Resumo: A jataí (Tetragonisca angustula), amplamente distribuída pela América Latina e cujo mel apresenta diversas propriedades medicinais, é a abelha sem ferrão mais manejada pelos meliponicultores. Esta abelha apresenta variação na coloração de uma parte do tórax, denominada mesepisterno, que pode ser preto, amarelo ou misto, e classificada, dependendo do pesquisador, em duas espécies, T. angustula e T. fiebrigi, ou duas subespécies, T. angustula angustula e T. angustula fiebrigi. Diversos estudos têm sido realizados com o objetivo de elucidar essa questão taxonômica, utilizando-se demarcadores genéticos, como a técnica de locos de sequências simples repetidas (SSR), que permite a análise da estrutura e divergência genética populacional, possibilitando caracterizar as populações amostradas. O objetivo deste trabalho foi analisar a variabilidade genética das populações de T. angustula amostradas, utilizando a técnica SSR e verificar a interação de marcadores moleculares utilizados em outros trabalhos com as variantes morfológicas de T. angustula, para verificar a possível existência de um marcador que as diferencie geneticamente. Um total de 60 indivíduos (cinco por ninho) foi amostrado em Maringá, Cianorte e Terra Boa, estado do Paraná, sul do Brasil. O acesso à variabilidade genética foi realizado pela análise de quatro locos de microssatélites e os resultados mostraram que todos os locos se apresentaram polimórficos. O valor de FST=0,1173 obtido evidencia que as populações estão moderadamente diferenciadas e a análise de variância molecular indica que 76% da variação ocorre dentro das populações analisadas. O maior valor de delta K obtido por inferência bayesiana estimou o número real de populações em 3 (K=3). A análise das redes de interações permitiu verificar que existem mais interações com os marcadores isoenzimáticos, mas que nenhum dos marcadores moleculares analisados permitiu separar T. angustula em duas espécies.
Abstract: The jataí (Tetragonisca angustula) is the most stingless bee managed by beekeepers, whose honey has many medicinal properties and it's widely distributed throughout Latin America. This bee has a variation in the coloring in a part of thorax called mesepisterno which can be black, yellow or mixed, and depending on the researcher is classified into two species (T. angustula and T. fiebrigi) or two subspecies (T. angustula angustula and T. angustula fiebrigi). Several studies have been conducted in order to elucidate this taxonomic question using genetic markers, as the technique of simple repeated sequences loci (SSR), which allows the analysis of the population structure and genetic diversity, making it possible to characterize the sampled populations. The objective of this study was to analyze the genetic variability of populations of T. angustula sampled using the technique SSR and verify the interaction of molecular markers used in other works with the morphological variants of T. angustula to check whether there is a marker that differentiates genetically. A total of 60 individuals (five per nest) were sampled in Maringá, Cianorte and Terra Boa, Paraná state, south of Brazil. Access to genetic variability was performed by analysis of four microsatellite loci. The results showed that all loci displayed polymorphism. The value of FST = 0.1173 obtained shows that populations are moderately differentiated and analysis of molecular variance indicates that 76% of the variation occurs within populations analyzed. The largest delta value K obtained by Bayesian inference estimated the actual number of people equal to 3 (K = 3). The analysis of interaction networks has shown that there are more interactions with isozymes, but that none of the analyzed molecular markers allowed separate T. angustula into two species. |