Resumo: A implantação da Rede Mãe Paranaense requer monitorização para controle de efetividade e adesão à Linha Guia buscando reduzir a mortalidade materno-infantil. O objetivo deste estudo foi avaliar a vinculação entre os pontos de atenção e execução do protocolo preconizado com atenção ao atendimento das gestantes negras e o desempenho das maternidades quanto à assistência aos neonatos. Para tanto, foram realizadas coletas prospectivas e análises retrospectivas de dados de prontuários, Cartão de Pré-natal e de Caderneta de Saúde da Criança de 311 binômios mãe-filho atendidos na maternidade do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) e 126 neonatos recebidos no ambulatório de risco intermediário do CISAMUSEP. No HUM, foram atendidas 119 gestantes negras e 191 não negras. 61% das gestantes realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal sendo o índice de incompletude das anotações das sorologias no cartão de pré-natal maior que 50% independente da etnia e os índices de realização dos exames de triagem neonatal quase 100%. Dos 126 neonatos encaminhados para o ambulatório de risco intermediário, 80 nasceram em Hospital Escola e apresentaram elevadas taxas de baixo peso além da classificação como pequenos para idade gestacional. Por outro lado, este grupo teve os melhores indicadores de qualidade na realização dos exames de triagem neonatal. Apenas 20,6% dos neonatos acompanhados no ambulatório receberam a visita dos agentes do Programa da Saúde da Família (PSF) independentemente do local de nascimento. Os neonatos nascidos no HUM foram mais rapidamente encaminhados para o ambulatório de referência do que os nascidos em outros locais. No geral, gestantes negras não receberam atendimento de pré-natal adequadamente assim como as outras pacientes. Este fato associado aos elevados índices de incompletude dos dados nos cartões de pré-natal evidenciam a baixa qualidade na atenção à saúde de toda população independente da etnia. Os neonatos nascidos no Hospital Escola foram melhor assistidos que os de maternidades não vinculadas ao ensino, porém, na atenção primária, o cuidado materno-infantil mostrou fragilidade e necessidade de melhorias.
Abstract: The deployment of Paraná's Mother Network requires monitoring for effective control, compliance and adherence seeking to reduce maternal and infant mortality. The aim of this study was to monitor the connection between the points of attention and the line running guide advocated more attention to the care of black mothers and the performance of hospitals about the care of newborns. Therefore, we carried forward collections and retrospective analyzes of data records, prenatal card and Child Health Handbook 311 mother-child binomial met in the maternity of the Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) and 126 neonates received at the clinic intermediate risk CISAMUSEP. In HUM they were met 119 black pregnant women and 191 non-black. Only 61% pregnant women held seven or more prenatal consultations. The incompleteness index of notes of serological tests in prenatal card was very bad (≥ 50%), regardless of race / color and achievement rates of neonatal screening tests was excellent. Already the 126 neonates referred for intermediate-risk clinic, 80 were born in hospital school and they had high cesarean rates, low birth weight and increased incidence of classification as small for gestational age. The better quality indicators in achieving the neonatal screening tests as well. Only 20.6% neonates received home visits regardless of place of birth. However, neonates were quickly routed to the reference outpatient hospital at school than those born elsewhere. Overall, black pregnant women did not receive better prenatal care and incompleteness rates annotation of serological tests show the low quality of health care for all independent population of race / color. The neonates born at the hospital school were better assisted, but primary care has shortcomings and needs improvements in maternal and child care. |