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Título [PT]: Diversidade cultural, bilinguismo e política linguística em discuros escolares indígenas do Estado do Paraná : a identidade em governamentalidade
Autor(es): Margarida Liss
Palavras-chave [PT]:

Bilinguismo. Identidade indígena. Governamentalidade. Política linguística. Educação linguística. Políticas. Paraná. (Estado). Brasil.
Palavras-chave [EN]:
Bilingualism. Cultural iversity. Indigenous identity. Policies. Governmentality. Parana. State. Brazil.
Área de concentração: Estudos Linguísticos
Titulação: Mestre em Letras
Banca:
Ismara Eliane Vidal de Souza Tasso [Orientador] - UEM
Pedro Luis Navarro Barbosa - UEM
Bethania Sampaio Corrêa Mariani - UFF
Resumo:
Resumo: Ao partir do princípio de que as sociedades são organizadas nas relações saber-poder, as identidades inscritas em organizações sociais estão sob as coerções imediatas da governamentalização, uma vez que a governamentalidade institui práticas modelares de conduta. Em se tratando dos sujeitos indígenas, tal processo é evidenciado por dispositivos específicos, especialmente na instância escolar, na qual é constante a presença de materiais didáticos bilíngües, fundamentados, por um lado, pelos princípios da Diversidade Cultural e, por outro, pelas normas que regem a prática pedagógica em toda e qualquer escola do país, sendo ela indígena ou não. Por existirem parâmetros específicos materializados em políticas linguísticas que norteiam o ensino das línguas indígena e portuguesa, há também condutas particulares institucionalizadas para uma identidade bilíngue e tais políticas, ao trazerem à tona mecanismos que agenciam a história e a memória, determinam, na instância discursiva, identidades para os sujeitos. Assim, com o intuito de oferecer contribuições ao projeto "Avaliação socioeducacional, linguística e do bilinguismo nas Escolas Indígenas Kaingang do território etnoeducacional - Planalto Meridional Brasileiro", subsidiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, foi investigado neste trabalho dissertativo, como o bilinguismo, fundamentado sob a égide da Diversidade Cultural, nas interfaces da língua com cultura e a memória, estabelece a contradição que cerceia o papel social e político da língua indígena no Referencial Curricular Nacional para as escolas Indígenas e em materiais didáticos utilizados em instituições escolares indígenas paranaenses, e produz intervenções na constituição identitária linguística do sujeito indígena. Para tanto, o estudo foi empreendido sob o aporte teórico-metodológico da Análise de Discurso de linha francesa, em especial, das incursões de Michel Foucault nos estudos sobre o discurso, o enunciado e governamentalidade, dos Estudos Culturais, dos Estudos Linguísticos, das Teorias da Imagem e da Historiografia. Os resultados alcançados demonstraram que as línguas indígenas atuam como elemento de disciplinarização da conduta social e política para os sujeitos e tais línguas são segregadas do Território Nacional, que se constitui em um não lugar para elas. Conclui-se, pois, que a contradição discursiva é constitutiva das políticas linguísticas na contemporaneidade, na medida em que a inclusão acontece sob condições regulamentadas pelo Estado, cujas propostas delimitam a inclusão da língua em um território e a exclusão de outro. A política linguística rege, pois, não somente a determinação sobre qual espaço geográfico uma língua indígena pode ocupar, mas, também, o modo e as circunstâncias em que ela pode ser utilizada, como ser a língua de instrução oral para conteúdos relacionados à cultura indígena, por exemplo. Assim, é promovida uma identidade linguística cindida entre o local e o nacional, uma vez que é a língua portuguesa que, além de ser utilizada no Território Indígena, possibilita o exercício dos direitos legais, das transações econômicas, enfim, o exercício da cidadania, enquanto a língua indígena é impossibilitada de extrapolar os limites estabelecidos. Assim, ao ser promovida a territorialização da língua e a delimitação de suas funções, ocorre também o cerceamento do bilinguismo e da promoção da Diversidade Cultural.

Abstract: Assuming that societies are organized in the power/knowledge relations, the identities included in social organizations are under immediate coercions of governmentalization, once governmentality establishes model practices of conduct. Concerning indigenous subjects, such process is evidenced by specific devices, especially in the scholar instance, where it is frequent the presence of bilingual text books, founded on the one hand by the Cultural Diversity principles and on the other hand by the rules which govern educational practices in any school in the country, indigenous or not. Because there are specific parameters materialized in linguistic policies which guide the teaching of indigenous and Portuguese languages, there are also particular conducts institutionalized for a bilingual identity and such politics, bringing up the mechanisms that promote history and memory, determine, in the discursive instance, identities for the subjects. Thus, in order to provide input to the project "Evaluating socio-educational, language and bilingualism in the schools of the territory Indigenous Kaingang etnoeducacional - Brazilian Southern Plateau", sponsored by the Coordination of Improvement of Higher Education, in this dissertative work, it was investigated how the bilingualism, founded under the aegis of the Cultural Diversity at the interfaces of language with culture and memory, establishes the contradiction that curtail the social and political role of the indigenous language in the National Curriculum for indigenous schools and in text books used in indigenous educational institutions of Paraná, and produces interventions in the linguistic identity formation of the indigenous subject. In order to do so, the study was based on the methodological and theoretical principles of French Discourse Analysis, in particular, on Michael Foucault incursions in studies about the discourse, the statement and governmentality, on Cultural Studies, Linguistic Studies, Image Theories and Historiography. The results showed that the Indigenous Languages act like disciplinarization element of social and political conduct for the indigenous subjects and the languages are segregated from the National territory, which constitutes a non-place for them. It is concluded that the discursive contradiction is constitutive of linguistic policies in the contemporaneity, to the extent that the inclusion takes place under conditions regulated by the state, whose proposals delimit inclusion of the language in a territory and the exclusion of another one. So the linguistic policy rules not only the determination as to which geographical space can an indigenous language occupy, but also the manner and circumstances in which it can be used, such as being the oral instruction language for contents related to indigenous culture. Therefore, a linguistic identity is promoted split between local and national once it is the Portuguese Language that, besides being used in indigenous territories, allows the exercise of legal rights, economic transactions, in short, the exercise of citizenship while indigenous language is unable to transcend the limits established. So when promoting the territorialization of the language and its delimitation of functions, the restriction of bilingualism and Cultural Diversity promotion happens.
Data da defesa: 19/10/2011
Código: vtls000192746
Informações adicionais:
Idioma: Português
Data de Publicação: 2011
Local de Publicação: Maringá, PR
Orientador: Prof.ª Dr.ª Ismara Eliane Vidal de Souza Tasso
Instituição: Universidade Estadual de Maringá. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Nível: Dissertação (mestrado em Letras)/
UEM: Programa de Pós-Graduação em Letras

Responsavel: inez
Categoria: Aplicação
Formato: Documento PDF
Arquivo: Dissertação - Margarida Liss.pdf
Tamanho: 3544 Kb (3629032 bytes)
Criado: 03-02-2012 14:30
Atualizado: 03-02-2012 15:48
Visitas: 1475
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