Resumo: Esta pesquisa investiga como as personagens da obra completa de Lygia Bojunga (1932 - ) são construídas e fazem uma representação do universo infantil e juvenil, a partir de um corpus composto por 143 personagens de 23 narrativas. Valendo-se dos princípios da teoria literária e de concepções de representação, literatura e leitor, o estudo utilizou-se de uma metodologia quantitativa e qualitativa para procedimentos de análise, realizando um mapeamento de características predominantes das personagens por meio da elaboração de uma ficha de leitura, inserção das informações coletadas no programa Sphinx Léxica 5.1, tabulação e interpretação dos dados. Defende-se que a produção literária de Lygia Bojunga privilegia uma representação social múltipla e não estereotipada do mundo, na qual as personagens vivenciam problemas e com motivações internas superam as dificuldades e amadurecem. A análise demonstra que as personagens não se constroem de forma taxativa ou maniqueísta, ao contrário, revelam preocupações existenciais intrínsecas ao homem, por isso assumem um caráter universal que lhes permite a comunicação com o leitor.
Abstract: This research investigates how characters in the complete work of Lygia Bojunga (1932 -) are constructed and make a representation of children and young universe, from a corpus of 143 characters from 23 stories. Drawing on the principles of literary theory and representation, literature and reader concepts, the study used a quantitative and qualitative methodology for the analysis procedures, carrying out a mapping of the predominant characteristics of the characters through the development of a reading report, and inclusion of information collected on the Sphinx Lexical 5.1 program, tabulation and interpretation of data. It is argued that the literary production of Lygia Bojunga favors a multiple social and non-stereotypical representation of the world in which the characters experience problems and with internal motivations outweigh the difficulties and get more mature. The analysis shows that the characters are not built exhaustively or in a Manichean way, on the contrary, reveal intrinsic existential concerns about the mankind, so take a universal character that allows them to communicate with the reader. |