Resumo: Hoje, o envelhecimento da população mundial é fato incontestável. No entanto, em alguns países não tem havido tempo hábil para a sociedade se preparar para conviver com essa realidade, como é o caso do Brasil. O atendimento às necessidades da pessoa idosa demanda, então, reorganização e reestruturação dos serviços de saúde, o que inclui capacitação de recursos humanos. Particularmente nas instituições de abrigo, a qualidade do cuidado se mostra comprometida, uma vez que na maioria das vezes é realizado por profissionais leigos, atendentes ou auxiliares de enfermagem sem formação para o cuidado gerontológico. A fim de contribuir para a melhoria do atendimento, na área, este estudo, de caráter exploratório, tem o objetivo de analisar concepções de dependência e cuidado, na velhice, entre cuidadores formais de idosos, em uma instituição asilar do município de Maringá, (PR). A população em estudo é constituída de dez profissionais (um enfermeiro, quatro técnicos, três auxiliares e dois atendentes de enfermagem). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semi estruturadas, que foram gravadas e transcritas, com posterior elaboração de um protocolo de respostas, de onde se originaram as categorias temáticas. O marcador psicológico é o mais valorizado para se delimitar a velhice, que fica então condicionada a modo de pensar, comportamentos e atitudes frente à vida, e a estado de espírito da pessoa. As condições de saúde, assim como a dependência, também são citadas como fatores que podem acelerar ou retardar o início dessa fase. Os preconceitos e a visão estereotipada, a respeito, ficam evidenciados, diante da freqüente citação de aspectos negativos, em detrimento dos aspectos positivos. A dependência é considerada como um acontecimento natural e esperado, associado ou não às doenças, e que pode levar a limitações. Maior importância é atribuída à dependência psicológica/afetiva, e a maioria dos cuidadores reconhece que na prática do cuidado diário é criada uma dependência comportamental nos idosos. A concepção de cuidar/cuidado envolve, para os entrevistados, o atendimento às necessidades básicas do ser humano, levando-se em conta os aspectos biopsicossociais e espirituais, e exige que manifestações de amor, respeito, carinho, compreensão, paciência, entre outras, sejam intensificadas. No entanto, pelos relatos apresentados, a prática do cuidado parece estar fortemente centrada no cumprimento das tarefas impostas pela rotina institucional, privilegiando-se o atendimento das necessidades biológicas. A falta de recursos humanos constitui a maior dificuldade para a realização do cuidado e contribui, sobremaneira, para criar ou manter a mencionada dependência comportamental. Fica evidente que a falta de conhecimento específico, assim como os preconceitos e a visão estereotipada da velhice, mais as deficientes condições de trabalho, entre outros fatores, podem levar ao aumento da dependência e à restrição da autonomia, bem como podem interferir na qualidade do atendimento. Dessa forma, o conhecimento das diferentes realidades de cuidados assume papel fundamental no planejamento e na implementação de programas de capacitação de recursos humanos, e na transformação da qualidade das relações hoje estabelecidas, com vistas ao envelhecimento saudável da população.
Abstract: Nowadays, the aging process of the world population is an incontestable fact. However, insome countries, there has not been enough time for society to prepare itself to live with such a reality, as it happens in Brazil. Thus, the institutions in charge of providing health service to fulfill the old people's needs demand reorganization and rearrangements, which, in fact, includes the development of human resources. Particularly, in homes for old people, or in nursing homes, the quality of care seems to be committed, once most of the time the work is carried out by lay professionals or nurse-assistants, without appropriate knowledge of gerontologic care. This study, of exploratory character, aims at analyzing the conceptions that caregivers, in a nursing home in Maringá-PR, have in mind concerning dependence and care in old age. In addition, it aims at contributing to improve this sort of service. The population studied is constituted of ten professionals (a nurse, four technicians, three nurse-assistants, and two nurse-attendants). Data collection was made through semi-structured interviews, which were recorded, transcribed, and later helped in the elaboration of an answering protocol that originated thematic categories. The psychological marker is a valuable device to delimit the old age period, that is then, conditioned to the way of thinking, behaviors and attitudes to face life, as well as, the person's mood. Both, health conditions and dependence are mentioned as factors that can accelerate or delay the beginning of that period of life. The prejudice and the stereotyped vision, in this matter, are highlighted, once it is frequent to face negative aspects in statements, thus, neglecting the positive ones. The dependence is considered a natural and expected thing or event, being associated or not to diseases, and it can lead the individual to limitations. Greater importance is attributing to the psychological affective dependence, and most of caregivers have recognized that old people in daily care develop a behavioral dependence. For the individuals interviewed, the conception of care involves providing the main basic necessities of human beings, also considering the biopsychosocial and spiritual aspects, and thus, demanding an intensification in manifestations such as love, respect, emotional care, comprehension, patience and so on. On the other hand, according to the reports presented, the practice of care seemed to be strongly centered in the fulfillment of tasks imposed by the institutional routines, with emphasis on services concerning biological necessities. The lack of human resources constitutes the main difficulty to accomplish such a care, thus, it contributes, extremely, to create or maintain the mentioned behavioral dependence. Therefore, it becomes evident that the lack of specific knowledge, as well as, the prejudice and the stereotyped vision of the old age process, in addition to deficient working conditions, among some other factors, can cause the increase of the dependence level and, consequently, can restrict autonomy, interfering in the quality of service provided to old people. Thus, the knowledge of different 'realities', concerning care, plays an important role in the planning and implementation of human resource programs involving transformation of the present quality, in order to provide a better health system to people undergoing the aging process.
