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Título [PT]: A medicalização dos problemas de comportamento e da aprendizagem : uma prática social de controle
Título [EN]: The Medicalization of Behavior and Learning Problems: a social practice control.
Autor(es): Mariana Akemi Suzuki
Palavras-chave [PT]:
Psicologia escolar. Educação. Psicologia histórico-cultural. Medicalização. Queixas escolares. Brasil. |
Palavras-chave [EN]:
Medicalization. Historical Cultural Psychology. Education. School Psychology. Brazil. |
Área de concentração: Constituição do Sujeito e Historicidade
Titulação: Mestre em Psicologia
Banca:
Nilza Sanches Tessaro Leonardo [Orientador] - UEM
Zaira Fátima de Rezende Gonzalez Leal - UEM
Silvio Yasui - UNESP |
Resumo:
Resumo: Este estudo trata de questões referentes ao processo de medicalização que vem se instalando na sociedade atual, mais especificamente, sobre a medicalização das queixas escolares (problemas de comportamento e aprendizagem dos alunos na escola). Assim, teve como objetivo geral compreender os efeitos da medicalização dos alunos no cotidiano da escola. Mais especificamente, objetivou-se investigar os efeitos do processo de medicalização de alunos que apresentam comportamentos considerados inadequados pela equipe escolar. Trata- se de uma pesquisa bibliográfica e empírica. Na pesquisa bibliográfica procurou-se articular a história da medicalização com a maneira como ela vem sendo compreendida e suas implicações para os dias atuais, focando a escola como um dos espaços onde esse fato ocorre. A pesquisa empírica envolveu dez professores que ministram aulas para alunos que estão fazendo uso de medicação por apresentarem comportamentos considerados inadequados na escola. Esta pesquisa orientou-se por uma perspectiva histórica, que compreende as queixas escolares como uma síntese de múltiplas determinações sociais. O referencial teórico para a análise das informações coletadas pautou-se, sobretudo, em autores que tratam da presente temática, distanciando-se de uma visão biologicista e organicista dos problemas nos processos de escolarização, e também em autores que pertencem à psicologia histórico-cultural, pois nessa teoria explica-se o desenvolvimento do psiquismo humano como determinado pelas condições históricas e pela cultura em que o indivíduo está inserido, ao mesmo tempo em que esse psiquismo determina tais condições. Os resultados mostraram que prevalece uma compreensão naturalizada do desenvolvimento do psiquismo humano na escola. Acredita-se que o aluno medicado consegue se concentrar mais, fazer as atividades em sala de aula, passando a produzir satisfatoriamente. No entanto, questionam-se as conseqüências do processo de medicalização para a infância. Além disso, é possível refletir em que medida o uso de medicamentos para problemas que são sociais justifica uma melhora a curto prazo na concentração e o controle no comportamentos desses alunos. Captou-se um sentimento de impotência por parte dos educadores que, ao não conseguirem ser partes ativas no processo de ensino, não se consideram capazes de influenciar nessa formação. Desta maneira, buscam alternativas que são apresentadas no ambiente escolar como solução para os problemas de comportamento. O encaminhamento ao médico seria uma dessas alternativas, que foi identificada como um processo de terceirização do ensino aos moldes capitalistas. O paradigma que está se construindo é o de que o uso cada vez mais frequente de psicotrópicos é um recurso contra os problemas advindos da sociedade moderna. Observamos que isto trata- se de uma contradição, pois, ao mesmo tempo em que o professor não se encontra inserido no processo de ensino, ele reafirma essa exclusão entendendo que é a medicação que irá interceder no problema do aluno. O não reconhecimento do trabalho do professor como mediador entre o aluno e o conhecimento, apresenta-se de forma objetivada no processo da medicalização na sociedade atual.
Abstract: This study is addressed to the issues related to the medicalization process that has being installed in the current society, more specifically, about the medicalization of school complaints (behavior and learning problems of students in school). It is airned to understand the effects of the medicalization of students in the school routine. More specifically, the objective was to investigate the effects of the process of medicalization of students who exhibit behavior deerned inappropriate by the school team. This is a bibliographic and empirical research. In the bibliographic research we tried to articulate the history of medicalization in the way it has been understood and its implications for the present days, focusing on the school as one of the places where this does occur. The empirical research involved ten teachers that teach classes for students who are rnaking use of medication for showing inappropriate behavior in the school. This research was guided by a historical perspective that comprehends the school cornplaints as a synthesis of multiple social determinations. The theoretical framework for analyzing the information collected was based rnainly on authors who treat the presented subject away from a view of the organicist and biologicist problems in the schooling process, and also by authors who belong to the culturalhistorical psychology because in this theory, the developrnent of the hurnan psyche is explained as deterrnined by historical conditions and by the culture in which the individual belongs, at the sarne time that this psyche detennines such conditions. The results showed that there prevails a naturalized comprehension of the development of the human psyche in school. It is believed that the medicated student can focus more, do the activities in the classroorn, starting to produce satisfactorily. However, one may question the consequences of the rnedicalization to the childhood. Moreover, it is possible to reflect the extent to which the use of drugs for social problems is a justified short-term irnprovernent in concentration and the behavior control of these students. It was picked up a feeling of impotence on the part of the educators that, because of not being able to be active parts in the teaching process, do not consider thernselves capable of influencing in this formation. Thus, they look for alternatives that are presented in the school environment as a solution to behavior problems. The referral to the doctor would be one of such altematives, which was identified as a process of outsourcing the education along capitalist lines. The paradigm that is being built is that the use of psychotropics being increasingly more frequent is an appeal against the problems coming by the modern society. lt is observed that this is a contradiction, since, while the teacher is not inserted in the teaching process, he reaffirms this exclusion understanding that is a medication which will intercede m the student problem. Therefore, the failure to acknowledge the work of the teacher as a mediator between the student and knowledge, appears in an objectified form in the process of medicalization in the modern society. |
Data da defesa: 29/03/2012
Código: vtls000208190
Informações adicionais:
Idioma: Português
Data de Publicação: 2012
Local de Publicação: Maringá, PR
Orientador: Prof.ª Dr.ª Nilza Sanches Tessaro Leonardo
Instituição: Universidade Estadual de Maringá. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Nível: Dissertação (mestrado em Psicologia)/
UEM: Programa de Pós-Graduação em Psicologia |
Responsavel: beth
Categoria: Aplicação
Formato: Documento PDF
Arquivo: PPI-UEM_2012_Mariana Suzuki.pdf
Tamanho: 1525 Kb (1561247 bytes)
Criado: 10-10-2013 16:04
Atualizado: 10-10-2013 16:19
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