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Consultar: Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais

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Título [PT]: A dinâmica entre peixes-predadores e invertebrados-presa em diferentes cenários ambientais.
Título [EN]: Trophic interactions between predator-fishes and invertebrate-prey in different environmental scenarios.
Autor(es): Bruno Renaly Souza Figueiredo
Palavras-chave [PT]:

Peixes de água doce. Invertebrados de água doce. Interação predador-presa. Comportamento antipredatório. Ecologia de água doce. Predação (Ecologia). Insetos aquáticos. Comportamento animal. Heterogeneidade de habitat. Experimentação animal. Brasil.
Palavras-chave [EN]:
Predation. Predator-prey interaction. Animal behaviour. Aquatic insects. Habitat heterogeneity. Animal experimentation. Brazil.
Área de concentração: Ciências Ambientais
Titulação: Doutor em Ciências Ambientais
Banca:
Evanilde Benedito [Orientador] - Nupélia/UEM
Angelo Antonio Agostinho - Nupélia/UEM
Luiz Carlos Gomes - Nupélia/UEM
Rafael Dettogni Guariento - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)
Mário Luís Orsi - Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Sidinei Magela Thomaz - Nupélia/UEM
José Luiz Attayde - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (Suplente)
Resumo:
Resumo: A sobrevivência de uma determinada presa depende de sua habilidade em reconhecer a presença do predador, e da eficiência das estratégias de anti-predação que ela emprega. Tais estratégias geralmente podem ser mais ou menos efetivas dependendo das condições de visibilidade, de temperatura e do período de coocorrência entre predadores e presas. Considerando que flutuações nas condições ambientais se tornarão eventos mais frequentes em virtude do aquecimento global, faz-se necessário investigar a influência de tais flutuações para o resultado da interação predador- presa. Neste estudo, utilizou-se uma abordagem experimental para observar a eficiência na captura de presas por peixes-predadores e o comportamento anti-predatório de invertebrados-presa (espécies de insetos, de anfípodes e de microcrustáceos) em cenários contrastantes de visibilidade subaquática, de temperatura da água e de disponibilidade de refúgio (provido por plantas aquáticas). Além disso, observou-se a implicação da invasão de espécies não-nativas para a interação entre predadores e presas sob duas perspectivas: após o estabelecimento de uma planta aquática não-nativa (Hydrilla verticillata), e após a introdução de um predador piscívoro não-nativo (Astronotus crassipinnis). De maneira geral, observou-se que a redução na transparência da água reduziu a eficiência na captura de invertebrados por peixes, e essa redução foi mais acentuada quando predadores piscívoros coocorreram com os peixes mesopredadores. A mera presença de predadores de topo aumenta a sobrevivência de invertebrados, mas a presença deles em condições de baixa visibilidade subaquática reduz sobremaneira o potencial predatório de peixes mesopredadores, os quais provavelmente utilizam mais tempo em comportamentos de vigilância, e reduzem a ingestão de presas. É predito que a elevação da temperatura aumente a frequência de eventos relacionados à busca e à captura de alimento por predadores, Gymnogeophagus terrapurpura apresentou similares taxas de consumo de anfípodes (Hyalella curvispina) em diferentes temperaturas da água (19,2; 22,2; 25,2 e 27ºC). Apesar disso, na temperatura mais elevada anfípodes apresentaram um comportamento anti-predatório mais conspícuo. Verificou-se ainda que plantas aquáticas não-nativas são reconhecidas como habitat seguro, e são utilizadas como refúgio por presas na mesma proporção que plantas nativas. A pressão de predação exercida por Astyanax altiparanae sobre uma população de invertebrados pelágicos (Daphnia magna) foi extremamente intensa em tratamentos com o piscívoro nativo Hoplias aff. malabaricus, contudo, nos tratamentos com piscívoro não-nativo A. crassipinnis a sobrevivência de presas pelágicas foi proporcional a sobrevivência de presas bentônicas (Chironomus sancticaroli). A introdução de um piscívoro tem a capacidade de mudar a fonte do recurso alimentar de mesopredadores, com potenciais implicações para o fluxo de energia dentro do ecossistema. Simular, em microcosmo, cenários ambientais observados e preditos fornece subsídio para a determinação de tamanho de efeitos de variáveis isoladas, e de possíveis interações entre tais variáveis, que podem auxiliar para o manejo de espécies de peixes e invertebrados dependentes das condições ambientais para a manutenção de suas funções vitais, garantido a preservação da espécie e a conservação da vida.