Resumen: Hoy en día, el envejecimiento de la población es un hecho innegable e indiscutible. Sin embargo, en algunos países ya no hay tiempo de que la sociedad se prepare para convivir com esa realidad. Es el caso de Brasil. La atención a las necesidades del adulto mayor requiere, por lo tanto, reorganización y reestructuración de los servicios de salud; debiendo entenderse, entonces, que en dicha reestructuració se incluye la capacitación de los recursos humanos. De forma particular, en las instituciones que dan albergue a los ancianos, la calidad del cuidado se ve comprometida, ya que la mayor parte del tiempo, se realiza por profesionales laicos, atendientes o auxiliares de enfermería, sin formación específica para el cuidadogerontológico. Con el fin de contribuir para la mejoría de este tipo de atención, , el presente estudio, de carácter exploratorio, tiene como objetivo analizar concepciones de dependencia y cuidado em la vejez que hay entre los cuidadores formales de ancianos, enuna institución que alberga a ese público, en el minucipio de Maringá, Paraná. La población en estudio está constituida por diez profesionales,de los cuales uno es enfermero, cuatro son técnicos, tres son auxiliares y dos son atendientes de enfermería. La colecta de datos se ha realizado por medio de entrevistas semi estructuradas, grabadas y escritas, con posterior elaboración de una ficha de respuestas, que dieron origen a las categorías temáticas. El perfil sicológico es lo más valorado para delimitar la vejez, que queda, entonces, condicionada al modo de pensar, a los comportamientos y actitudes frente a la vida y, al estado de espíritu de la persona. Las condiciones de salud, así como el nivel de dependencia, también son citadas como factores que pueden acelerar o retardar el comienzo de esa fase. Los prejuicios y la visión estereotipada sobre el tema, quedan en evidencia al ver frcuentes menciones de aspectos negativos y poquísimas menciones de aspectos positivos. La dependencia se considera como un hecho natural y esperado, sociado o no a las enfermedades, lo que puede llevar a limitaciones. Una mayor importancia se le atribuye a la dependencia sicilógica/afectiva, y la mayoría de los cuidadores reconoce que en la práctica del cuidado diario, se crea uma dependencia comportamental por parte de los ancianos. La concepción del cuidado, involucra para los entrevistados, la atención a las necesidades básicas del ser humano teniendo em cuenta los aspectos bio-sico-sociales y espirituales, y al mismo tiempo, exige que manifestaciones de amor, respeto, cariño, comprensión y paciencia, entre otras, se intensifiquen. Sin embargo, por los relatos presentados, la práctica del cuidadeo parece estar fuertemente centrada en el cumplimiento de las tareas impuestas por la rutina institucional, dando prioridad a la atención de las necesidades biológicas. La falta de recursos humanos constituye la mayor dificultad para la realización del cuidado y contribuye, sobremanera, para criar o mantener la mencionada dependencia comportamental. Queda en evidencia que la falta del conocimiento específico, así como los prejuicios y la visión estereotipada de la vejez, más las deficientes condiciones de trabajo, entre otros factores, pueden llevar al aumento de la dependencia y a la restricción de la autonomía, así como pueden interferir en la calidad de la atención. De esa forma, el conocimiento de las diferentes realidades de cuidados asume papel fundamental en el planeamiento y en la implementación de programas de capacitación de recursos humanos, así como en la transformación de la calidad de las relaciones hoy establecidas, con vistas al envejecimiento saludable de la población. |