Resumo: Apesar de muitas serem as pesquisas na área de desenvolvimento de software, ainda existem lacunas no que se refere às dimensões organizacionais: a formação de competências no ambiente de trabalho é uma delas. O objetivo dessa pesquisa é analisar até que ponto os modos de regulação (heteronomia, autonomia e discricionariedade) promovem constrangimentos à formação de competências dos profissionais programadores que atuam no arranjo produtivo local de software da cidade de Maringá - PR. A abordagem teórica que fundamenta essa pesquisa é a teoria do Agir Organizacional proposta por Bruno Maggi (2006). Essa teoria possibilita desenvolver uma reflexão que destaca a relação entre modos de regulação no trabalho e formação de competências. Para obter as informações necessárias à compreensão do objeto de estudo, utilizou-se da abordagem metodológica quantitativa, a partir da qual fez-se uso de um questionário com questões fechadas e abertas. A análise considerou métodos estatísticos como a análise de distribuição de freqüência e média, a criação de índices, no caso das concepções da formação, além de testes de associação e de dependência entre variáveis relacionadas aos modos de regulação, níveis de decisão, cooperação, coordenação e constrangimentos. Em relação às concepções da formação, os índices confirmaram que empiricamente os diferentes tipos são percebidos. Isso significa que as várias questões relacionadas a uma mesma concepção, representam de fato um construto específico de acordo com os respondentes. Os dados também indicaram constrangimentos exíguos à formação de competências relacionados aos modos de regulação na amostra estudada. A baixa evidência de percepção de constrangimentos e relação entre os modos de regulação pode ser explicada por um dos principais meios pessoais de desenvolvimento de competências: a troca de experiências entre colegas, que não exige, necessariamente, que a empresa a promova. A predominância da concepção da formação do agir e sistema como processo também contribuiu com uma explicação, pois esta concepção está relacionada a identificação das necessidades e desenvolvimento das competências pelos próprios profissionais. Além disso, os resultados apontam algumas tendências: a tomada de decisão pode ser compartilhada entre gestores e programadores; a cooperação geralmente é espontânea; e a coordenação pode ocorrer com a participação de todos em algumas situações. Fatores que podem contribuir com os resultados encontrados em relação aos constrangimentos.
Abstract: Although many are searching the area of sotware development, yet there are gaps in relation to organizational dimensions: the formation of skills in the workplace is one. The purpose of this research is to examine to what extent the modes of regulation (heteronomy, autonomy, discretionarity) promote constraints to programmers competencies in Maringá - PR software local productive cluster. The theoretical approach that underlies this research is the theory of the Organizational Act proposed by Bruno Maggi (2006). This theory provides a reflection that highlights the relationship between modes of regulation at work and competencies formation. To obtain the information necessary to understand the object of study, were used the quantitative approach, from which was made use of a survey with closed and open questions. The analysis included the statistical methods such as analysis of frequency distribution and mean, the creation of indexes, where the concepts of formation, and testing of association and dependence between variables related to the modes of regulation, levels of decision making, cooperation, coordination and constraints. In relation to the concepts of formation, index empirically confirmed that the different types are perceived. This means that the various issues related to the same design, do indeed represent a specific construct according to respondents. The data indicated tight constraints to skills training related to modes of regulation in their sample. Poor evidence perception of constraints and relationship between the modes of regulation can be explained by one of the principal personal means of development competencies: the exchange of experiences between coworkers, which does not require necessarily the company that promotes it. The predominance of the concept of formation the system and act as a process also contributed to an explanation, since this concept is related to identifying needs and developing competencies among the rofessionals themselves. Moreover, the results indicate some trends: decision making can be shared between managers and programmers; usually cooperation is spontaneous; and coordination can occur with the participation of all in some situations. Factors that may contribute to the findings in relation to the constraints. |