Resumo: A raiva é uma doença com alta letalidade e a profilaxia pós-exposição é de extrema importância e visa reduzir eventos adversos e o tratamento profilático apresenta-se como uma estratégia importante. A decisão para o tipo de tratamento depende das características da lesão, espécie e condição do animal agressor, que vai determinar se há ou não necessidade de vacinação e/ou uso de soro anti-rábico. Este estudo teve como objetivo identificar a adequabilidade do primeiro atendimento anti-rábico pós-exposição nas 22 Regionais de Saúde do Estado do Paraná, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2010. Os dados foram obtidos a partir dos registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Para analisar o perfil do tratamento foi realizado freqüência simples das variáveis categóricas, e para condutas profiláticas, foram realizadas análises univariada por meio do qui-quadrado e regressão logística, com um intervalo de confiança de 95% e um nível de significância <0,05 para a variável desfecho. Houve 39.087 casos, com o maior número de casos para o sexo masculino com 55,14%, os adultos de 20 a 59 anos com 45,00% e 58,04% para os indivíduos com Ensino Fundamental incompleto. O cão foi o principal agressor com 92,69% e a mordida foi o tipo de agressão mais freqüente (82,11%). Verificou-se que em 40,82% o tratamento estava inadequado. Na análise multivariada, a população com maior risco de receber tratamento inadequado foi os indivíduos do sexo masculino, os indivíduos de 13-19 anos e os indivíduos que residem na região periurbana. Observou-se também que as Regionais de Saúde localizadas em centros urbanos foram consideradas fatores de proteção para o tratamento adequado, bem como: feridas profundas e/ou dilacerantes. Indivíduos que foram dispensados de tratamento apresentaram 207,88 vezes mais chances de ter um tratamento inadequado quando comparados com indivíduos que receberam a vacina e observação do animal. O treinamento de profissionais de saúde, a fim de melhorar a investigação de casos de indicação correta do tratamento profilático é de extrema importância, assim como as campanhas de prevenção de animais potencialmente transmissores da raiva para a população em geral.
Abstract: Rabies is a disease with high lethality and the post-exposure prophylaxis is of utmost importance. The post-exposure prophylaxis of rabies aims to reduce adverse events, and prophylactic treatment presents itself as an important strategy. The decision for the type of treatment depends on the characteristics of the lesion, species and condition of the animal aggressor, who will determine whether or not there is need of the vaccination and use of serum antirabies. This study aimed to analyze the profile of the antirabies treatment and evaluate the appropriateness of the prophylactic treatment post-exposure, occurred in 2010 in the state of Paraná. Data were obtained from records of Information System for Notification Diseases. To analyze the profile of the treatment was accomplished simple frequency of categorical variables and calculation of incidence of treatment. To prophylactic conduct were performed univariate analysis using the chi-square and regression, with a confidence interval of 95% and a significance level of <0.05 for outcome variable. There were 39,087 cases, with the largest number of cases for males with 55.14% for adults aged 20 to 59 years old with 45.00% and 58.04% for individuals with incomplete elementary schooling. The dog was the main aggressor in 92.69% and the bite was the kind of exposure most frequently (82.11%). It was found that 40.82% were the inadequate treatment. In bivariate analysis the population with the highest risk of receiving inadequate treatment were the men, individuals 13-19 years and individuals residing in the urban periphery. It was also observed that the Regional Health centers were considered protective factors for inadequacy treatment, as well as deep wounds and lacerating. Individuals who were dispensed from treatment presenting 207.88 times more likely to have inadequacy treatment when compared to individuals who received vaccine and observation of the animal. The coaching of health professionals in order to improve the investigation of cases to correct indication of prophylactic treatment is of utmost importance, as well as prevention campaigns of animals potentially transmitting rabies to the general population.
Resumen: La rabia es una enfermedad con alta letalidad y la profilaxis post exposición es de extrema importancia. La profilaxis post exposición de la rabia pretende reducir eventos adversos y el tratamiento profiláctico se presenta como una estrategia importante. La decisión para el tipo de tratamiento depende de las características de la lesión, especie y condición del animal agresor, que va a determinar si hay o no necesidad de vacunación y el uso de suero antirrábico. Este estudio tuvo como objetivo analizar el perfil del tratamiento antirrábico y evaluar la adecuación del tratamiento profiláctico post exposición, ocurrido en 2010, en el estado de Paraná. Los datos fueron obtenidos a partir de los registros del Sistema de Información de Agravios de Notificación. Para analizar el perfil del tratamiento fue realizado frecuencia simple de las variables categóricas y el cálculo de incidencia del tratamiento. Para conductas profilácticas, fueron realizados análisis univariado por medio del Chi cuadrado y regresión, con un intervalo de confianza de 95% y un nivel de significancia <0,05 para la variable desenlace. Hubo 39.087 casos, con el mayor número de casos para el sexo masculino con 55,14%, los adultos de 20 a 59 años con 45,00% y 58,04% para los individuos con enseñanza fundamental incompleta. El perro fue el principal agresor con 92,69% y la mordida fue el tipo de exposición con más frecuencia (82,11%). Se verificó que en 40,82% el tratamiento estaba inadecuado. En el análisis bivariado la población con mayor riesgo de recibir tratamiento inadecuado fueron los hombres, individuos de 13-19 años y los individuos que residen en la región periurbana. Se observó también que las regionales de salud ubicadas en centros urbanos fueron consideradas factores de protección para el tratamiento inadecuado, así como heridas profundas y dilacerantes. Individuos que fueron dispensados de tratamiento presentaron 207,88 veces más probabilidades de tener un tratamiento inadecuado cuando comparados con individuos que recibieron la vacuna y observación del animal. El entrenamiento de profesionales de salud, a fin de mejorar la investigación de casos de indicación correcta del tratamiento profiláctico es de extrema importancia, así como campañas de prevención de animales potencialmente transmisibles de la rabia a la población en general. |