Resumo: Cinco experimentos foram realizados com o objetivo estudar as exigências e interações entre a leucina e valina digestível em dietas com baixa proteína e, seus efeitos no desempenho, parâmetros séricos e ósseos, composição da cama, expressão do RNAm dos genes mTOR, S6K1, eIF4E•4EBP1 e eEF2, e o diâmetro da fibra muscular do músculo pectoralis major de frangos de corte. Nos experimentos I (1-21 dias), II (21-42 dias), IV (1-21 dias) e V (21-42 dias), foram utilizados 1.500 frangos de corte machos, da linhagem Cobb-Vantress®, distribuídos em um delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5 x 5, composto de cinco níveis de leucina e cinco níveis de valina digestíveis, com três repetições de 20 aves por unidade experimental. Os níveis de leucina e valina digestíveis utilizados na fase inicial variaram de 1,00 a 1,96% e de 0,60 a 1,20%, enquanto que na fase de crescimento, foram de 1,00 a 1,80% e de 0,52 a 1,12%, respectivamente. No experimento III (1-21 dias), foram utilizados 540 pintos de corte machos de um dia de idade, da linhagem Cobb-Vantress®, distribuídos em um delineamento experimental inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 3x3, totalizando 9 tratamentos, com três repetições e 20 aves por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de três níveis de leucina digestível (1,00; 1,48 e 1,96%) e três níveis de valina digestível (0,60; 0,90 e 1,20%). No experimento I (fase inicial), aos 21 dias foi observada interação (P < 0,05) entre os níveis de leucina e valina para o consumo de ração e conversão alimentar. Houve efeito quadrático (P < 0,01) dos níveis de leucina e valina digestível para o ganho de peso, com ponto de máxima nos níveis de 1,28 e 0,92%, respectivamente. A suplementação de leucina e valina não influenciou (P > 0,05) os níveis séricos de ácido úrico, triglicerídeos, β-hidroxibutirato, proteínas totais, e albumina das aves. Os níveis séricos de amônia aumentaram linearmente (P < 0,05) com o aumento dos níveis de leucina digestível na dieta. Por sua vez, a suplementação de valina reduziu (P < 0,05) as concentrações séricas de amônia. Houve efeito linear decrescente (P ≤ 0,06) e crescente (P < 0,05) dos níveis de leucina e valina, respectivamente, para as concentrações séricas de glicose. No experimento II (fase de crescimento), aos 42 dias de idade foi observada interação (P < 0,05) entre os níveis de leucina e valina digestíveis para o consumo de ração e ganho de peso. Houve efeito quadrático (P < 0,05) dos níveis de leucina e valina digestíveis para a conversão alimentar, com ponto de mínima estimado nos níveis de 1,19 e 0,86%, respectivamente. O aumento dos níveis de leucina na dieta reduziu linearmente (P < 0,05) as concentrações séricas de triglicerídeos e corpos cetônicos, porém aumentou os níveis séricos de amônia. A suplementação de valina resultou em redução quadrática (P ≤ 0,07) das concentrações séricas de amônia. A leucina permitiu maximizar o rendimento do peito no nível de 1,13%, enquanto que a valina otimizou o rendimento da coxa no nível de 0,78%. O teor de gordura abdominal reduziu linearmente (P < 0,05) com o aumento dos níveis de leucina e valina na dieta. No experimento III (fase inicial), não houve (P > 0,05) interação entre os níveis de leucina e valina sobre a expressão do RNAm dos genes estudados no músculo pectoralis major das aves. A suplementação de leucina aumentou (P < 0,05) a expressão do RNAm dos genes mTOR e S6K1, entretanto, não afetou (P > 0,05) a expressão dos genes eIF4E•4EBP1 e eEF2 no músculo pectoralis major dos frangos. A adição de valina na dieta não influenciou (P > 0,05) a expressão dos genes estudados. No experimento IV (1-21 dias) e V (21-42 dias), não houve (P > 0,05) interação entre os níveis de leucina e valina sobre o diâmetro da fibra muscular do músculo pectoralis major das aves aos 21 e 42 dias de idade. A suplementação de leucina reduziu linearmente (P < 0,05) a área da zona de cartilagem hipertrófica da tíbia dos frangos aos 21 dias de idade. Foi observada interação (P > 0,05) entre os níveis de leucina e valina digestíveis para a resistência óssea da tíbia aos 21 dias, mas não aos 42 dias de idade (P > 0,05). Baseados na conversão alimentar, a exigência de leucina e valina digestível é de 1,29 e 0,91%, respectivamente, para frangos de corte na fase inicial, enquanto que em aves na fase de crescimento, a exigência de leucina e valina digestível é de 1,19 e 0,86%. A suplementação de leucina pode estimular a expressão do RNAm dos genes mTOR e S6K1 no músculo pectoralis major dos frangos de corte na fase inicial. Níveis adequados de leucina e valina podem ser essenciais na formação da estrutura óssea, resultando em ossos com maior resistência em frangos de corte no período de 1-21 dias de idade.
