Resumo: A associação entre o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e sintomas depressivos tem sido descrita na literatura e está relacionada com pior controle glicêmico, menor adesão ao tratamento, aumento das complicações do diabetes, assim como aumento nas morbidades e mortalidade, com diminuição da qualidade de vida aos pacientes e maiores custos ao sistema de saúde. O objetivo desse estudo foi avaliar a associação entre a presença de sintomas depressivos em pacientes com DM2 e o impacto do uso de antidepressivos sobre as alterações no nível glicêmico, perfil lipídico e índice de massa corpórea, comparados a pacientes sem DM2, por meio de um estudo observacional no HUM/UEM. Foram selecionados 74 pacientes divididos em 4 grupos: 1-sem DM2 e sem uso de antidepressivos; 2-sem DM2 em uso de antidepressivos; 3-M2 sem uso de antidepressivos e 4-DM2 em uso de antidepressivos. Os sintomas depressivos foram avaliados pelo inventário de depressão de Beck e as alterações metabólicas quantificadas por dosagens bioquímicas e medidas antropométricas em 3 coletas com intervalos de 90 dias. Apenas mulheres foram consideradas nas análises. Foi possível observar redução dos sintomas depressivos nos grupos 2 e 4, mas não no grupo 3, confirmando a eficácia dos antidepressivos em mulheres com DM2 ou não. Foi observado, também, relação entre maior IMC em pacientes com DM2. Houve melhor controle glicêmico entre pacientes com DM2 em uso de antidepressivos e adicionalmente, aquelas tratadas com ISRS tiveram redução nos índices de HbA1c. Os demais parâmetros não foram alterados significativamente, considerando todas as classes de antidepressivos. Esses resultados mostraram que o DM2 é um fator relacionado à presença de sintomas depressivos e aumento do IMC em mulheres e o uso de antidepressivos propicia melhor controle
glicêmico nas pacientes com DM2, especialmente antidepressivos da classe dos ISRS
Abstract: The association between type 2 diabetes mellitus (T2DM) and the presence of depression have been reported by different authors and is associated with poor glycemic control, lower adherence to treatment, increase in rates of diabetes complication, morbidity and mortality, which cause an increase in the cost to the health system and reduction of quality of life of the patients. This study evaluated the association between the presence of depressive symptoms in patients with T2DM and antidepressants impact on the changes in blood glucose level, blood lipids and body mass index compared to patients without T2DM through an observational study in HUM/UEM. It was selected 74 patients in 4 groups: 1-without T2DM and without using antidepressants; 2-without T2DM using antidepressants; 3-with T2DM and without using antidepressants and 4-with T2DM and using antidepressants. Depressive symptoms were measured by the Beck Depression Inventory and the metabolic changes were quantified by biochemical tests and anthropometric measurements in three periods with intervals of 90 days. Only women were considered in the analyzes. We observed reduction of depressive symptoms in the groups 2 and 4, but not in group 3, confirming the efficacy of antidepressants in women with T2DM or not. The T2DM was associated to higher BMI. We observed better glycemic control among patients with T2DM in use of antidepressants and those treated with selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs) had a significant reduction in levels of HbA1c. The other parameters were no significantly altered, considering all antidepressant classes. This results show us that the T2DM is a factor associated to the worsening of depressive symptoms in women and the use of antidepressants promotes better glycemic control in patients with T2DM, particularly in use of SSRIs |
