Resumo: O interesse de se buscar formas de estudar a saúde da mulher durante o ciclo gravídico-puerperal vem aumentando nos últimos anos uma vez que, para de fato melhorar a qualidade de vida das gestantes e diminuir a morbimortalidade materna e infantil, é necessário conhecer as possíveis complicações que possam acometê-las. Analisar a morbidade materna de residentes no Estado do Paraná, em 2010. Estudo descritivo e exploratório das internações de mulheres, entre 10 a 49 anos, financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A fonte de dados foi o Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH-SUS). Para a construção do banco de estudo foram selecionadas todas as internações com diagnóstico principal no Grupo "O", Gravidez, Parto e Puerpério, da 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doença (CID-10) e os procedimentos obstétricos para aquelas internações por outras causas. Das 246.048 internações de mulheres de 10 a 49 anos foram analisadas 113.056 das quais 111.409 (98,54%) tinham diagnóstico principal no grupo "O" da CID-10. Para o banco final de intercorrências obstétricas, desconsideraram-se os casos que não indicava uma possível complicação materna, como a exclusão das internações que ocorreram para finalidade do parto, sem outras variáveis de gravidade envolvida. Das 35.147 intercorrências obstétricas, 34.613 foram selecionadas pelo diagnóstico no grupo "O" (Gravidez, Parto e Puerpério) e 534 foram selecionadas pelos procedimentos realizados e pelo diagnóstico secundário. Observou-se que 26,9% da morbidade materna ocorreram na faixa etária de 20 a 24 anos. Em relação à taxa de intercorrência obstétrica aumenta progressivamente com a idade, mínimo de 33,4% para as mulheres de 15 a 19 anos e máximo de 125,9% para as de 45 a 49 anos. Os principais motivos de internações ocorreram por complicações do trabalho de parto e do parto (27,6%), por gravidez que termina em aborto (24,1%) e por assistência prestada à mãe por motivos ligados ao feto e à cavidade amniótica e por possíveis problemas relativos ao parto (17,9%). Já as mulheres com idade superior a 35 anos, 36,9% das internações ocorreram pelo diagnóstico de gravidez que termina em aborto. A taxa de morbidade materna grave (near miss) para o Estado do Paraná foi de 47 internações para cada 1.000 partos ocorridos e, à medida que aumenta a idade das mulheres a taxa também aumenta. A pré-eclâmpsia foi o critério mais frequente entre os casos de morbidade materna grave (near miss), (31,7%); hemorragia grave teve 25,8% dos casos e disfunção imunológica com 15,8%. Os dados mostrados neste estudo apontam que a saúde materna ainda precisa de esforços para reverter o perfil de morbimortalidade. E encontrar esses casos de morbidade materna seja ela grave (near miss) ou não através de um Sistema de Informação pode ser um começo de monitoramento e vigilância das complicações obstétricas, com isso espera-se que a equipe de saúde consiga intervir de forma correta para evitar uma gravidade maior colocando a mulher em risco de vida.
Abstract: In recent years interest in investigating women's health during the pregnancy-puerperal cycle has increased since better knowledge on possible complications in the female is mandatory so that the life quality of pregnant women could be improved and maternal and infant morbidity-mortality decreased. A descriptive and exploratory study is envisaged on the hospitalization of women, aged between 10 and 49 years, by the Brazilian government health system (SUS in Portuguese) from the Hospital Information System data source of the SUS. The construction of study bank was composed of all hospitalizations with Group O main diagnosis, Pregnancy, Birth and Puerperium, of the 10th Revision of the International Classification of Diseases (ICD-10) and obstetric procedures for those hospitalizations by other causes. Further, 113,056 out of 246,048 hospitalizations of females within the 10 - 49 age bracket were analyzed, of which 111,409 (98.54%) fitted within the main diagnosis of Group O of ICD-10. For final obstetric inter-occurrences data bank, the cases which failed to indicate possible maternal complications, such as hospitalizations for birth without any other serious variable involved, were discarded. 34,613 out of 35,147 obstetric inter-occurrences were selected by the Group O diagnosis (Pregnancy, Birth and Puerperium) and 534 were selected by procedures undertaken and by secondary diagnosis. It has been reported that 26.9% of maternal morbidity occurred within the 20 - 24 year bracket. Obstetric inter-occurrence rates increase progressively according to age, or rather, 33.4% for 15 - 19-year old women at the lowest and 125.9% for 45 - 49-year old women at the highest. Main hospitalization motives comprised complications in birth labor and birth (27.6%), pregnancy termed in abortion (24.1%) and assistance provided to the mother due to problems with the fetus and the amniotic cavity and possible problems related to birth (17.9%). In the case of women over 35 years old, 36.9% of hospitalizations occurred due to diagnosis of pregnancy terminating in abortion. Near miss maternal morbidity rate for the state of Paraná, Brazil, amounted to 47 hospitalizations for 1000 births; as age increases, rate follows. Pre-eclampsia was the most frequent criterion among near miss serious maternal morbidity; 25.8% of cases featured serious hemorrhage; 15.8% of cases featured immunological dysfunction. Data show that maternal health must be underscored to invert the morbidity-mortality profile. The start of monitoring and vigilance in obstetric complications may occur when cases of maternal morbidity, near miss or otherwise, by means of Information service are encountered. It is expected that health teams intervene in a concrete way to avoid greater perils which place women within the risk of losing their lives.