bstract: Five experiments were performed to study the requirements and interactions between leucine and valine digestible in low-CP diets, and their effects on performance, serum and bone parameters, litter characteristics and mRNA expression of the genes mTOR, S6K1, eIF4E•4EBP1 and eEF2, and fiber diameter of the pectoralis major muscle of broiler chickens. In the experiments II (1-21 days), III (21-42 days), IV (1-21 days) and V (21-42 days), a total of 1,500 1-day-old Cobb-Vantress® male broilers were distributed in a completely randomized experimental design in a 5x5 factorial arrangement with 25 treatments with three replicate pens of 20 birds each. Digestible leucine and valine levels ranged from 1.00 up to 1.96%, and 0.60 up to 1.20% for the starter phase, while for the grower phase ranged from 1.00 up to 1.80%, and 0.52 up to 1.12%, respectively. In the experiment III (1-21 days), a total of 540 1-day-old Cobb-Vantress® male broilers were distributed in a completely randomized experimental design in a 3x3 factorial arrangement with 9 treatments with three replicate pens of 20 birds each. Treatments consisted of three dietary levels of digestible leucine (1.00; 1.48 and 1.96 %) and three levels of digestible valine (0.60; 0.90 and 1.20 %). In the experiment I (starter phase), at 21 days interactions (P < 0.05) were observed between dietary leucine and valine levels for feed intake and feed:gain ratio. There was a quadratic effect (P < 0.01) of digestible leucine and valine levels on BW gain, with an optimization level of 1.28 and 0.92%, respectively. Valine and leucine supplementation did not affect (P > 0.05) the serum concentrations of uric acid, triglycerides, β-hydroxybutyrate, total protein and albumin of the birds. Serum levels of ammonia increased linearly (P < 0.05) with increasing levels of digestible leucine. However, valine supplementation reduced (P < 0.05) ammonia serum concentrations. Serum levels of glucose decreased and increased linearly (P ≤ 0.06) with increasing levels of digestible leucine and valine, respectively. In the experiment II (grower phase), at 42 days interactions (P < 0.05) were observed between dietary leucine and valine levels for feed intake and BW gain. There was a quadratic effect (P < 0.01) of digestible leucine and valine levels on feed:gain ratio, with an optimization level of 1.19 and 0.86%, respectively. Leucine supplementation decreased (P < 0.05) serum concentrations of triglycerides and ketone bodies, but increased levels of serum ammonia. Valine supplementation resulted in quadratic reduction (P ≤ 0.07) of the serum ammonia. Breast yield was maximized at the level of 1.13% leucine, while the leg yield was optimized at the level of 0.78% valine. Abdominal fat decreased linearly (P < 0.05) with increasing dietary levels of digestible leucine and valine. In the experiment III (starter phase), there was no interaction (P > 0.05) between the levels of leucine and valine on mRNA expression of the studied genes in chick pectoral muscle. Leucine supplementation increased (P < 0.05) mRNA expression of mTOR and S6K1, however, did not affect (P > 0.05) mRNA expression of eIF4E•4EBP1 and eEF2 in pectoralis major muscle. Dietary valine did not affect (P > 0.05) the expression of the studied genes. In the experiment IV (1-21 days) and V (21-42 days), there was no interaction (P > 0.05) between the levels of leucine and valine on the fiber diameter of the pectoralis major muscle of the poultry at 21 and 42 days of age. Leucine supplementation decreased (P < 0.05) the hypertrophic zone of the growth plate of broilers at 21 days. There was an interaction (P > 0.05) between digestible levels of leucine and valine on tibia bone strength of broilers at 21 days, but not at 42 days of age (P > 0.05). Based on feed:gain ratio, digestible leucine and valine requirements were 1.29 and 0.91%, respectively, in low-CP diets for male broilers in the starter phase, while for the grower phase, the requirement for leucine and digestible valine were 1.19 and 0.86%. Leucine supplementation may stimulate mRNA expression of mTOR and S6K1 in pectoral muscle of broilers during the starter phase. Appropriate levels of leucine and valine can be essential in the formation of bone structure, resulting in increased resistance to bones in broilers during the period from 1-21 days of age. |