Resumo: A gestação de alto risco aumenta a probabilidade de evolução desfavorável, tanto para a mãe como para o feto, sendo responsável, muitas vezes, pelas elevadas taxas de parto prematuro e óbito neonatal. Esses eventos são considerados problemas de saúde pública em nível mundial e indicadores importantes da saúde materno-infantil. O objetivo da pesquisa foi analisar os fatores associados à prematuridade e óbito neonatal de crianças nascidas de partos hospitalares, a partir do acompanhamento das gestantes no ambulatório de alto risco da Rede Mãe Paranaense. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, de base documental, realizado com crianças nascidas de partos hospitalares de mães acompanhadas pelo ambulatório de alto risco de um hospital filantrópico de Maringá no período de setembro de 2012 a setembro de 2013. Os dados foram coletados, entre os meses de maio e agosto de 2014, a partir do prontuário da gestante, do registro de nascimento do recém-nascido e da Declaração de Óbito. Os dados coletados foram transcritos para planilha eletrônica do programa Microsoft Office Excel 2010® e processados utilizando o programa Statística 7.1 e Epi Info 3.5.2. Para pesquisar a associação entre as variáveis dependentes (nascimento prematuro e óbito neonatal) e as independentes, foi utilizada a análise bruta, Odds Ratio e qui-quadrado. Utilizou-se análise multivariada, por meio da regressão logística, com nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%. Utilizou-se ainda análise espacial com dados sobre prematuridade dos 30 municípios que compreendem a 15º Regional de Saúde do Paraná, por meio da Análise Exploratória de Dados Espaciais. A prevalência de parto prematuro foi de 19,1%. A análise multivariada mostrou que mulheres com hipertensão arterial moderada a grave e com hipotireoidismo apresentaram menos chance de parto prematuro. As variáveis: trabalho de parto prematuro em gestação anterior e gestação múltipla apresentaram associação com o nascimento prematuro. O método de escore para agendamento de consultas não permitiu a predição da prematuridade. Dentre os diferentes indicadores socioeconômicos e demográficos analisados, duas variáveis apresentaram associação espacial com a prematuridade: distância do ambulatório de referência para atendimento da gestante de alto risco e taxa de desemprego, com autocorrelação espacial positiva (I=0,2156, p=0,012) e (I=0,1877, p=0,016), respectivamente, indicando que quanto maior a distância do município de residência da gestante e também a taxa de desemprego maioro número de prematuros. O coeficiente de mortalidade neonatal foi de 17,7 óbitos/1.000 nascidos vivos, sendo sua maioria no período neonatal precoce (76,9%). A análise multivariada mostrou que o trabalho de parto prematuro, malformação fetal e gestação múltipla foram as intercorrências clínicas associadas ao óbito neonatal. Recém-nascidos prematuros, com muito baixo peso ao nascer e Índice de Apgar menor que 7 no 5º minuto de vida apresentaram risco elevado de morte.Conclui-se que a identificação de fatores de risco para a prematuridade e o óbito neonatal podem auxiliar no planejamento de ações para consolidação da rede perinatal, com reestruturação e qualificação dos processos assistenciais no pré-natal da gestante de alto risco, parto e no cuidado ao recém-nascido.
Abstract: The high-risk pregnancy increases the probability of an adverse evolvement, both of the mother and the fetus, and it is often responsible by high rates of premature birth and neonatal death. These events are considered public health problems worldwide and important indicators of maternal and child health. The objective of the research was to evaluate factors associated with prematurity and neonatal mortality of children born in hospitals, through the monitoring of pregnant women at high risk ambulatory of Parana´s Mother Network. This is an epidemiological, cross-sectional study of documentary basis, conducted with children born of mothers assisted by the high risk ambulatory of a philanthropic hospital in Maringá from September 2012 to September 2013. Data were collected between May and August 2014, through the medical records of pregnant women, newborn´s birth certificate and death certificate. The collected data were entered into spreadsheet Microsoft Office Excel 2010® and processed using the Statistica 7.1 program and Epi Info 3.5.2. In order to search the association between the dependent variables (preterm birth and neonatal death) and the independent, gross analysis, Odds Ratio and chi-square were applied. It was utilized multivariate analysis by logistic regression, with a significance level of 5% and 95% confidence interval. It was also employed spatial analysis with data on prematurity of the 30 municipalities that are part of the 15 Health Regional of Paraná, through the Exploratory Spatial Data Analysis. The prevalence of preterm birth was 19.1%. The multivariate analysis showed that women with moderate to severe hypertension and hypothyroidism have less chance of premature birth. The variables: preterm labor in a previous pregnancy and multiple pregnancy were associated with premature birth. The scoring method for scheduling consultations did not allow the prediction of prematurity. Among the different socioeconomic and demographic indicators analyzed, two variables presented spatial association with prematurity: distance from the reference center for treatment of high risk pregnancies and unemployment rate, with positive spatial autocorrelation (I = 0.2156, p = 0.012) and (I = 0.1877, p = 0.016), respectively, indicating that the greater the distance of the mother´s residence and also unemployment, the higher the rate of preterm infants. The neonatal mortality coefficient was 17.7 deaths/1.000 live births, most of them occurring in the early neonatal period (76.9%). The multivariate analysis demonstrated that the preterm labor, fetal malformation and multiple pregnancy were the clinical complications associated with neonatal death. Premature newborns, with very low birth weight and Apgar score lower than 7 at 5 minutes after delivery presented high risk of death. In conclusion, the identification of risk factors for preterm birth and neonatal mortality may help in the planning of actions for the perinatal network consolidation, with the restructuring and qualification of the assistance processes in the prenatal of high risk pregnancies, childbirth and newborn care.