Resumen: El interés de buscarse formas de estudiar la salud de la mujer durante el ciclo gravídico-puerperal sigue aumentando en los últimos años una vez que, para de hecho mejorar la calidad de vida de las gestantes y disminuir la morbili mortalidad materna e infantil, es necesario conocer las posibles complicaciones que puedan acometerlas. Analizar la morbilidad materna de residentes en el Estado de Paraná, en 2010. Estudio descriptivo y exploratorio, de las internaciones de mujeres, entre 10 a 49 años, financiadas por el Sistema Único de Salud (SUS). La fuente de datos fue el Sistema de Información Hospitalario de SUS (SIH-SUS). Para la construcción del banco de estudio se seleccionaron todas las internaciones con diagnóstico principal en el Grupo “O”, Embarazo, Parto y Puerperio, de la 10ª Revisión de la Clasificación Internacional de Enfermedades (CID-10) y los procedimientos obstétricos para aquellas internaciones por otras causas. De las 246.048 internaciones de mujeres de 10 a 49 años se analizaron 113.056 de las cuales 111.409 (el 98,54%) tenían diagnóstico principal en el grupo “O” de la CID-10. Para el banco final de ocurrencias obstétricas se desconsideró los casos que no indicaba una posible complicación materna, como la exclusión de las internaciones que ocurrieron para finalidad del parto, sin otras variables de gravedad arrollada. De las 35.147intercorrencias obstétricas, 34.613 fueron seleccionadas por el diagnóstico en el grupo “O” (Embarazo, Parto e Puerperio) y 534 fueron seleccionadas por los procedimientos realizados y por el diagnóstico secundario. Se observó que el 26,9% de la morbilidad materna ocurrieron entre las edades de 20 a 24 años. En relación a la tasa de ocurrencia obstétrica aumenta progresivamente con la edad, mínimo del 33,4% para las mujeres de 15 a 19 años y máximo de125,9% para las de 45 a 49 años. Los principales motivos de internaciones ocurrieron por complicaciones del trabajo de parto y del parto (el 27,6%), por embarazo que termina en aborto (el 24,1%) y por asistencia prestada a la madre por motivos relacionados al feto y a la cavidad amniótica y por posibles problemas relativos al parto (el 17,9%). Ya las mujeres con edad superior a 35 años el 36,9% de las internaciones ocurrieron debido al diagnóstico de embarazo que termina en aborto. La tasa de morbilidad materna grave (near miss) para el estado de Paraná fue de 47 internaciones para cada 1000 partos ocurridos y, a medida que aumenta la edad de las mujeres la tasa también aumenta. La pre-eclampsia fue el criterio más frecuente entre los casos de morbilidad materna grave (near miss), el 31,7%, hemorragia grave tuvo el 25,8% de los casos y disfunción inmunológica con el 15,8%. Los datos mostrados en este estudio apuntan que la salud materna todavía necesita de esfuerzos para reverter el perfil de morbi-mortalidad. Y encontrar esos casos de morbilidad materna sea ella grave (near miss) o no por medio de un Sistema de Información puede ser un inicio de acompañamiento o y vigilancia de las complicaciones obstétricas, con eso se espera que el equipo de salud consiga intervenir de forma correcta para evitar una gravedad mayor colocando la mujer en riesgo de vida. |