente la pregunta orientadora: “¿Qué fue para usted la experiencia de tener un hijo arrollado en un accidente de automóvil sin utilizar el Asiento de Seguridad Infantil?” Todas las entrevistas fueron grabadas y transcriptas en la íntegra. El análisis de los datos fue realizado por medio de Análisis de Contenido propuesta por Minayo (2008). De los 17 padres entrevistados, las experiencias de 11, distribuidos en nueve familias, correspondían al objetivo de este estudio. Cuatro fueron las categorías apuntadas: 1.Accidente de tráfico: ¿quién está a salvo?; 2.Sentimientos en el momento del accidente; 3. ¿Informaciones sobre el ASI antes y después de la obligatoriedad?; ¿y después del accidente? 4.La experiencia que lleva a la lección. Las personas no creen que accidentes puedan ocurrir con él o con personas cercanas. La transferencia de la culpa del accidente para otra persona, observada en varias declaraciones, puede ser comprendida como forma de disminuir la responsabilidad de los padres. La falta de uso del ASI fue justificada en gran parte de los casos por la falta de informaciones. El uso del ASI en la visión de los encuestados se mostró más importante para niños que no conseguían mantenerse solos en el banco del coche, las con edad inferiores a un año de edad, una vez que facilitaba el transporte del bebé. La fuente de información más referida por los entrevistados fue la televisión. Los profesionales, de modo general, no fueron citados como orientadores del uso del ASI. La culpa, el medo y el trauma, estuvieron presentes en gran parte de las declaraciones. La fiscalización constante se mostró imprescindible para el uso del ASI, bien como la educación de la populación. El enfermero merece destaque en este contexto por ser el profesional educador con la capacidad de promoción a la salud basado en aspectos como la prevención de agravios, sea por medio de orientaciones básicas sobre la importancia de la vacunas, por ejemplo, o sobre la necesidad y uso correcto de ASI con niños. |