Resumo: O nascimento prematuro é um problema de saúde pública, pois representa uma das principais causas de morbimortalidade infantil. A prevalência de nascimentos prematuros está aumentando em todo o mundo e sua etiologia é complexa e ainda não bem conhecida. Analisar a tendência do nascimento prematuro no Estado do Paraná e no município de Maringá e analisar os fatores associados ao nascimento prematuro. Pesquisa vinculada ao projeto intitulado "Nascimento pré-termo e fatores associados no Estado do Paraná: ferramentas para predição e prevenção", aprovado pelo comitê de ética. A análise da tendência da prematuridade no Estado do Paraná e no município de Maringá foi realizada utilizando dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) no período de 2000 a 2013, por meio de teste estatístico de regressão polinomial. Para a análise dos fatores associados ao nascimento prematuro de residentes no município de Maringá, foi realizado um estudo do tipo caso-controle, segundo tipo de financiamento do parto, com dados de entrevistas e de prontuários das mães e dos recém-nascidos, de outubro de 2014 a março de 2015, utilizando a análise de regressão logística. A taxa de prematuridade no Estado do Paraná aumentou 0,20% ao ano (r2=0,89) (de 6,8% em 2000 para 10,5% em 2013), principalmente pelo aumento da prematuridade moderada (32 a <37 semanas) que, de 5,8% em 2000 aumentou para 9,0% em 2013. Houve aumento da taxa de prematuridade em todas as Macrorregionais de Saúde, com destaque para a Macrorregional Norte que apresentou crescimento médio anual mais elevado (0,35%). As Regionais de Saúde (RS) também mostraram tendência crescente, com exceção da 7ª RS de Pato Branco, onde a taxa de prematuridade declinou (média de -0,95% ao ano). O estudo da tendência e fatores associados ao nascimento prematuro em Maringá mostrou aumento médio de 0,54% ao ano (r2=0,93) com maior participação da prematuridade moderada (de 32 a <37 semanas) que de 7,0% em 2000 aumentou para 9,7% em 2013. No triênio 2011 a 2013, os fatores associados ao nascimento prematuro foram a gravidez múltipla (OR=16,64; IC=13,24-20,92), o número inadequado de consultas de pré-natal (OR=2,81; IC=2,51-3,15), Apgar menor que 7 no 1º (OR=4,07; IC=3,55-4,67) e 5º minuto (OR=10,88; IC=7,71-15,36), baixo peso ao nascer (OR=38,75; IC=33,72-44,55), e as malformações congênitas (OR=3,18; IC=2,14-4,74). Em relação à tendência dos fatores associados à prematuridade, verificou-se que aumentaram a gravidez múltipla (0,32%; r2=0,90), o parto cesárea (2,38% ao ano), e nascimentos com malformações congênitas (0,20% ao ano). Diminuíram nascimentos com Apgar menor que 7 no 5º minuto (-0,19% ao ano) e baixo peso ao nascer (-1,43% ao ano). O estudo caso-controle mostrou que os fatores independentes associados ao nascimento prematuro em partos financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram: hospitalização na gestação (ORaj=3,00; IC=1,91-4,72), financiamento do pré-natal misto (ORaj=4,11; IC=1,98-8,52), sangramento (ORaj=2,12; IC=1,31-3,45), parto induzido (ORaj=0,24; IC=0,14-0,41), ter filho prematuro anterior (ORaj=2,68; IC=1,30-5,52), não praticar atividade física regular durante a gestação (ORaj=3,34; IC=1,41-7,89), e ter feito menos de sete consultas de pré-natal (ORaj=1,78; IC=1,08-2,92). Os fatores independentes associados ao nascimento prematuro em partos não financiados pelo SUS foram: hospitalização na gestação (ORaj=3,59; IC=2,13-6,04), gravidez múltipla (ORaj=7,52; IC=2,51-25,58), oligodramnia (ORaj=5,70; IC=2,33-13,95) e hipertensão gestacional (ORaj=2,65; IC=1,39-5,07). O aumento do nascimento prematuro no Paraná indica a necessidade de aprimorar ações no pré-natal observando as especificidades de cada RS. Em Maringá, o aumento do nascimento prematuro, principalmente da prematuridade moderada, associado a fatores de risco específicos segundo fontes de financiamento do parto, sinalizam a necessidade de esforços para a prevenção do parto prematuro, devendo ser consideradas as diferenças entre nascimentos da rede pública e privada em saúde.
