Resumo: A predação é uma importante interação moduladora de populações e comunidades aquáticas. Assumindo que as estratégias de caça de peixes piscívoros (senta-e-espera e perseguição ativa) acarretam diferentes comportamentos de antipredação para presas. Investigou-se como tais variações de comportamento afetam a sobrevivência de invertebrados aquáticos e a seletividade destes por peixes invertívoros, assim como possíveis alterações fisiológicas que podem ocorrer nos invertívoros ao confrontar-se com diferentes predados. Foi desenvolvido dois experimento em mesocosmo. O primeiro avalia a sobrevivência de dois tipos diferentes de invertebrados aquáticos (Chironomus sancticaroli - bentônico e Daphnia magna - zooplanctônico) numa cadeia composta pelo invertívoro Astyanax altiparanae e com os piscívoros Hoplias aff. malabaricus (senta-e-espera) e Astronotus crassipinnis (perseguição ativa), combinados em ambientes com e sem plantas aquáticas. O segundo experimento avalia as alterações fisiológicas (níveis plasmáticos de cortisol e glicose) de Astyanax bimaculatus em resposta a aos mesmos piscívoros, assim como o papel da condição de visibilidade subaquática nessa interação. Destaca-se que a proporção dos invertebrados consumidos foi dependente do tipo de estratégia de caça dos piscívoros. A presença de plantas aquáticas proporcionou maior sobrevivência de invertebrados aquáticos, exceto nos tratamentos com o piscívoro A. crassipinnis. Considerando as respostas fisiológicas dos peixes invertívoros, evidenciou-se que a presença dos piscívoros causou aumento nos níveis plasmáticos de cortisol em A. bimaculatus, entretanto, não houve diferença significativa entre os tratamentos com piscívoros de diferentes estratégias de caça. Por outro lado, nenhuma alteração significativa foi observada quanto aos níveis plasmáticos de glicose, assim como nenhuma alteração metabólica foi constatada entre tratamentos de água clara e túrbida. Conclui-se que as duas estratégias de caça de piscívoros afetam diferentemente a cadeia trófica, entretanto os níveis plasmáticos de cortisol de glicose do invertívoro, para ambos os piscívoros, são semelhantes e independem do comportamento de antipredação.
Abstract: Predation is an important modulator interaction of populations and aquatic communities. Assuming that hunting modes of piscivores fish (sit-and-wait and active pursuit) result in different anti-predation behavior by prey. We aimed to investigate how behavior changes affect the survival of aquatic invertebrates and the selectivity of these fish for invertivores, and possible physiological changes that can occur in invertivores fish when confronted with different predators. To this end, we develop two experiments. The first evaluates the survival of two different types of aquatic invertebrates (Chironomus sancticaroli - benthic and Daphnia magna - planktonic) in a chain composed by invertivore Astyanax altiparanae end with piscivores Hoplias aff. malabaricus (sit-and-wait) and Astronotus crassipinnis (active pursuit), combined in environments with and without aquatic plants. The second experiment evaluates the physiological changes (cortisol and glucose levels) of Astyanax bimaculatus in response to same piscivores, and the role of underwater visibility condition that interaction. We showed that proportion of invertebrates consumed was dependent on the hunting modes type of piscivores. The presence of aquatic plants increased the survival of aquatic invertebrates, except in the treatments with A. crassipinnis. Considering physiological responses of fish invertivores, we showed that the presence of piscivores caused an increase in plasma levels of cortisol in A. bimaculatus, however, there was no significant difference between treatments with two types of piscivores. On the other hand, no significant change was observed for the plasma glucose levels, as well as no changes were found between clear and turbid water treatments. We conclude that hunting modes of piscivores affect differently the food chain, however plasma levels of cortisol and glucose by invertivores for both piscivores are similar and independent of anti-predation behavior. |