Resumo: A geomorfologia da planície de inundação do alto rio Paraná depende diretamente do regime natural hidrológico. Esta relação é evidenciada por uma complexidade paisagística contínua, que resulta em novos ambientes, que alteram a composição e diversidade. Os organismos que respondem efetivamente à estas modificações e que apresentam grande afinidade com o habitat são os bioindicadores, como as diatomáceas. Estas por incorporarem e continuarem preservadas no sedimento com facilidade também são utilizadas como um importante grupo bioindicador de estudos paleolimnológicos. Utilizou-se as diatomáceas fósseis e atuais e relacionou sua sucessão e autoecologia com processos geomorfológicos ocorridos em uma ilha fluvial da Planície de inundação do alto rio Paraná. Sob a hipótese que comunidade de diatomáceas fósseis responderá as mudanças ambientais locais, constatando através das alterações da sua composição, riqueza, abundância e guildas ao longo do gradiente vertical do sedimento. Para isso foi coletado um testemunho em uma ilha localizada na zona central do canal principal do rio Paraná. Com contínuas camadas do testemunho foi possível confeccionar lâminas permanentes para a análise quantitativa e qualitativa das diatomáceas. Os resultados foram divididos em dois segmentos sendo o primeiro intitulado ‘Mudanças geomorfológicas temporais baseado na sucessão de diatomáceas fósseis’, no qual foi reportado que a composição, riqueza, abundância e guildas de diatomáceas modificaram de forma sucessional em relação os períodos geomorfológicos. O segundo segmento intitulado como ‘Comunidade de diatomáceas perifíticas e de sedimento: uma abordagem paleoecologica e taxonômica’ onde possibilitou a contribuição com informações da autoecologia e taxonômica das espécies ao longo das alterações ambientais. Todos os resultados apresentados demonstram que a flora de diatomáceas apresentam um grande potencial de biomonitoramento de mudanças ambientais e geomorfológicas. Outro aspecto é que o padrão florístico, distribuição e informação ecológica das espécies podem ser usados para inferir informações de base no passado para previsões de composições de espécies futuras.
Abstract: The geomorphology of the high Paraná River floodplain depends directly on the natural hydrological regime. This relationship is evidenced by a continuous landscape complexity, which results in new environments, which alter composition and diversity. The organisms that respond effectively to these modifications and that have great affinity with the habitat are the bioindicators, as the diatoms. These to be incorporated and to be preserved in the sediment easily are also used as an important indicator group of paleolimnological studies. Therefore, the aim of this work was to use the fossil and current diatoms and to relate their succession and autoecology to geomorphological processes occurring in a fluvial island of the Upper Paraná River floodplain. Hypothesizing that community of fossil diatoms will respond to local environmental changes, through changes in composition, richness, abundance and guilds along the vertical gradient of the sediment. For this, a record was collected on an island located in the central zone of the main channel of the Paraná River. With continuous layers of the record was possible to make permanent slides for the quantitative and qualitative analysis of the diatoms. The results of this study were divided into two segments, the first entitled ‘Temporal geomorphological changes based on the succession of fossil diatoms’, in which it was reported that the composition, richness, abundance and guilds of diatoms changed successively in relation to the geomorphological periods. In the second segment titled ‘Community of periphytic diatoms and sediment: a paleoecological and taxonomic approach’ it was possible to contribute with the autoecology and taxonomic information of the species along the environmental changes. In view of this, all the results presented demonstrate that the diatom flora presents a great biomonitoring potential of environmental and geomorphological changes. And that the floristic and distribution pattern and ecological information of the species can be used to infer background information in the past for predictions of compositions of future species. |