Resumo: Ao vivenciar o câncer, os percalços da doença invadem a existência do doente e refletem na vida de quem dele cuida. Diante desse cenário, encontra-se a mulher, como cuidadora de seu companheiro, que experiencia com ele os sentimentos e dificuldades que lhes sobreveem, constituindo assim uma relação de influências mútuas e constantes em que ambos se tornam um, por meio do cuidado. A fim de se apreender tal realidade existencial, objetivou-se desvelar as significações da mulher que vivencia ser cuidadora do companheiro com câncer e o significado do cuidado de si frente à realidade de ser cuidadora do companheiro com câncer. Trata-se de uma pesquisa embasada pela fenomenologia existencial heideggeriana, em que foram entrevistadas dez mulheres que vivenciam a experiência de ser cuidadoras de seus companheiros, entre o período de dezembro de 2013 a fevereiro de 2014, no noroeste do Estado do Paraná. As participantes foram inquiridas com as seguintes questões norteadoras: "Como está sendo para você ser cuidadora de seu companheiro com câncer?" e "Como está sendo para você cuidar de si enquanto cuida do companheiro com câncer?". Para análise dos discursos, seguiram-se dois momentos metódicos: a compreensão vaga e mediana e a compreensão interpretativa. Observando-se o anonimato das participantes, estas foram nomeadas com pseudônimos de mulheres bíblicas, atentando-se para as características demonstradas pelas mesmas. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá, sob Parecer nº 478.948/2013. Da análise dos resultados, originaram-se dois artigos: "Significações de ser cuidadora do companheiro com câncer: um olhar existencial", apresentando três temáticas ontológicas intituladas: Assumindo a responsabilidade de estar-com-o-outro no câncer, Aprendendo a ser forte ante a fragilidade do outro e Aprendendo a conviver com as mudanças na intimidade; e o segundo artigo, "O (des)cuidar-se como mulher ao ser cuidadora do companheiro com câncer", com duas temáticas: esquecendo-se de ser mulher ao entregar-se ao cuidado do outro e escolhendo o outro em detrimento de si. Por meio da interpretação da linguagem das participantes, desvelaram-se o assumir das responsabilidades de cuidar pela esposa e a influência dos sentimentos no cuidado, até mesmo influenciando a intimidade do casal. Além de que, ao cuidar do companheiro, as esposas apresentam dificuldades de cuidar de si, tanto nas questões femininas que lhe conferem prazer, como na saúde. Conclui-se que, em meio às dificuldades, são os sentimentos de afeição que impulsionam a mulher a continuar suas ações enquanto esposa-cuidadora. Diante dessa condição existencial, a mulher exerce um cuidado que exige muito de seu tempo e necessita escolher entre o cuidado do companheiro ou de si. Assim, destaca-se a importância de se desenvolver ações de enfermagem específicas, atentando-se para as individualidades dessas mulheres que tanto se dedicam ao cuidado do outro.
Abstract: Difficulties of the disease invade the patient´s existence when cancer is experienced and they are transmitted to the care giver. As the care giver of her partner, the wife also experiences feelings and difficulties. A relationship of reciprocal and constant influences occurs in which the two become one through care-giving. So that the existential situation may be understood, the meanings coped with by the wife as care-giver of her partner suffering from cancer are investigated. Likewise, the meaning of care in the face of her partner with cancer is analyzed. Current qualitative research based on Heidegger´s existential phenomenology has been performed by interviewing ten women who experienced care-giving of their partners between December 2013 and February 2014 in a town in the northwestern region of the state of Paraná, Brazil. The women were asked the following questions: "How do you feel giving care to your partner suffering from cancer?" and "How do you feel taking care of yourself while giving care to your partner suffering from cancer?" Two methodical instances were taken into consideration for data analyses: vague and median comprehension, and interpretative comprehension. The women were given nom-de-plumes of biblical characters following the features demonstrated by them. Current investigation was approved by the Committee for Ethics and Research of the State University of Maringá by Protocol 478.948/2013. Analyses of results gave rise to two articles: "Meaning of experience of care-giver of partner suffering from cancer: an existential analysis" with the following three ontological themes: "Taking responsibility to be-with-the-other suffering from cancer"; "Learning to be strong in the wake of the weakness of the other" and "Learning to live with changes close to the other". The other article titled "Taking or not taking care as a woman when giving care to the partner with cancer", with two themes: "Relinquishing one´s own health to take care of one´s partner" and "Forgetting oneself to take care of the other". The responsibilities to care for one´s partner and the influence of feelings in care giving, even affected the couple´s affection were revealed through the interpretation of the subjects´ discourse. Further, when taking care of one´s partner, wives find it difficult to take care of themselves not only in female issues that provide them pleasure but also with regard to health. Results show that within the context of difficulties, there are feelings of affection that motivate the wife to continue her activities while being a care-giver and a wife. In the wake of her existential condition, the wife gives care and spends a lot of time in care-giving. Choosing between giving care to her partner and to herself is an important issue. The importance of developing specific nursing activities should be underlined with special reference to the individuality of these women who dedicate so much of themselves to the other.
