Resumo: Prever a área de distribuição das espécies em escala regional ou global é um dos propósitos elementares em Macroecologia. A modelagem de nicho ecológico é uma ferramenta potencialmente importante para o entendimento dos padrões de distribuição das espécies que tem como base conceitual a Teoria de nicho. Baseado nas ocorrências das espécies e condições ambientais (dados bioclimáticos) os modelos de nicho ecológico (ENMs) são correlativos e empregam diferentes métodos estatísticos e matemáticos buscando predizer as áreas potenciais de espécies nativas e exóticas. Visto que os organismos zooplanctônicos podem responder rapidamente a pequenas alterações ambientais esse estudo verificou, por meio de modelos de nicho ecológico, a distribuição potencial de espécies nativas e exóticas zooplanctônicas perante ao cenário atual e sobre os efeitos das mudanças. Inicialmente fooram identificadas as áreas potenciais ou ambientalmente apropriadas para a ocorrência de Kellicottia bostoniensis nas regiões nativas e não nativas, através de modelos bioclimáticos. Em seguida foram realizadas predições considerando os impactos das mudanças climáticas sobre o potencial invasor de Daphnia lumholtzi, identificando a susceptibilidade das bacias hidrográficas em receber a espécie, considerando os efeitos do clima e dos reservatórios como agentes potencializadores de invasão. Por fim, foi investigado se haverá mudanças na diversidade alfa (riqueza de espécies) frente aos períodos futuros de mudanças climáticas (2050 e 2080) e identificar as principais regiões de refúgio do clima para ocorrência das espécies de copépodes. Apesar das incertezas embutidas nos modelos de distribuição de espécies, os resultados encontrados poderão ser essenciais na antecipação das respostas das espécies nativas ou exóticas, frente aos impactos das mudanças climáticas e servir como subsídios para órgãos tomadores de decisão que prezam pela conservação da biodiversidade, manutenção dos processos e serviços ecossistêmicos.
Abstract: Predicting the area of species distribution on a regional or global scale is one of the elementary objectives in Macroecology. Ecological niche modeling is a potentially important tool for understanding species distribution patterns based on niche theory as a conceptual basis. Based on the occurrences of species and environmental conditions (bioclimatic data), ecological niche models (ENMs) are correlative models that employ different statistical and mathematical methods seeking to predict potential areas of native and exotic species. Since zooplanktonic organisms can respond quickly to small environmental changes, this study aimed to predict, through ecological niche modeling, the potential distribution of native and exotic zooplanktonic species in the current scenario and on the effects of climate change on this thesis was structured in three independent studies. The first chapter aimed to identify potential or environmentally appropriate areas for the occurrence of Kellicottia bostoniensis in native and non-native regions, using bioclimatic models. In the second chapter, we sought to predict the impacts of climate change on the invasive potential of Daphnia lumholtzi, identifying the susceptibility of hydrographic basins to receive the species, considering the effects of climate and reservoirs as potential agents of invasion. Finally, the third chapter aimed to investigate whether there will be changes in alpha diversity (species richness) in the face of future periods of climate change (2050 and 2080) and to identify the main regions of climate refuge for the occurrence of copepod species. Despite the uncertainties embedded in the species distribution models, the results found in this study can be essential in anticipating the responses of native or exotic species, in the face of the impacts of climate change and, in this sense, serve as subsidies for decision-making bodies that value the conservation of biodiversity, maintenance of ecosystem processes and services. |
