Resumo: O Diabetes mellitus tipo 2 é um fenômeno mundial que vem crescendo de forma acelerada no Brasil. Avaliar a efetividade de estratégias de acompanhamento dos indivíduos com diabetes é fundamental para aprimorar-lhes a assistência. O objetivo deste estudo foi o de avaliar a efetividade da intertervenção educativa individual e em grupo utilizados em um programa de acompanhamento ao indivíduo com Diabetes mellitus tipo 2, quanto ao conhecimento sobre a doença, seu impacto na qualidade de vida, na adoção de ações de autocuidado e nos resultados clínicos e laboratoriais. O estudo é longitudinal prospectivo, realizado com uma amostra de 150 indivíduos, participantes de um Programa de Acompanhamento ao Paciente Crônico da cidade de Londrina-PR, selecionados por conveniência. Os dados foram coletados no período de outubro de 2011 a fevereiro de 2012, em entrevista semiestruturada e aplicação de quatro instrumentos: questionário de caracterização; questionário de conhecimento do diabetes (DKN-A); questionário de impacto do diabetes na qualidade de vida (PAID) e questionário de aderência às atividades de autocuidado no paciente diabético (QAD). Para análise dos dados utilizou-se o programa Software R. Para avaliar a proporção entre as variáveis foi utilizado o Teste não paramétrico para proporções, o Teste de Fisher e o Teste de Kruscall Wallis. Para a análise das variáveis entre os grupos foi utilizado o Teste de Wilcoxon, para todos os testes foi considerando intervalo de confiança de 95%. Os resultados mostram que a maioria dos indivíduos era do sexo feminino, de cor branca, morava com companheiro / esposo (a), tinha mais de oito anos de estudo e renda individual média de cinco salários mínimos. A comorbidade mais relatada foi a hipertensão arterial. Em ambos os modelos de intervenção realizados, consulta de enfermagem individualizada e participação em grupo, foram observadas melhoras dos indicadores após seis meses de acompanhamento. Para os participantes acompanhados individualmente observou-se um aumento médio no nível de conhecimento de 10,66% após três meses e de 15,65 % após seis meses. Já para os indivíduos da intervenção em grupo houve um aumento do nível de conhecimento de 12,56% após três meses e de 20,38% após seis meses. O impacto do diabetes na qualidade de vida diminuiu nos dois grupos, e foi mais acentuado no segundo momento avaliado (17,63% e 20,11% nos indivíduos da intervenção individual e 27,50% e 38,41% nos indivíduos do grupo). Em relação à adoção de ações de autocuidado observou-se aumento no primeiro momento e redução após os seis meses (aumento de 5,60% e redução de 32,42%; aumento de 20,92% e redução de 22,54% respectivamente para intervenção individual e em grupo), demonstrando que, na intervenção em grupo, a adoção das práticas de autocuidado são mais duradouras. De modo geral não foi observada diferença na efetividade das duas modalidades de intervenção em relação aos indicadores clínicos e laboratoriais. Conclui-se que os dois modelos de intervenção em análise, a individual e em grupo, são capazes de auxiliar os indivíduos com Diabetes mellitus tipo 2 à medida que favorecem o conhecimento sobre a doença, diminuem o impacto na qualidade de vida e promovem a aderência às práticas de autocuidado.
Abstract: Type 2 Diabetes mellitus is a worldwide phenomenon that has grown rapidly in Brazil. Evaluating the effectiveness of strategies for monitoring individuals with diabetes is essential to improve assistance to these people. The objective of the study was to evaluate the effectiveness of educational intervention of individual and group used in a monitoring program for individuals with type 2 Diabetes mellitus, with regard to knowledge about the disease, impact of diabetes on quality of life, adoption of self-care actions, as well as clinical and laboratory results. It is a longitudinal prospective study, using a sample consisting of 150 individuals who took part in a monitoring program for chronic patients in the city of Londrina-PR, selected by convenience. Data were collected from October 2011 to February 2012, using semi-structured interviews and applying four instruments: characterization questionnaire; Diabetes Knowledge Assessment (DKN-A) questionnaire; Problem Areas in Diabetes (PAID) questionnaire; and the Summary of Diabetes Self-Care Activities (SDSCA) questionnaire. Software R was used for data analysis. To evaluate the ratio between variables, the non-parametric ratio test, Fisher test and Kruskal-Wallis test were used. The Wilcoxon test was used for analysis of variables within the groups; a confidence interval of 95% was considered for all tests. The results show that most individuals were female, Caucasian, lived with a partner/spouse, had over eight years of schooling and mean individual income of five times the minimum wage. The most frequently reported comorbidity was arterial hypertension. In both intervention models - individual nursing consultation and group participation - improvements in the indicators were seen after six months of monitoring. For participants monitored individually, a mean improvement of 10.66% was observed in the level of knowledge after three months, and 15.65% after six months. For those in the group intervention, there was an increase of 12.56% in the level of knowledge after three months, and 20.38% after six months. The impact of diabetes on quality of life decreased in both groups and more intensely in the second evaluated time (17.63% and 20.11% for individuals in the individual intervention, and 27.50% and 38.41% for individuals in the group).With regard to adoption of self-care actions, an increase was observed initially, with reduction after the six months (5.60% increase and 32.42% decrease; 20.92% increase and 22.54% decrease, for individual and group intervention, respectively), demonstrating to a certain extent that the adoption of self-care practices is most enduring in group interventions. In general, no difference was observed in the effectiveness of either intervention modality with regard to clinical and laboratory indicators. It is concluded that both intervention models under analysis - individual and group - are capable of helping individuals with type 2 Diabetes mellitus, as they favor knowledge about the disease, reduce the impact on quality of life and promote compliance with self-care practices. |