Resumen: El embarazo de alto riesgo aumenta la probabilidad de un resultado adverso, tanto para la madre como para el feto, lo que representa, a menudo por altas tasas de nacimiento prematuro y muerte neonatal. Estos eventos se consideran problemas de salud pública en todo el mundo y los indicadores importantes de la salud materno-infantil. El objetivo de la investigación fue evaluar los factores asociados con la prematuridad y la muerte neonatal de los niños nacidos de los hospitales, del seguimiento de las mujeres embarazadas en la clínica de alto riesgo Red Madre Paranaense. Se trata de un estudio epidemiológico, transversal, documental, realizado con los niños nacidos de partos del hospital, de madres acompanhadas por la clínica de alto risco de un hospital filantrópico de Maringa desde septiembre 2012 a septiembre 2013. Los datos fueron recolectados entre mayo y agosto de 2014, a través de las historias clínicas de las mujeres embarazadas, la partida de nacimiento del recién nacido y del certificado de defunción. Los datos recogidos se introdujeron en una hoja de cálculo de Microsoft Office Excel 2010® y procesados mediante el programa Statistica 7.1 y Epi Info 3.5.2. Para buscar la asociación entre las variables dependientes (nacimiento prematuro y la mortalidad neonatal) y el análisis independiente, bruto se utilizó, Odds Ratio y chi-cuadrado. Se utilizó el análisis multivariante mediante regresión logística, con un nivel de significación del 5% y un intervalo de confianza del 95%. También se utilizó el análisis espacial con los datos sobre la prematuridad de los 30 municipios que conforman el 15 Regional de Salud de Paraná, a través del análisis exploratorio de datos espaciales. La prevalencia de partos prematuros fue del 19,1%. El análisis multivariante mostró que las mujeres con hipertensión moderada a severa y el hipotiroidismo tienen menos posibilidades de parto prematuro. Variables: trabajo de parto prematuro en un embarazo anterior y de embarazo múltiple se asociaron con el parto prematuro. El método de puntuación para la programación de citas no permitió la predicción de la prematuridad. Entre los diferentes indicadores socioeconómicos y demográficos analizados, dos variables presentaron asociación espacial con la prematuridad: referencia ambulatorio distancia para el tratamiento de los embarazos de alto riesgo y la tasa de desempleo, con autocorrelación espacial positiva (I = 0,2156, p = 0,012) y (I = 0,1877, p = 0,016), respectivamente, lo que indica que cuanto mayor sea la distancia del municipio de residencia de la madre y la tasa de desempleo mayor será el numero de la prematuridad. La tasa de mortalidad neonatal fue de 17,7 muertes/1.000 nacimientos vivos, sobre todo en el período neonatal precoz (76,9%). El análisis multivariante mostró que el trabajo de parto prematuro, malformaciones en el feto y el embarazo múltiple fueron las complicaciones clínicas asociadas con la muerte neonatal. Los recién nacidos prematuros con muy bajo peso al nacer y la puntuación de Apgar menor de 7 a los 5 minutos de vida mostraron un alto riesgo de muerte. De ello se desprende que la identificación de factores de riesgo de parto prematuro y muerte neonatal puede ayudar en la planificación de acciones para la consolidación de la red perinatal, la reestructuración y la calificación procesos asistencias en el prenatal de embarazos de alto riesgo, el parto y la atención recién nacido. |