Resumen: Al presenciar el cáncer, las dificultades de tal enfermedad invaden la existencia del enfermo y reflejan en la vida de quien lo cuida. Delante de este escenario se encuentra la mujer, como cuidadora de su compañero, viviendo con él los sentimientos y dificultades que les sobrevienen, constituyendo así una relación de influencias mutuas y constantes en que ambos se vuelven uno, por medio del cuidado. Con la finalidad de aprender tal realidad existencial, se objetivó desvelar las significaciones de la mujer que vivencia ser cuidadora del compañero con cáncer y, desvelar el significado del cuidado de sí misma frente a la realidad de ser cuidadora del compañero con cáncer. Se trata de una investigación cualitativa embazada por la Fenomenología existencial heideggeriana, en que se entrevistaron diez mujeres que vivencian la experiencia de ser cuidadoras de sus compañeros, entre el período de diciembre de 2013 a febrero de 2014, en una ciudad del noroeste del estado de Paraná. Las encuestadas fueron inquiridas con las siguientes cuestiones claves: "¿Cómo ha sido para usted ser cuidadora de su compañero con cáncer?" y, "¿Cómo ha sido para usted cuidar de sí misma mientras cuida del compañero con cáncer?". Para el análisis de los datos se siguió dos momentos metódicos: la comprensión superficial y mediana, y, la comprensión interpretativa. Se observó el anonimato de las participantes, éstas fueron nombradas con pseudónimos de mujeres bíblicas llevándose en cuenta las características demostradas por ellas. Este estudio fue aprobado por el Comité de Ética e Investigación de la Universidad Estadual de Maringá, bajo Parecer nº 478.948/2013. Del análisis de los resultados se originaron dos artículos: "Significaciones de ser cuidadora del compañero con cáncer: una mirada existencial", presentando tres temáticas ontológicas intituladas: Asumiendo la responsabilidad de estar-con-el-otro en el cáncer, Aprendiendo a ser fuerte delante de la fragilidad del otro y, Aprendiendo a convivir con los cambios en la intimidad; y el segundo artículo, "El (des)cuidarse como mujer al ser cuidadora del compañero con cáncer", con dos temáticas: Abdicar de la propia salud al cuidar del compañero y, Olvidándose de sí misma para cuidar del otro. Por intermedio de la interpretación del lenguaje de los sujetos se desveló el asumir de las responsabilidades de cuidar por la esposa y la influencia de los sentimientos en el cuidado, incluso a influenciando la intimidad de la pareja. Además de que, al cuidar del compañero las esposas presentan dificultades de cuidar de sí mismas, tanto en las cuestiones femeninas que le confieren placer, como en la salud. Se concluye que, en medio a las dificultades son los sentimientos de afecto que impulsan la mujer a continuar sus acciones como esposa-cuidadora. Delante de esa condición existencial la mujer ejerce un cuidado que exige mucho de su tiempo y, necesita elegir entre el cuidado del compañero o de sí misma. Así, se destaca la importancia de desarrollar acciones de enfermería específicas, llevándose en cuenta las individualidades de estas mujeres que tanto se dedican al cuidado del otro. |