Resumo: Os jovens constituem população vulnerável à infecção pelo vírus HIV/AIDS e ao contato com as drogas. Este trabalho teve como principal objetivo investigar o conhecimento de universitários sobre AIDS e drogas, identificando possíveis diferenças entre séries e cursos de graduação. Realizou-se um "survey", no ano de 2007, a partir de uma amostra aleatória de 276 alunos ingressantes e concluintes dos cursos de graduação de uma Faculdade Estadual da Região Noroeste do Paraná. Para a obtenção dos dados os alunos responderam um questionário auto-aplicável, anônimo, com questões pontuais e específicas, validadas por especialistas na área. As questões específicas foram divididas em três graus: baixa, média e alta complexidade. A amostra constituiu-se de 70% de alunos do sexo feminino e 30% do sexo masculino. A maioria era solteira (86,6%) e 82,7% encontravam-se na faixa etária de 17 a 25 anos, sendo que 69,9% se auto classificou como sendo de cor branca. Dessa população, 93% moravam na zona urbana e a renda média ficou entre três a sete salários mínimos. A maioria tinha vínculo empregatício (74,3%) com uma carga horária de trabalho superior a oito horas/dia. A principal fonte de informação era a televisão, seguida da Internet. Os alunos da amostra raramente liam jornal e liam um livro a cada seis meses. Não foi observado padrão uniforme entre as repostas da amostra de alunos. O índice de 90% de acertos ocorreu em apenas 13% das questões, as quais se referiam aos fatores de risco para a infecção pelo vírus HIV em UDI, o material biológico para o diagnóstico da AIDS e os fatores de vulnerabilidade para a AIDS. A média de acerto entre os alunos de Enfermagem foi de 18 questões por aluno e entre os alunos dos demais cursos foi de 16,5. As diferenças no conhecimento entre os concluintes de enfermagem e os demais alunos, ficaram evidentes nas questões de média e alta complexidade. Observou-se que os alunos possuíam conhecimento sobre AIDS e drogas, porém, insuficiente. Os alunos de Enfermagem possuíam mais conhecimento sobre AIDS, especialmente os concluintes, e o conhecimento sobre drogas também foi maior entre os concluintes de enfermagem que entre os ingressantes do mesmo curso e os alunos dos demais cursos, porém menor que o conhecimento assinalado em relação à AIDS. A semelhança na falta de conhecimento entre os alunos foi evidenciada na questão que abrangia as características da epidemia da AIDS no Brasil, incluindo noção de vulnerabilidade. O baixo conhecimento sobre AIDS e drogas entre os alunos demonstrou, além de falta de informação, lacunas no ensino, com dissociação de conteúdos interdisciplinares e inter curriculares. Os dados obtidos fornecem subsídios para uma reflexão acerca do processo educacional destes alunos, e mostram a necessidade da abordagem dos temas AIDS e drogas no currículo escolar.
Abstract: Youths are seen as a population, which is vulnerable to infection by HIV/AIDS virus and to contact with drugs. This study had as main objective to measure the knowledge acquired by university students on subjects such as, AIDS and drugs, aiming at identifying significant differences between the knowledge acquired during the first and last years at university and among the variety of university courses offered. Based on a random sample comprising 276 students, admitted and graduating at university in 2007, a 'survey1 was carried out in a State University located in the Northwest Area of Paraná. Data were collected through an anonymous self'-filling questionnaire, with punctual and specific subjects, which was answered by students and validated by specialists in the area. The specific subjects were divided into three levels: lower, average and high complexity level. The sample population comprised 70% female and 30% male students. Most of the students were single 86.6%), 82.7% were in the age group from 17 to 25 years, and 69.9% of the population was self ranged as being 'white people'. Out of that population, 93% lived in the urban area and their average income was between three to seven minimum wages. Most of them had an employment contract (74.3%) with a workload superior to eight hours/day. The main source of information to that population was the television, followed by the Internet. The population investigated reported that they rarely read a newspaper and read a book every six months. The study showed significant differences concerning the students' knowledge on AIDS and drugs, mainly on subjects claimed to be of average and high complexity, but their knowledge was considered insufficient. The students attending the Nursing Course, especially the graduating ones, showed to have higher knowledge concerning AIDS. Although the knowledge on drugs was smaller than the knowledge on AIDS, it was observed that it was larger among the Nursing graduating students than among the students attending the first years and the students attending other areas. The poor knowledge on AIDS and drugs, among the students investigated, besides showing lack of information, showed gaps in teaching, with dissociation of interdisciplinary and inter curricular study contents. Data collected supply subsidies for a deep reflection on those students' education process, thus showing the need for exploring themes, such as Aids and drugs, in the university curriculum/program.
Resumen: Los jóvenes constituyen población vulnerable a la infección por el virus VIH/SIDA y AL contacto con las drogas. Este trabajo tuvo como principal objetivo investigar el conocimiento de universitarios sobre SIDA y drogas, identificando posibles diferencias entre años y cursos de graduación. Se realizó un "survey", en el año 2007, a partir de una muestra aleatoria de 276 alumnos novatos y concluyentes de los cursos de graduación de una Facultad Estatal de La Región Noroeste del Paraná. Para la obtención de los datos, los alumnos respondieron a um cuestionario autoaplicable, anónimo, con cuestiones puntuales y específicas, validadas por expertos en el área. Las cuestiones específicas fueron divididas en tres grados: baja, mediana y alta complejidad. La muestra se constituyó de 70% de alumnas mujeres y 30% de alumnos hombres. La mayoría era soltera (86,6%) y el 82,7% estaba en la franja de edad entre 17 y 25 años, siendo que el 69,9% se autoclasificó como siendo de color blanco. De esa población, El 93% vivía en la zona urbana, y la renta media era entre tres y siete sueldos mínimos. La mayoría tenía vínculo de empleo (74,3%) con una cantidad de horas de trabajo superior a ocho horas/día. La principal fuente de información era la televisión, seguida de la Internet. Los alumnos de la muestra raramente leían el periódico, y leían un libro cada seis meses. El estudio demostró diferencias en el conocimiento entre los alumnos, principalmente en lãs cuestiones de grados de mediana y alta complejidad. Se observó que los alumnos poseían conocimiento sobre SIDA y drogas, sin embargo, insuficiente. Los alumnos de Enfermería poseían más conocimiento sobre SIDA, especialmente los concluyentes. Aunque menor que el del SIDA, el conocimiento sobre drogas también fue mayor entre los concluyentes de enfermería que entre los novatos del mismo curso y los alumnos de los demás cursos. El bajo conocimiento sobre SIDA y drogas entre los alumnos demostró, además de falta de información, lagunas en la enseñanza, con disociación de contenidos interdisciplinarios e intercurriculares. Los datos obtenidos producen subsidios para una reflexión acerca Del proceso educacional de estos alumnos, y muestran la necesidad del abordaje de los temas SIDA y drogas en el currículo escolar. |