Resumo: Este trabalho dedica-se a avançar na compreensão do processo de reprodução do território em Maringá-PR, sob a influência do poder estatal no período da Ditadura Militar, mais precisamente durante a administração de Silvio Barros I (1973-1976). Este momento foi marcado pelos primeiros empréstimos junto ao Banco Nacional de Habitação que, através de suas linhas de financiamentos, dentre elas o Programa CURA (Comunidade Urbana de Recuperação Acelerada), representa o início do processo de aceleração urbana na em Maringá. Esta dinâmica, mesmo aplicada em uma cidade jovem e planejada, produziu problemas semelhantes aos apresentados por cidades metropolitanas, caracterizadas pelo crescimento populacional e expansão territorial abruptos. Em Maringá, as verbas oriundas do BNH foram consumidas principalmente na estruturação da malha viária da cidade, implantação de infraestrutura urbana e construção de conjuntos habitacionais. Os grandes influxos provenientes dos programas federais de financiamento, além de causar grande impacto na estrutura física e territorial do município, talharam a estrutura administrativa e institucional. Um marco de extrema significância relacionado ao planejamento urbano neste período foi a criação do Eteplan (Escritório Técnico de Planejamento), seguido de sua extinção. O escritório de planejamento, dotado de autonomia financeira e administrativa, realizou vários estudos e atualizou a planta cadastral da cidade. Indicado pelo Plano Diretor de 1967, o Eteplan constituía uma face tecnicista do planejamento dotado de um protagonismo na ordenação do crescimento da cidade. O órgão foi extinto no mesmo ano em que se iniciam os financiamentos. A pesquisa pretende demonstrar que estes grandes aportes, realizados pelo Governo Federal em Maringá, induziram mudanças na estrutura político administrativa do município, de maneira a incluir e contemplar os novos atores que demandavam partícipes no processo de aplicação destes recursos.
Abstract: This research is dedicated to advancing of understanding of spatial reproduction process in Maringá-PR, under the influence of state power during the military government, more precisely during the administration of Silvio Barros I (1973-1976). This moment was marked by the first loans from the Banco Nacional de Habitação which, through its credit lines, among them the CURA Program (Comunidade Urbana de Recuperação Acelerada), represent the beginning of the process in urban acceleration in Maringa. This dynamic, even applied in a planned city, produced similar problems to those produced by metropolitan cities, characterized by population growth and abrupt territorial expansion. In Maringa, the funds coming from the BNH were consumed primarily in the structuring of the road network, implementation of urban infrastructure and construction of public housing.The large investments from the federal programs, in addition to causing major impact on physical and territorial structure of the city, carved the administrative and institutional structure. A significant milestone related to urban planning in this period was the creation of Eteplan (Escritório Técnico de Planejamento), followed by its extinction. The planning office, equipped with financial and administrative autonomy, had conducted several studies and updated the cadastral map of the city. Indicated by the Master Plan of 1967, the Eteplan constituted a technical face planning in the ordering of the city's growth. The agency was abolished in the same year that has begin the loans. This research aims to demonstrate that these great contributions, coming from Federal Government in Maringa, has induced changes in the political administrative structure of the municipality, to include and contemplate the new actors that required participants in the process of application of these appeals. |