Resumo: Nossa pesquisa tem por objetivo estudar, por meio da análise histórico-semiótica de fotografias, a materialização das memórias dos atores sociais santafeenses no período compreendido entre 1948 e 1961. A pressuposição de que as memórias e identidades são elementos constitutivos da cultura da cidade nos incitou à análise de variados tipos de documentos. Extrair indicativos consistentes para operar nossos questionamentos nos levou a propor modalidades de leitura para a fonte fotográfica, transformada em documento. Dessa maneira, o resultado dessa investigação torna-se não só empírico, mas também conceitual e oferece ferramentas que poderão ser utilizadas por outros historiadores. Analisamos as escolhas efetuadas por agentes históricos que em dado período construíram um espaço de sociabilidades Assim, realizamos incursões pelas representações construídas em Santa Fé, tornando-se necessário também atentar para as estratégias colocadas em prática pela imobiliária responsável pelo loteamento da cidade para atrair pessoas. Frente a um universo repleto de contradições, tornou-se de relevante interesse em nossa pesquisa a retomada das vivências e experiências desses agentes sociais. Para tanto analisamos as relações entre história e memória, atentando para a fotografia enquanto "arte da memória", pois só assim conseguimos entender a importância daquela na construção das memórias dos atores santafeenses e também o processo de monumentalização desse bem imaterial. Aventurar-se por uma época na qual tais representações auxiliaram na construção de uma cidade, levando agentes sociais a colocarem em prática formas de sociabilidade e identidades guardadas em memórias materializadas por meio de fotografias implicou no questionamento das narrativas sobre a formação da região, como um espaço aberto a múltiplas possibilidades. |