Resumo: Este trabalho tem por objetivo a análise e problematização da construção da "doutrina" marxista do Estado por Lênin em seu livro O Estado e a Revolução de 1917, com atenção particular aos modos pelos quais o autor instrumentaliza, na formulação de seus argumentos, as obras de Marx e Engels. O primeiro capítulo apresenta uma análise sobre o percurso da social-democracia no interior de suas polêmicas, que se dividiu em duas propostas inconciliáveis entre reforma e revolução, mostrando o significado da obra de Lênin em relação as estas polêmicas e tentando analisar a origem do livro. No segundo e terceiro capítulo trabalhamos a questão do Estado no livro, em que o problema central estaria na forma que Lênin apresenta a fórmula de Marx, encontrada no prefácio de 1872 do Manifesto Comunista: não basta que a classe trabalhadora se apodere do Estado para servir aos seus próprios fins. Nossa hipótese é de que Lênin se apoia nas concepções de Marx e Engels de 1848 para realizar sua leitura sobre a Comuna de Paris, com enviesamentos de seus objetivos políticos em 1917.
Abstract: This work has as it's objetive, the analysis e problematização of the construction of the marxist doctrine of State by Lenin in his book 1917's The State and Revolution, with particular attention on the ways by which the author intrumentalizes, in the formulations of his arguments, the works of Marx and Engels.The first chapter features an analysis on the Social-Democracy's course in the interior of it's controversy, which devided itself in two inconpatible proposals between reform and revolution,showing us the meaning behind Lenin's work in relation to these controversies and trying to analyse the origin of the book. The second and third chapters debates the question of the State in the book, in which the main problem would be on the form that Lenin presents Marx's formula, found in 1872's Communist Manifesto's preface: the insufficiency of the working class taking hold of the State to serve it's own needs. Our hypotesis is that Lenin supports himself on Marx and Engel's 1848's conceptions to accomplish his reading on the Paris Commune, biased by his political objetives in 1917. |