Resumo: O presente trabalho, na perspectiva da Antropologia do Consumo e da cultura material, considerando o contexto do consumo na contemporaneidade e a centralidade da comunicação e sua materialidade no universo urbano, busca analisar a manifestação e a circulação de práticas ou conteúdos culturais, associados ao telefone celular, no cotidiano de crianças em seu círculo social. Trata-se de uma etnografia que acompanhou o cotidiano de onze crianças, entre nove e doze anos, no máximo, por um período de treze meses, de duas cidades da região noroeste do estado do Paraná/BR, pertencentes a famílias de camadas médias e com perfis socioculturais semelhantes. Através deste estudo, espera-se destacar a riqueza e complexidade das dimensões materiais e simbólicas, envolvidas nos processos cotidianos, ou seja, como as práticas de consumo, relacionadas aos telefones celulares, influenciam essas crianças não só nas relações familiares, como também no círculo social ao qual pertencem. E ainda como tais processos comunicacionais vêm dando visibilidade a essas novas crianças e colaborando para a construção social de sua autonomia.
Abstract: This paper, from the perspective of Anthropology of Consumption and material culture, considering the context of consumption and the centrality of communication and its materiality in urban universe, aims to analyze the expression and circulation practices or cultural content associated with the cell phone in everyday life children in their social circle. It is an ethnography that accompanied the daily eleven children between nine and twelve, at most, for a period of thirteen months, in two cities in the northwestern region of Paraná, belonging to the middle class and families with similar socio-cultural profiles. Through this study, is expected to highlight the richness and complexity of the material and symbolic dimensions involved in the daily processes, ie how consumption practices related to mobiles phones, these kids not only affect family relations, but also in the circle social to which they belong. And as such communication processes are giving visibility to the social construction of their autonomy. |