Resumo: A hospitalização no período neonatal é algo cada vez mais frequente nos dias atuais. O nascimento de bebês prematuros contribui para longos períodos de internação com consequente aumento de situações estressoras e de procedimentos dolorosos, que quando não são executados de maneira adequada e com o mínimo cuidado necessário, acarretam consequências que irão repercutir de maneira significativa no desenvolvimento futuro desse bebê. Pensando na importância do cuidado e da presença do profissional enfermeiro, por ser líder da equipe de enfermagem, e por estar mais próximo desse recém-nascido hospitalizado, a presente questão de pesquisa que nos conduziu ao desenvolvimento deste estudo foi "Como os enfermeiros definem a dor?" "Como ocorrem as práticas de manejo da dor no cotidiano da assistência?" "Quais fatores interferem para o sucesso das estratégias de alívio do desconforto?" Procurando sanar minhas dúvidas internas e profissionais, busco, com esta pesquisa, desvelar a concepção dos enfermeiros acerca da dor em neonatologia, descrever quais as principais estratégias utilizadas para mensuração, controle e prevenção da dor, e levantar fortalezas e fragilidades do contexto assistencial para a implementação de protocolos para o manejo da dor. Portanto, objetivei neste estudo desvelar a prática assistencial de enfermeiros no manejo da dor em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN). Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, de abordagem qualitativa. Foram entrevistados 12 enfermeiros que atuam em duas unidades neonatais distintas, de dois municípios do noroeste do Paraná. A fim de complementar os dados qualitativos, também foi realizado um período de observação não participante de ambas as unidades, cuja duração foi de 45 dias, e contemplou todos os turnos de trabalho, nos horários de maior atividade intervencionista. Associado à contabilização dos procedimentos, uma escala de dor foi aplicada durante a intervenção dolorosa, para quantificar o escore de dor para classificá-la em dor mínima, moderada ou intensa. A análise dos relatos foi realizada baseada na análise temática de conteúdo de Bardin, e os participantes foram codificados com a letra E de entrevista, seguida do número arábico da sequência em que foram realizadas as entrevistas. Os dados numéricos foram apresentados em frequência absoluta e relativa. A realização da pesquisa foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética Permanente em Pesquisa com Seres Humanos (Copep-UEM) da Universidade Estadual de Maringá, sob parecer 919.268. Da apreciação dos resultados, construíram-se dois manuscritos: "Manejo da dor em unidade de terapia intensiva neonatal: como estamos fazendo?" e "Procedimentos realizados em unidade de terapia intensiva neonatal: subsídios para melhoria da assistência". O primeiro evidenciou as seguintes categorias temáticas: Processo de avaliação da dor; Registro da dor: onde e como é realizado; Estratégias de alívio da dor do RN; e Consequências da dor no desenvolvimento do bebe internado em UTIN. O segundo manuscrito, de cunho descritivo e observacional, possibilitou acompanhar 118 procedimentos dolorosos, sendo que apenas 34 deles receberam intervenções de alívio. Conclui-se que a lacuna existente entre teoria e prática ainda persiste, e repercute de maneira negativa na assistência prestada. Infelizmente diminuir a quantidade de procedimentos que o neonato hospitalizado recebe é algo difícil e distante, tamanha quantidade de prematuros extremos que ocupam os leitos de UTIN. Portanto, é preciso trabalhar estratégias de implementação de bundles de manejo da dor, dando ênfase às medidas não farmacológicas e que são cientificamente comprovadas como eficazes no alívio do desconforto.
Abstract: Hospitalization during the neonatal period is increasingly common nowadays. The birth of premature babies contributes towards long hospitalization periods with consequent increase in stress situations and painful procedures. When not executed properly and with minimal care, their consequences will reverberate significantly in the future development of the baby. Analyzing the importance of care and the presence of professional nurses, the nursing team leaders, and due to their closeness to the hospitalized newborn, current research deals with the following questions: How do nurses define pain? How is pain managed in day-to-day care? What factors contribute towards the success of strategies in the relief of pain? So that professional doubts may be solved, current research demonstrates nurses´ ideas on pain in neonatology, describes the main strategies to assess, control and prevent pain, and brings forth strengths and weaknesses within the care context for the implementation of protocols for pain management. Current investigation probes into healthcare practice of nurses in pain management in neonatal intensive care units (NICU). The descriptive, exploratory, qualitative approach comprised interviews with 12 nurses working in two different neonatal units, in two municipalities in the northwestern region of the state of Paraná, Brazil. Supplementation of qualitative data included a 45-day non-participating observation period of the two units, included all shifts, during the greatest interventionist activity period. Coupled to normal procedures, a pain scale was applied during painful interventions to quantify the pain scores for classification in minimal, moderate and severe pain. Analysis of reports was based on Bardin´s thematic analysis contents. Participants were coded with letter E (interview), followed by the Arabic numeral of the sequence in which they were held. Numerical data were given in absolute and relative frequency. Research was approved by the Standing Committee in Ethics on Human Research (COPEP-UEM) of the State University of Maringa (Protocol 919,268). The assessment of results foregrounded two manuscripts: "Management of pain in neonatal intensive care unit: how are we doing?" and "Procedures in a neonatal intensive care unit: Guidelines for care improvement." The first article showed the following thematic categories: Pain assessment process; Pain record: where and how it is done; Relief strategies for pain experienced by RB; Consequences of pain in the development of the baby admitted to the NICU. The second manuscript, featuring a descriptive and observational report, registers the monitoring of 118 painful procedures, with only 34 comprising any relief interventions. Results show that the gap between theory and practice still persists and affects negatively the care provided. Decrease in the amount of procedures that the hospitalized newborn babies receive is difficult due to the great number premature infants who occupy the NICUs. Implementation strategies for pain management bundles should be undertaken, emphasizing non-pharmacological measures which are also scientifically effective in pain relief.
