Resumo: O objetivo deste estudo foi analisar a tendência e a distribuição epidemiológica dos aspectos relacionados ao método de suicídio no Estado do Paraná, de 1996 a 2012, segundo sexo, idade, escolaridade, situação conjugal, local de ocorrência e regional de saúde. Os dados de mortalidade foram obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade e analisados por categorias da 10ª Classificação Internacional de Doenças: "autointoxicação por pesticida" (X68); "enforcamento" (X70); "arma de fogo" (X72-X75) e "outros métodos" (X60-X67, X69, X71, X76-X84). Para a tendência da mortalidade por suicídio, os dados foram agrupados em quatro períodos - 1996 a 2000, 2001 a 2004, 2005 a 2008, 2009 a 2012 e analisados estatisticamente por meio dos modelos de regressão polinomial. Para a distribuição epidemiológica dos aspectos relacionados ao método de suicídio, os dados foram agrupados em dois períodos - 1996 a 2000 e 2009 a 2012 -, e a análise estatística descritiva e inferencial, realizada pelo teste de qui-quadrado/x2 e medida de associação. As Macrorregionais e 63,6% das Regionais de Saúde conferiram tendência decrescente nas taxas de mortalidade por suicídio, exceto na Macrorregional Leste, a primeira Regional de Saúde - Paranaguá que apresentou tendência crescente. Verificou-se, também, tendência de declínio nas taxas de mortalidade por suicídio para ambos os sexos. No entanto, o sexo masculino conferiu taxa média mais elevada em relação ao feminino (13,8; 3,3 por 100 mil habitantes, respectivamente). Houve decréscimo nas taxas de mortalidade por suicídio para o sexo masculino da Macrorregional Leste na segunda Regional - Metropolitana (r2 = 0,81; p<0,001) e da Macrorregional Noroeste na 12ª Regional - Umuarama (r2 = 0,76; p<0,001) e, dentre as Macrorregionais, a Oeste atingiu a maior taxa (β0 = 19,3). Para o sexo feminino, houve decréscimo para a Macrorregional Norte na 17ª regional - Londrina (r2 = 0,96; p<0,001). Declínio também foi verificado em indivíduos do sexo masculino de 65 anos e mais ao contrário da população feminina com idade entre 15 a 44 anos a 45 a 64 anos. No período de 1996 a 2000 identificaram-se maiores taxas de mortalidade por suicídio, tanto para o sexo masculino, quanto feminino (acima de 15 e 5 óbitos por 100 mil habitantes, respectivamente). Em relação à distribuição epidemiológica, verificou-se aumento da mortalidade por enforcamento nos períodos de 1996 a 2000 e 2009 a 2012. Associação entre o sexo masculino e idade superior a 45 anos foi constatada no período de 1996 a 2000; e, no período de 2009 a 2012, o sexo masculino mostrou-se associado à escolaridade acima de 12 anos de estudo, não ter companheiro, com maior razão de chance de o óbito ter ocorrido no domicílio. Taxas de mortalidade pelo método de suicídio apresentaram-se mais elevadas na Macrorregional Oeste. Os achados do presente estudo constituem-se em importantes ferramentas para o monitoramento da mortalidade por esse fenômeno, propiciando subsídios para a implementação de ações/estratégias intersetoriais locais. Esses dados podem contribuir ainda para a capacitação dos profissionais de saúde, na identificação de potenciais suicidas, refletindo na redução da mortalidade por suicídio no Estado do Paraná.