Abstract: Premature birth is a public health issue since it is one of the main causes of child morbo-mortality. Premature births are on the increase worldwide and its etiology is complex and only slightly understood. Current thesis analyzes trends in premature births in the state of Paraná, Brazil, and in Maringá PR Brazil, coupled to factors associated with the phenomenon. Current research is part of the scientific project "Pre-term births and associated factors in the state of Paraná: prediction and prevention tools", approved by the Ethics committee. Data retrieved from the System of Information on Live Births (Sinasc) between 2000 and 2013 were used to analyze trends in prematurity in the state of Paraná and in Maringá, by polynomial regression statistical test. A case-control study, undertaken to analyze factors associated with premature birth of people resident in Maringá, comprised delivery expenses and data from interviews and clinical charts of mother and new-born children, from October 2014 to April 2015, by logistic regression analysis. In the state of Paraná, prematurity rate had a yearly increase of 0.20% (r2=0.89) (from 6.8% in 2000 to 10.5% in 2013), especially moderate prematurity increase (32 to <37 weeks) with 5.8% in 2000 to 9.0% in 2013. Prematurity rates increased in all health macroregions, with special emphasis on the northern health macroregional complex with a higher annual average increase (0.35%). Health Regional Complexes also showed a rising trend, with the exception of the 7th HRC in Pato Branco, where prematurity rates decreased (average -0.95% per year). The study of trends and factors associated to premature birth in Maringá had a 0.54% yearly mean increase (r2=0.93) with a greater participation in moderate prematurity (from 32 to <37 weeks), increasing from 7.0% in 2000 to 9.7% in 2013. The factors associated with premature birth in the 2011-2013 period comprised multiply pregnancy (OR=16.64; IC=13.24-20.92), inadequate prenatal visits (OR=2.81; IC=2.51-3.15), Apgar Index lower than 7 during the first (OR=4.07; IC=3.55-4.67) and fifth minute (OR=10.88; IC=7.71-15.36), low weight at birth (OR=38.75; IC=33.72-44.55) and congenital malformations (OR=3.18; IC=2.14-4.74). In the case of trends associated with prematurity, multiply pregnancy (0.32%; r2=0.90), caesarian section (2.38% per year) and births with congenital malformations (0.20% per year) increased. Birth with Apgar Index >7 in the fifth minute (-0.19% per year) and low weight at birth (-1.43% per year) decreased. The case-control analysis revealed that independent factors to premature births funded by the Brazilian National Health System (SUS) were hospitalization during pregnancy (ORaj=3.00; IC=1.91-4.72), mixed funding for prenatal visits (ORaj=4.11; IC=1.98-8.52), bleeding (ORaj=2.12; IC=1.31-3.45), induced delivery (ORaj=0.24; IC=0.14-0.41), previous premature birth (ORaj=2.68; IC=1.30-5.52), failure to practice physical exercises regularly during pregnancy (ORaj=3.34; IC=1.41-7.89) and less than seven prenatal visits (ORaj=1.78; IC=1.08-2.92). Independent factors associated to premature births in deliveries not funded by SUS included: hospitalization during pregnancy (ORaj=3.59; IC=2.13-6.04), multiple pregnancy (ORaj=7.52; IC=2.51-25.58), oligohydramnios (ORaj=5.70; IC=2.33-13.95) and pregnancy hypertension (ORaj=2.65; IC=1.39-5.07). Increase in premature birth in the state of Paraná requires improvement in prenatal activities with specificities for each regional unit. Increase in premature births in Maringá, especially moderate prematurity, associated with specific risk factors according to delivery funding, require efforts for the prevention of premature births, taking into consideration differences between births funded by SUS and birth funded by private health enterprises.
