Resumo: O planejamento urbano vem sendo justificativa ao marketing urbano, ao empreendedorismo urbano ou empresariamento urbano, com uma roupagem nova denominada como planejamento estratégico de cidades, fruto do modelo neoliberal que atinge as cidades, frente ao processo de globalização econômica, que em seu cerne está a produção da cidade do espetáculo. Na análise sobre o planejamento urbano de Maringá (PR), percorremos por suas diversas fases e buscamos compreender ou apreender se os grandes projetos urbanos que são pensados e executados na cidade estão vinculados ao modelo que já alcançou diversas cidades do mundo, ora por atração de megaeventos, ora como justificativa para "requalificar", "reurbanizar" ou dinamizar o desenvolvimento urbano por meio de grandes intervenções e realização de grandes projetos urbanos. Para essa compreensão, partimos do objetivo de analisar o planejamento urbano e a produção do espaço urbano em Maringá (PR), para entender a lógica do Estado e dos agentes na produção da legislação urbanística, dos grandes projetos urbanos e, consequentemente, da produção da cidade para a reprodução ampliada do capital. Para o entendimento da geografia urbana maringaense, analisamos a formação sócio-espacial, a expansão urbana e o processo de verticalização, sobretudo pautado na análise da regulação para definir a vigência do planejamento urbano regulatório. Respeitando a escala de abordagem, Maringá apresenta algumas características que permitem a compreensão da pauta sobre as cidades, em que a política urbana é frágil, no sentido de permitir que os grupos hegemônicos consigam reproduzir suas estratégias e ações, viabilizando a cidade para a reprodução ampliada do capital, logo a valorização fundiária e imobiliária, e, no oposto, inviabilizando a cidade para parte da população. São utilizadas modernas tecnologias de representação que geram alienações sociais, colocando a cidade em evidência e valorizando o solo urbano, para justificar a cidade e coloca-la à venda para o grande capital. Na verdade, as práticas são tradicionais, travestidas de grandes feitos, cujo mote advém do nosso passado recente, de sociedades tradicionais e relações sociais arcaicas que se reproduzem na escala urbana para garantir a hegemonia das elites sobre o processo de produção da cidade. Os grandes projetos urbanos analisados são o Novo Centro (Projeto Ágora), a Zona 10, o Projeto Eurogarden e a Cidade Industrial de Maringá.
Abstract: Urban planning has been justification to urban marketing, urban entrepreneurship or transformation of urban governance, public-private partnership, with a new look termed as strategic planning cities, coming from the neoliberal model that affects the cities, facing the economic globalization process which at its core is the spectacle of the city production. In the analysis on urban planning Maringa (PR), have come by its various stages and we try to understand or grasp that the large urban projects that are designed and implemented in the city are linked to the model that has already achieved several cities in the world, or by attraction mega events, sometimes as justification for 'requalify', 'urbanize' or boost urban development through major interventions and large urban projects. For this understanding, we set the goal of analyzing the urban planning and the production of urban space in Maringa (PR), to understand the logic of State and the agents in the production of urban laws, the Great Urban Projects and consequently the production of city to expanded reproduction of capital. To understand the urban geography, we analyze the formation of socio-spatial, urban sprawl and the process of vertical integration, especially guided by the analysis of the regulation to define the duration of the regulatory urban planning. Accordance with the approach of scale, Maringa has some features that allow the understanding of the agenda on cities, where urban policy is fragile, to allow the hegemonic groups able to play their strategies and actions, enabling the city to the expanded reproduction the capital, so the land values and property, and, on the opposite, preventing the city to the population. Are used modern representation of technologies that produce social alienation, putting the city in evidence and enhancing the urban land, to justify the city and puts it up for sale for big business. In fact, the practices are traditional, disguised as great things, whose argument comes from our recent past, traditional societies and archaic social relations, breeding in urban scale to ensure the hegemony of the elites on the process of production of the city. The Great Urban Projects analyzed are the New Center (Agora Project), Zone 10, the Eurogarden Design and the Industrial City of Maringá. |