Resumo: Os estudos tiveram como objetivo avaliar o desempenho animal, a concentração de uréia plasmática, os parâmetros ruminais e os métodos de amostragem para estimar a composição química da dieta de bezerros em pastagem consorciada de aveia preta (Avena strigosa Schreb) e azevém perene (Lolium multiflorum Lam) recebendo suplemento ou não, com ou sem adição de cultura de levedura. No primeiro experimento, foram utilizados 32 novilhos com idade de oito meses e peso médio inicial de 187 kg, pertencentes a dois grupos genéticos (½ Red Angus ½ Nelore e Red Brangus), em pastejo contínuo com lotação variável. Os bezerros foram distribuídos de forma aleatória nos seguintes tratamentos: mistura mineral (MIS); mistura mineral + cultura de levedura (LEV); mistura mineral e suplemento a 1,2% do PV (SUP); e mistura mineral + cultura de levedura e suplemento a 1,2% do PV (LSU). O suplemento continha 23% de PB e 75% de NDT. A quantidade de cultura de levedura fornecida correspondeu a 10 gramas/animal/dia. Foram realizadas estimativas da massa de forragem, taxa de acúmulo diário e qualidade da forragem. Amostras de sangue foram coletadas para determinação da concentração de N-uréico plasmático (NUP). A adição de cultura de levedura não alterou o ganho de peso médio diário (GMD), tampouco o ganho de peso por área (GPA) dos animais em regime exclusivo em pastagem ou suplementados. Os GMD (kg/dia) e GPA (kg/ha) foram superiores para SUP e LSU (0,809 e 554; 0,818 e 547, respectivamente) quando comparados com MIS e LEV (0,610 e 304; 0,599 e 309, respectivamente). Não foi observada diferença na concentração de NUP entre os tratamentos (média de 23,9 mg/dL), entretanto, foi observada entre os períodos. A melhor relação benefício/custo foi apresentada por MIS, que obteve retorno de R$ 1,42 para cada real investido. O segundo experimento avaliou parâmetros ruminais de animais que recebem os mesmos tratamentos descritos anteriormente. Foram utilizados quatro novilhos da raça Holandesa, providos de cânulas no rúmen, com aproximadamente 16 meses de idade e pesando em média 310 kg. O delineamento experimental utilizado foi o quadrado latino 4 x 4, com períodos de 14 dias de duração, sendo 13 dias para adaptação e um dia para coleta. As coletas de líquido ruminal foram realizadas antes do fornecimento do suplemento e 2, 4 e 6 horas após. Apenas os animais que receberam SUP apresentaram pH médio inferior a 6,00 sendo que a adição de cultura de levedura manteve em 6,11 o valor médio nos animais do tratamento LSU, entretanto reduziu o valor médio nos animais pertencentes a LEV em relação a MIS. Tanto a adição de cultura de levedura quanto a suplementação não modificou as concentrações de amônia ruminal, que se mantiveram sempre acima de 22,5 mg/dL. No terceiro experimento, diferentes métodos de amostragem para estimar a composição química da dieta de novilhos em pastagem de aveia e azevém foram avaliados. Os métodos foram os seguintes: corte da forragem rente ao solo (CFS, pastejo simulado (PSI) e extrusa ruminal (ERU). Os resultados indicam que a coleta da extrusa ruminal foi o método que melhor caracterizou a dieta consumida por novilhos em pastagem de aveia e azevém. O pastejo simulado e o corte rente ao solo subestimaram a concentração protéica e energética e superestimaram a quantidade de parede celular presente na dieta.
Abstract: These trials were carried out to evaluate animal performance, plasma urea concentration, ruminal parameters and sampling methods to estimate the diet chemical composition of calves grazing oat (Avena strigosa Schreb) and ryegrass (Lolium multiflorum Lam) mixed pasture, supplemented or not, with or without yeast culture addition. In the first trial were used thirty-two calves with eight months old and 187 kg of initial average weight from two genetic groups (½ Red Angus ½ Nelore and Red Brangus), under continuous grazing with variable stocking rate. Calves were randomly distributed in one of the following treatments: mineral mixture (MIS); mineral mixture + yeast culture (YEA); mineral mixture and supplementation with 1.2% of BW (SUP); and mineral mixture + yeast culture and supplementation with 1.2% of BW (YSU). Supplement was formulated with 23% of CP and 75% of TDN. Yeast culture was fed to provided 10 grams/animal/d. Estimatives of forage mass, daily accumulation rate and forage quality were made. Blood samples were collected for determination of plasma urea nitrogen (PUN). Yeast culture addition did not change average daily gain (ADG) neither weight gain per area (GPA) of animals exclusively on pasture or supplemented. ADG (kg/d) and GPA (kg/ha) altered during pasture cycle and were higher for SUP and YSU (0.809 and 554; 0.818 and 547, respectively) than MIS and YEA (0.610 and 304; 0.599 and 309, respectively). Difference on PUN concentration among treatments was not observed (23,9 mg/dL on average), however it was observed periods effect. The best benefit/cost ratio was presented by MIS, which obtained return of R$ 1.42 for each invested real. In the second trial, ruminal parameters of animals in the same conditions as described in the first experiment, were evaluated. Four Holstein steers, fitted with ruminal canullas, with 16 months old and 310 kg of body weight on average, were used. The experimental design was a 4 x 4 Latin square, consisted of 14 days periods, with 13 days for adaptation and one for collection. Ruminal liquid sampling was done before provide supplement and 2, 4 and 6 hours after. Only animals from SUP presented pH below 6. Yeast culture addition maintained pH mean value of 6.11 in animals that received YSU, however decreased the mean value of animals from YEA in comparison to MIS. Both, yeast addition and supplementation did not modify ruminal ammonia concentrations, that maintained above 22.5 mg/dL. In the third experiment, different sampling methods to estimate the chemical composition of steers diet on oat and ryegrass mixed pasture, were evaluated. The methods were: clipping close by soil (CCS), hand-plucking (HPL) and rumen evacuation (REV). Results indicated that rumen evacuation is the method that best characterize the diet consumed by steers on oat and ryegrass mixed pasture. Clipping close by soil and hand-plucking underestimated protein and energy concentration, and superestimated the amount of cell wall in the diet. |