Abstract: Current study analyzes the trend and the epidemiological distribution of aspects related to suicide methods in the state of Paraná, Brazil, from 1996 to 2012, with regard to gender, age, schooling, marital status, place of occurrence and local health service. Mortality data were obtained from the Mortality Data System and analyzed by categories following the Tenth International Classification of Diseases, namely, "self-intoxication by pesticide" (X68); "?hanging" (X70); "firearms" (X72-X75) and "other methods" (X60-X67, X69, X71, X76-X84). Data were grouped into four periods - 1996 to 2000; 2001 to 2004; 2005 to 2008; 2009 to 2012 - to analyze mortality trends by suicide, and statistically analyzed by polynomial regression models. For the epidemiological distribution of aspects related to suicide method, data were grouped into two periods - 1996 to 2000 and 2009 to 2012, whilst descriptive and inferential statistics analysis was performed by the x2 test and association measure with Odds Ratio. Health Macroregions and 63.6% of Health Regional Units revealed decreasing trends in mortality rates by suicide, with the exception of the Eastern Macroregion at the First Health Regional Unit (Paranaguá) with revealed increasing trends. There was also a decreasing trend in deaths by suicide for both genders, even though males still have an average higher rate than females (13.8 and 3.3 for 100000 inhabitants, respectively). There was also a decrease in the death rates by suicide in males in the Eastern Macroregion at the 2nd Regional Health Unit (Metropolitan area) (r2 = 0.81; p<0.001) and in the Northwestern Macroregion at the 12th Regional Health Unit (Umuarama) (r2 = 0.76; p<0.001). The western region of the state of Paraná had the highest rate (β0 = 19.3) among the Macroregions. In the case of females, there was a decrease for the Northern Microregion for the 17th Regional Health Unit (Londrina) (r2 = 0.96; p<0.001). A decrease was also reported in over 65-years-old males, contrastingly to females between 15 and 44 years and between 45 and 64 years. Higher mortality rates by suicide occurred between 1996 and 2000 for males and females (<15 and 5 deaths in 100000 inhabitants, respectively). Death by hanging increased between 1996 and 2000 and between 2009 and 2012, whereas an association between males and <45 years was detected between 1996 and 2000. During the 2009-2012 period, males were associated with <12-year schooling, single, at home. The Western Macroregion revealed higher mortality rates by method of suicide. Results provide relevant tools for the monitoring of mortality by suicide since they furnish means for the implementation of intersectorial activities/strategies. Data may also contribute for the upgrading of health professionals in the identification of potential suicides, aiming at a more drastic decrease in deaths by suicide in the state of Paraná.
Resumen: Los objetivos de este estudio fueron analizar la tendencia y la distribución epidemiológica de la mortalidad por suicidio en el Estado de Paraná, de 1996 a 2012, según método, utilizando como variables el sexo, edad, escolaridad, situación conyugal, local de ocurrencia y regional de salud. Los datos de mortalidad fueron obtenidos del Sistema de Información sobre Mortalidad y analizados por categorías similares a la 10ª Clasificación Internacional de Enfermedades: "autointoxicación por pesticida" (X68); "ahorcamiento" (X70); "arma de fuego" (X72-X75) y "otros métodos" (X60-X67, X69, X71, X76-X84). Para el análisis de la mortalidad proporcional y tasas, los datos fueron agrupados en cuatro períodos - 1996 a 2000, 2001 a 2004, 2005 a 2008, 2009 a 2012. Para el estudio de la tendencia, los datos fueron analizados utilizando modelos de regresión polinomial. Para el análisis epidemiológico de la mortalidad por suicidio, según el método, fue utilizada estadística descriptiva e inferencial por la prueba de chi-cuadrado/x2, medida de asociación con Odds Ratio. En el período estudiado, con excepción de la 1ª Regional - Paranaguá (Macro regional Leste) que presentó tendencia creciente en sus tasas de mortalidad por suicidio, las Macro regionales y el 63,6% de las regionales de salud confirieron tasas decrecientes; con patrón semejante para ambos los sexos. Hubo disminución en las tasas de mortalidad por suicidio para el sexo masculino en la 2ª Regional - Metropolitana ubicada en la Macro regional Este (r2 = 0,81; p<0,001) y 12ª Regional - Umuarama (Macro regional Noroeste) (r2 = 0,76; p<0,001) y entre las macro regionales la Oeste alcanzó la tasa más alta (β0 = 19,3). Para el sexo femenino la disminución fue para la 17ª Regional - Londrina (r2 = 0,96; p<0,001) localizada en la Macro regional Norte. Declinación también fue verificada en individuos del sexo masculino de 65 años y más allá, al contrario de la población femenina con edad de 15 a 44 años y de 45 a 64 años. En el período de 1996 a 2000 se identificaron más altos niveles de óbitos, tanto para el sexo masculino, como femenino (superior a15; 5 óbitos por 100 mil habitantes, respectivamente). En relación al segundo objetivo, fue verificado aumento de la mortalidad por ahorcamiento en los períodos de 1996 a 2000 y 2009 a 2012. Asociación entre el sexo masculino y edad superior a 45 años fue verificada en el período de 1996 a 2000; y, para el período de 2009 a 2012, hubo asociación con escolaridad con más de 12 años de estudio, no tener compañero, además de haber una mayor razón para la probabilidad de óbito en el domicilio. Mayor variación porcentual de la tasa del método para el suicidio fue observada en la Macro regional Oeste. Los hallazgos del presente estudio se constituyen importantes herramientas para el monitoreo de la mortalidad por este fenómeno, propiciando contribuciones para la implementación de acciones/estrategias intersectoriales locales. Estos datos pueden contribuir aun para la capacitación de los profesionales de salud, en la identificación de potenciales suicidas, evidenciando en la reducción de la mortalidad por suicidio en el Estado de Paraná. |