Resumo: A internet é hoje uma realidade tangível a uma grande parcela da população brasileira. Esses espaços funcionam como mecanismos capazes de engendrar novos campos para as trocas das relações sociais. Esse trabalho tem como proposta analisar o racismo na cidade de Maringá, Estado do Paraná, interpretando os discursos postados em três blogs de moradores da própria cidade. Visto que esse meio de informação é vinculado a cibercultura, entendemos sua produção como uma ação social. Apoiado numa metodologia das ciências sociais, mas especificamente no interpretativismo, desconstruímos as falas dos internautas inscritas nesse campo, relacionando sua concepção acerca das relações raciais na cidade pesquisada com a concepção sobre o racismo produzida no Brasil e partilhada por seus habitantes. As postagens interpretadas nos mostram a reprodução de uma retórica, cujo conteúdo é composto por elementos que remetem a um tipo de discurso conservador e racista, estruturado por falas que corroboram para a manutenção do status quo vigente, onde qualquer forma de política afirmativa é interpretada como uma ação paternalista. O uso do termo raça é constantemente lembrado para distinguir os agentes sociais, assim como o mito da democracia racial é utilizado como um meio de negar que há a existência manifestações racistas em nossa sociedade como um todo.
Abstract: Internet is today a tangible reality to a great part of the Brazilian population. Those places work like mechanisms capable of engendering new areas of social exchange. This paper proposes to analyze racism in Maringá, Paraná State, by interpreting the speeches posted in three blogs from people who live in this same city. Inasmuch as this way to share information is related to cyberculture, we understand that its production as a social action. Upon a Social Sciences based-methodology, however particularly on Interpretivism, we deconstructed the net surfers' discussions registered in this field, connecting its conception regarding to racial relations in the researched city to the conception on racial discrimination produced in Brazil and shared by its citizens. The interpreted posts have shown us the rhetorical reproduction, which content is racist, structured by discussions that uphold the maintenance of the present status quo, where any affirmative political approach is interpreted as a paternalist action. The use of the term race is always considered in order to distinguish the social agents, as well as the racial myth is used as a way to deny that there are racial manifestations in our society as a whole. |