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Título [PT]: Bichos bons de se comer, bichos bons de se ter : apropriações da fauna na América Portuguesa Quinhentista
Autor(es): Natalia Fernanda Ramos Oliveira
Palavras-chave [PT]:
Naturalistas. América Portuguesa. Fauna e flora. Exploração ambiental. Fauna e flora brasileira. Colonização brasileira. Brasil. |
Palavras-chave [EN]:
Naturalists. Brazilian fauna and flora. Environmental exploitation. Brazilian colonization. Brazil. |
Área de concentração: Análise Regional e Ambiental
Titulação: Mestre em Geografia
Banca:
Maria Eugênia Moreira Costa Ferreira [Orientador] - UEM
Patrícia Fernandes Paula Shinobu - UEL
Patrícia Lessa dos Santos - UEM |
Resumo:
Resumo: As atuais condições da fauna e da flora nos países outrora colonizados pelos europeus são resultado, principalmente, da ação antrópica empreendida nos locais, de acordo com sua importância econômica ou ideológica. Como a distribuição de todos os seres vivos acontece no espaço através do tempo, fez-se um resgate histórico dos processos levados a cabo pelos colonizadores, principais responsáveis pela atual conjuntura da fauna e flora brasileiras, sem deixar de lado as sociedades que já residiam no Brasil antes da chegada dos primeiros europeus e que causaram impactos ambientais importantes. O século XVI foi um período de fundamentação para o Brasil e para a sua natureza; o ambiente não é considerado agente histórico no processo de formação de qualquer cultura, apesar de ser ele o mais explorado. Nesta pesquisa, a natureza foi colocada como personagem principal, atuando mesmo quando é dominada. E foi ainda no período das Grandes Navegações que algumas verdades até então incontestáveis passam a ser questionadas, principalmente a respeito do lugar do ser humano na natureza. Surgem novas sensibilidades em relação aos animais, às plantas e à paisagem. A pesquisa expõe os pressupostos, articulados ou não, que fundamentaram as relações estabelecidas dos seres humanos com os animais no Brasil a partir da chegada dos europeus. Guiadas pelo questionamento de como se relacionaram os primeiros colonizadores e viajantes portugueses com os animais no primeiro século de colonização do Brasil e quais foram os animais mais usados para determinadas funções, realizamos a investigação baseadas no contexto histórico dos séculos XVI e, eventualmente, XVII e como essas relações foram determinantes para a atual conjuntura em que se encontra a fauna brasileira. A pesquisa focou, especificamente, nas citações e referências feitas aos animais no Brasil em documentos do século XVI, como Gabriel Soares de Souza, Jean de Léry, André Thévet, Pero de Magalhães Gândavo, George Marcgrav entre outros. O objetivo geral da pesquisa é resgatar as obras escritas sobre o Brasil, pelos viajantes cronistas e exploradores europeus, no século XVI, com o intuito de se caracterizar as bases sobre as quais se assentaram as ideias relativas à natureza no mundo tropical, qual papel os animais desempenhavam no início da colonização e como essa visão quinhentista influiu nas relações do homem com a natureza, especificamente com a fauna brasileira. Pergunta-se: como os animais foram definidos de acordo com sua utilidade e, principalmente, se tornaram alimentos em um período tão conturbado entre sobrevivência e trocas de culturas? Contextualizou-se a conjuntura filosófica do período para compreender as ações empreendidas pelos colonizadores e seus cronistas exploradores. Levou-se em consideração, ainda, os fatores que incentivaram os primeiros colonizadores a realizarem tal empreitada com uma natureza tão diversa e deslumbrante. Os fundamentos do que, a partir do século XVIII e XIX, seria assim denominado como utilitarismo, pode ser encontrado no relacionamento estabelecido a partir dessa tão procurada utilidade da natureza pelos colonizadores. Observa-se dos relatos que, desde o primeiro século de ocupação e povoamento, foram trazidos da Europa o gado bovino, como se depreende das referências aos "currais de vacas". E, embora o colonizador tenha experimentado da carne de muitos animais silvestres, dentre mamíferos e aves e eventualmente répteis e peixes, os animais nativos não foram efetivamente incorporados ao cardápio do colonizador ou ao cardápio europeu, exceto por alguns espécimes marinhos que serão aqui tratados.
Abstract: The present conditions of fauna and flora in the countries once colonized by the Europeans are mainly the result of the anthropic action undertaken in the localities, according to their economic or ideological importance. As the distribution of all living beings takes place in space-time, a historical rescue was made of the processes carried out by the settlers, who are mainly responsible for the current situation of the Brazilian fauna and flora, without neglecting the societies that already resided in Brazil before the arrival of the first Europeans and which caused significant environmental impacts. The sixteenth century was a period of foundation for Brazil and its nature; the environment is not considered a historical agent in the process of forming any culture, although it is the most explored. In this research, nature was placed as the main character, acting even when dominated. And it was still in the period of the Great Navigations that certain truths hitherto unquestionable have come to be questioned, especially regarding the place of the human being in nature. New sensitivities arise in relation to animals, plants and the landscape. The research exposes the presuppositions, articulated or not, that based the established relations of the human beings with the animals in Brazil from the arrival of the Europeans. Guided by the questioning of how the first settlers and Portuguese travelers related to animals in the first century of colonization in Brazil and which were the most used animals for certain functions, we carried out the investigation based on the historical context of the XVI and, possibly, XVII centuries, and how these relations were decisive for the current situation in which the Brazilian fauna is found. The research focused specifically on the citations and references to animals in Brazil in sixteenth century narrative documents such as Gabriel de Souza, Jean de Léry, André Thévet, Pero de Magalhães Gândavo, George Marcgrave among others. The general objective of the research is to recover the written works about Brazil, by European chroniclers and explorers, in the 16th century, in order to characterize the foundations on which the ideas about nature in the tropical world were based, what role the animals played at the beginning of colonization and how this sixteenth-century vision influenced man's relationship with nature, specifically with brazilian fauna. Was it questioned how animals were defined according to their utility and, in particular, became food in such a troubled period between survival and exchange cultures? The philosophical conjuncture of the period was contextualized to understand the actions undertaken by the colonizers and their exploratory chroniclers. It took into account also the factors that encouraged the first settlers to carry out such an undertaking with such a diverse nature. The foundations of what, from the eighteenth and nineteenth centuries, might be called utilitarianism, can be found in the relationship established from this much sought after utility of nature by the colonizers. From the first century of occupation and settlement, bovine cattle were brought from Europe, as can be seen from the references to "cow pens". And although the colonizer has experienced from the flesh of many wild animals, among mammals and birds and eventually reptiles and fish, native animals were not effectively incorporated into the colonizer's menu or the European menu except for some marine specimens that will be treated here. |
Data da defesa: 21/07/2016
Código: vtls000225933
Informações adicionais:
Idioma: Português
Data de Publicação: 2016
Local de Publicação: Maringá, PR
Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Eugênia Moreira Costa Ferreira
Instituição: Universidade Estadual de Maringá . Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes . Programa de Pós-Graduação em Geografia
Nível: Dissertação (mestrado em Geografia)
UEM: Departamento de Geografia |
Responsavel: edson
Categoria: Aplicação
Formato: Documento PDF
Arquivo: #Dissertação ÚLTIMA VERSÃO Natalia F. Oliveira.pdf
Tamanho: 2816 Kb (2883891 bytes)
Criado: 05-06-2017 16:50
Atualizado: 05-06-2017 16:56
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