Resumo: Dois experimentos foram conduzidos para estudar a metodologia de uso de níveis crescentes de substituição da ração referência pelo alimento teste fibroso (casca de café melosa - CCM), em ensaios de digestibilidade com suínos na fase de crescimento-terminação. No Experimento I, foi conduzido um ensaio de digestibilidade utilizando 15 suínos mestiços, machos castrados, com 72,48 ± 7,16 kg de peso vivo inicial, distribuídos em delineamento de blocos casualizados. De forma geral, a utilização de níveis crescentes de substituição (7, 14, 21 e 28%) reduziu a digestibilidade da CCM. Os valores de energia metabolizável (EM), na matéria natural, obtidos para a CCM foram 2.456, 2.377, 2.247 e 1.945 Kcal/kg. No Experimento II, foram utilizados 42 suínos com peso vivo inicial de 30,27 ± 1,95 kg na fase de crescimento e 42 suínos, com peso inicial de 60,02 ± 4,10 kg, na fase de terminação, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos, sete repetições e um animal por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de uma ração teste, quatro rações com níveis de EM obtidos no Experimento I e uma ração com EM estimada por equação de regressão linear para 15% de substituição. Na fase de crescimento não houve efeito dos tratamentos sobre o consumo diário de ração, ganho diário de peso (GDP) e conversão alimentar. O estudo de viabilidade econômica indicou que não houve diferença no custo das diferentes rações. Para a fase de terminação, o GDP foi menor para os níveis 21% e 28%. Os resultados indicam que níveis mais elevados de substituição superestimam o valor energético e que a metodologia de níveis crescentes de substituição da ração referência pelo alimento teste pode ser utilizada para estimar os valores energéticos de alimentos fibrosos para suínos.
Abstract: Two experiments were carried out to study the methodology of using increasing levels of substitution of the basal diet by fibrous feedstuffs test, (sticky coffee hull - SCH) in the digestibility trials with pigs during the growing-finishing phase. In the Experiment I, it was conducted a digestibility trial using 15 crossbred barrows, with 72.48 ± 7.16 kg initial body weight, distributed in a randomized block design. In general, the use of increasing levels of substitution (7, 14, 21 or 28%) reduced the SCH digestibility. The metabolizable energy (ME) values as fed basis were 2456, 2377, 2247 and 1945 Kcal / kg. In the Experiment II, there were used 42 pigs of initial body weight of 30.27 ± 1.95 kg in the growing phase and 42 pigs with initial body weight of 60.02 ± 4.10 kg in the finishing phase, allotted in a completely randomized design, with six treatments and seven replicates with one animal per experimental unit. The treatments consisted of a control diet, four diets with levels of ME obtained in Experiment I plus a diet with ME estimated by linear regression equation for 15% of substitution. In the growth phase there was no effect of treatments on daily feed intake, daily weight gain (DWG) and feed:gain ratio. The economic feasibility study indicated that there was no difference in the cost of different diets. For finishing phase, the DWG was lower for levels 21 and 28%. The results indicate that higher levels of substitution overestimate the energy value and the method of increasing levels of substitution of the basal diet by feedstuffs test can be used to estimate the energy values of fibrous feedstuffs for pigs. |