Resumen: La hospitalización en el período neonatal es algo cada vez más frecuente en los días actuales. El nacimiento de bebés prematuros contribuye para largos períodos de internación con consecuente aumento de situaciones estresantes y de procedimientos dolorosos, que cuando no son ejecutados de manera adecuada y con el mínimo cuidado necesario, envuelven consecuencias que repercutirán de manera significativa en el desarrollo futuro de ese bebé. Pensando en la importancia del cuidado y de la presencia del profesional enfermero, por ser líder del equipo de enfermería, y por estar más cercano de ese recién-nacido hospitalizado, la presente cuestión de investigación que nos condujo al desarrollo de este estudio fue: ¿Cómo los enfermeros definen el dolor? ¿Cómo ocurren las prácticas de manejo del dolor en el cotidiano de la asistencia? ¿Cuáles factores interfieren para el éxito de las estrategias de alivio del incómodo? Procurando sanar mis dudas internas y profesionales, busco, con esta investigación, desvelar la concepción de los enfermeros acerca del dolor en neonatología, describir cuáles las principales estrategias utilizadas para evaluación, control y prevención del dolor, y levantar los puntos fuertes y frágiles del contexto asistencial para la implementación de protocolos para el manejo del dolor. Por lo tanto, se tuvo por objetivo en este estudio: analizar la práctica asistencial de enfermeros en el manejo del dolor en unidad de terapia intensiva neonatal (UTIN). Se trata de una investigación descriptiva, exploratoria, de abordaje cualitativa, en la cual se entrevistaron 12 enfermeros que actúan en dos unidades neonatales distintas, de dos municipios del noroeste de Paraná. Para complementar los datos cualitativos, también se realizó un período de observación no participante de ambas unidades, cuya duración fue de 45 días, y contempló todos los turnos de trabajo, en los horarios de más actividad intervencionista. Asociado a la contabilización de los procedimientos, una escala de dolor fue aplicada durante la intervención dolorosa, con la finalidad de cuantificar el escore de dolor para clasificarla en dolor mínima, moderada o intensa. El análisis de los relatos se realizó basada en el análisis temática de contenido de Bardin, y los participantes fueron codificados con la letra E de entrevista, seguida del número arábico de la secuencia en que fueron realizadas. Los datos numéricos fueron presentados en frecuencia absoluta y relativa. La realización de la investigación fue previamente aprobada por el Comité de Ética Permanente en Pesquisa con Seres Humanos (COPEP-UEM) de la Universidad Estadual de Maringá, bajo parecer 919.268. De la apreciación de los resultados, se construyeron dos manuscritos: "Manejo del dolor en unidad de terapia intensiva neonatal: ¿cómo estamos haciendo?" y "Procedimientos realizados en unidad de terapia intensiva neonatal: subsidios para mejora de la asistencia". El primer evidenció las siguientes categorías temáticas: Proceso de evaluación del dolor; Registro del dolor: donde y como es realizado; Estrategias de alivio del dolor del RN; y Consecuencias del dolor en el desarrollo del bebé internado en UTIN. El segundo manuscrito, de cuño descriptivo y observacional, posibilitó acompañar 118 procedimientos dolorosos, siendo que apenas 34 de ellos recibieron intervenciones de alivio. Se concluyó que la laguna existente entre teoría y práctica aún persiste, y repercute de manera negativa en la asistencia prestada. Infelizmente disminuir la cantidad de procedimientos que el neonato hospitalizado recibe es algo difícil y distante, tamaña cuantidad de prematuros extremos que ocupan las camas de UTIN. Por eso es necesario trabajar estrategias de implementación de bundles de manejo del dolor, dando énfasis a las medidas no farmacológicas y que son científicamente comprobadas como eficaces en el alivio del incómodo. |