Resumo: A prática regular de exercícios físicos tem sido recomendada para a promoção da saúde e para a redução do risco de desenvolvimento de doenças crônico degenerativas. No entanto, o excesso de exercícios e a prescrição inadequada podem ocasionar alterações fisiológicas, que se não controladas, podem acarretar prejuízos à saúde. Embora a prática de exercícios físicos tenha sido amplamente recomendada para pessoas infectadas pelo HIV, as alterações fisiológicas e imunológicas em curto prazo decorrentes do exercício foram pouco investigadas, dificultando assim a prescrição de forma segura e eficiente para essa população. Portanto, objetivou-se investigar as respostas agudas do exercício físico em pessoas infectadas pelo HIV. Para isso, foram realizados dois estudos, sendo, uma revisão sistemática sobre os efeitos agudos decorrentes dos diferentes tipos de exercício (aeróbio, resistido e combinado) e um estudo experimental na qual se objetivou verificar as respostas agudas decorrentes do treinamento combinado sobre parâmetros fisiológicos e imunológicos em pessoas adultas sedentárias infectadas ou não pelo HIV. De acordo com os estudos desenvolvidos e os resultados obtidos nesta dissertação, foi possível observar que o exercício físico promove alterações agudas significantes em diversos parâmetros imunológicos e fisiológicos em pessoas infectadas pelo HIV, incluindo, o aumento do número de células circulantes principalmente neutrófilos, monócitos e linfócitos T CD8+, além de alterações nas concentrações de lactato, triglicerídeos, epinefrina e noraepinefrina imediatamente após a realização do treinamento aeróbio. Além disso, no estudo experimental, foi encontrado que o treinamento combinado promove uma diminuição nos índices de variabilidade da frequência cardíaca e nas concentrações de cortisol mesmo após 1 e 6 horas da realização do treinamento combinado, respectivamente. No entanto, não foram encontradas diferenças significantes no comportamento da pressão arterial e nas concentrações de citocinas de ação pró e anti-inflamatórias mesmo após 6 horas da realização do treinamento combinado quando comparados pessoas infectadas e não infectadas pelo HIV. Portanto, conclui-se que o exercício físico promove alterações significantes em diversos parâmetros fisiológicos e imunológicos em pessoas adultas sedentárias independentes da infecção pelo HIV. No entanto, a magnitude dessas alterações pode estar diretamente relacionada com o tipo, intensidade e o volume do exercício, além da capacidade física e do estado clínico de cada pessoa. Neste sentido, preconiza-se que a prescrição do treinamento físico para pessoas infectadas pelo HIV deve ser realizada com cautela, levando em consideração o estado clínico e a aptidão física de cada paciente, sugerindo o modelo de treinamento combinado com intensidade moderada para essa população.
Abstract: The practice physical exercise has been recommended to promote health and to reduce the development of chronic degenerative disease. However, excess exercise and inappropriate prescription may result in physiological changes that not controlled can result to health problems. Although the practice the physical exercise has been widely recommended in people infected with HIV, the physiological and immunological changes in short term resulting of the exercise were little investigated, difficulting a prescription safely and efficiently for this population. Therefore, we aimed to investigate the acute responses to exercise in people with HIV. For this, two studies were conducted, a systematic review of the acute effects of different types of exercise (aerobic, resistance and combined) and an experimental study in which it aimed to verify the acute responses resulting from the combined training on physiological parameters and immunological in sedentary adults infected or not infected by HIV. According to the studies conducted and the results obtained in this work, observed that physical exercise promotes significant acute changes in various immune and physiological parameters in HIV-infected people, including increasing the number of circulating cells mainly total neutrophils, monocytes and lymphocytes TCD8+, as well as changes in the concentrations of lactate, triglycerides, epinephrine and norepinephrine immediately after the aerobic training. Furthermore, it was found that the combined training promotes a decrease in variability indices of the heart rate and of cortisol levels after 1 and 6 hours after completion of the training combined respectively. However, not there were significant differences in the behavior of blood pressure and the concentrations of cytokines of action pro action and anti-inflammatory even after 6 hours of the combined training when compared infected and HIV-uninfected. Therefore, it is concluded that exercise promotes significant changes in various physiological and immunological parameters in independent sedentary adults HIV infection. However, the magnitude of these changes can be directly related to the type, intensity and volume of exercise, beyond the physical capacity and the clinical status of each person. In this sense, it is recommended that the prescription of exercise training for people with HIV should be performed with caution, taking into account the clinical status and physical fitness of each patient, suggesting the model of training combined with moderate intensity for this population. |