Abstract: The survival of a given prey is primarily determined by their capacity to recognize and respond to the current predation threat degree. Such prey responses could be more or less effective according to environmental characteristics, such as visibility conditions and temperature. However, the evolutionary time of co-occurrence between predators and prey could also be a crucial factor to shape the appropriated prey response to predator strike. Fluctuations in environmental conditions are expected to be more frequent as a result from global warming, which has been catalysed by human being?s actions. Therefore, it is quite timely investigate the influence of environmental shifts on the outcomes of predator-prey encounters. Here, we used an experimental approach to observe the prey capture efficiency of fish-predators and anti-predator behaviour of some groups of invertebrates (aquatic insects and amphipods) in distinct ecological scenarios of underwater visibility, water temperature and presence/absence of refuge (provided by aquatic macrophyte). Also, we investigated the consequences of species invasions for the interaction between predators and preys on two perspectives: after the establishment of a non-native aquatic plant (Hydrilla verticallata), and after the introduction of a non-native piscivorous fish. In reduced water transparency, fish consumed fewer invertebrates than in clear water, but the efficiency in capturing invertebrates of mesopredators was strongly reduced when top-predator was present and water transparency low. Therefore, the mere presence of a top predator has potential to increase invertebrate survive, but underwater visibility is impaired mesopredator do not know the exact top predator location, then they tend to reduce their mobility to decrease the likelihood to be eaten, such response can concomitantly limits the mesopredator predatory potential. Despite of the literature supports the positive relation between water temperature and the distance travelled by predators, which often results in better feeding efficiency in warmer waters, Gymnogeophagus terrapurpura showed similar amount of amphipods (Hyalella curvispina) consumed in four different water temperature (19.2; 22.2; 25.2 and 27ºC). In contrast, amphipods show more conspicuous anti-predator behaviour at 27ºC. In addition, we found that non-native aquatic plants are recognized as a safe habitat and used by prey fish as refuge in a similar proportion than native plants are. We also found that the predation pressure performed by Astyanax altiparanae on one pelagic invertebrate population (Daphnia magna) was extremely high in treatments with the native piscivorous Hoplias aff. malabaricus. However, in treatments with the non-native Astronotus crassipinnis, the survival of pelagic invertebrates was proportional to benthic prey population (Chironomus sancticaroli). Therefore, the introduction of a piscivorous fish has potential to change the energy pathway in the entire ecosystem. Simulating observed and predicted ecological scenarios, even in microcosm, allow us to understand the main effect of a given variable on predation in the wild, and possible interactive effect among multiple variables. Knowing the factors that influence the predation can help ecologists to propose management project for fish and invertebrates species.
Data da defesa: 19/08/2016
Código: vtls000224026
Informações adicionais:
Idioma: Português
Data de Publicação: 2016
Local de Publicação: Maringá
Orientador: Profª. Drª. Evanilde Benedito
Coorientadora: Profª. Drª. Mariana Meerhoff
Coorientador: Prof. Dr. Roger Paulo Mormul
Instituição: Universidade Estadual de Maringá. Departamento de Biologia
Nível: Tese (doutorado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais) /
UEM. Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais

Responsavel: salete
Categoria: Aplicação
Formato: Documento PDF
Arquivo: Figueiredo-Bruno R S-2016-DO.pdf
Tamanho: 6902 Kb (7067704 bytes)
Criado: 07-10-2016 16:14
Atualizado: 08-03-2017 18:16
Visitas: 1569
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