Resumen: El nacimiento prematuro es un problema de salud pública, pues representa una de las principales causas de mortalidad infantil. La prevalencia de nacimientos prematuros está aumentando en todo el mundo y su etiología es complexa y aun no bien conocida. Analizar la tendencia del nacimiento prematuro en el Estado de Paraná y en el municipio de Maringá y analizar los factores asociados al nacimiento prematuro. Investigación vinculada al proyecto intitulado "Nacimiento pre-termo y factores asociados en el Estado de Paraná: herramientas para previsión y prevención", aprobado por el comité de ética. El análisis de la tendencia de la prematuridad en el Estado de Paraná y en el municipio de Maringá fue realizada utilizando datos del Sistema de Informaciones sobre Nacidos Vivos (Sinasc) en el período de 2000 a 2013, por medio de test estadístico de regresión polinomial. Para el análisis de los factores asociados al nacimiento prematuro de residentes en el municipio de Maringá, fue realizado un estudio del tipo caso-control, según tipo de financiamiento del parto, con datos de entrevistas y de prontuarios de las madres y de los recién-nacidos, de octubre 2015 a abril 2015, utilizando el análisis de regresión logística. La tasa de prematuridad en el Estado de Paraná aumentó el 0,20% al año (r2=0,89) (del 6,8% en 2000 para el 10,5% en 2013), principalmente por el aumento de la prematuridad moderada (32 a <37 semanas) que, del 5,8% en 2000 aumentó para el 9,0% en 2013. Hubo aumento de la tasa de prematuridad en todas las macro-regionales de salud, con destaque para la macro-regional norte que presentó crecimiento medio anual más elevado (el 0,35%). Las Regionales de Salud (RS) también mostraron tendencia creciente, con excepción de la 7ª RS de Pato Branco, en que la tasa de prematuridad disminuyó (media del -0,95% al año). El estudio de la tendencia y factores asociados al nacimiento prematuro en Maringá apuntó aumento medio del 0,54% al año (r2=0,93) con mayor participación de la prematuridad moderada (de 32 a <37 semanas) que del 7,0% en 2000 aumentó para el 9,7% en 2013. En el trienio 2011 a 2013, los factores asociados al nacimiento prematuro fueron el embarazo múltiple (OR=16,64; IC=13,24-20,92), el número inadecuado de consultas de prenatal (OR=2,81; IC=2,51-3,15), Apgar menor que 7 en el primer (OR=4,07; IC=3,55-4,67) y quinto minuto (OR=10,88; IC=7,71-15,36), bajo peso al nacer (OR=38,75; IC=33,72-44,55), y las malformaciones congénitas (OR=3,18; IC=2,14-4,74). En relación a la tendencia de los factores asociados a la prematuridad, se verificó que aumentaron el embarazo múltiple (el 0,32%; r2=0,90), el parto cesárea (el 2,38% al año), el nacimientos con malformaciones congénitas (el 0,20% al año). Disminuyeron nacimientos con Apgar menor que 7 en el quinto minuto (el -0,19% al año) y bajo peso al nacer (el -1,43% al año). El estudio caso-control apuntó que los factores independientes asociados al nacimiento prematuro en partos financiados por el Sistema Único de Salud (SUS) fueron: hospitalización en la gestación (ORaj=3,00; IC=1,91-4,72), financiamiento del prenatal mixto (ORaj=4,11; IC=1,98-8,52), sangramiento (ORaj=2,12; IC=1,31-3,45), parto inducido (ORaj=0,24; IC=0,14-0,41), tener hijo prematuro anterior (ORaj=2,68; IC=1,30-5,52), no practicar actividad física regular durante la gestación (ORaj=3,34; IC=1,41-7,89), y haber realizado menos de siete consultas de prenatal (ORaj=1,78; IC=1,08-2,92). Los factores independientes asociados al nacimiento prematuro en partos no financiados por el SUS fueron: hospitalización en la gestación (ORaj=3,59; IC=2,13-6,04), embarazo múltiple (ORaj=7,52; IC=2,51-25,58), oligodramnía (ORaj=5,70; IC=2,33-13,95) e hipertensión gestacional (ORaj=2,65; IC=1,39-5,07). El aumento del nacimiento prematuro el Paraná indica la necesidad de primorear acciones en el prenatal observando las especificidades de cada RS. En Maringá, el aumento del nacimiento prematuro, principalmente de la prematuridad moderada, asociado a factores de riesgo específicos según fuentes de financiamiento del parto, siñalizan la necesidad de esfuerzos para la prevención do parto prematuro, debiendo ser consideradas las diferencias entre nacimientos de la red pública y privada en salud. |