Resumo: Estudo de abordagem quantitativa, correlacional, transversal, do tipo descritivo, com objetivo de investigar a satisfação e o estresse ocupacional da equipe de enfermagem de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Participaram 55 profissionais de enfermagem de dois Samu do interior paranaense, que responderam à Escala de Satisfação de Trabalho (EST) e Inventário de Estresse em Enfermeiros (IEE), no período de maio de 2013. Os dados foram compilados em bancos de dados do programa Microsoft Office Excel® 2007 e, posteriormente, as planilhas foram importadas para o programa Statistical Analysis System SAS 9.0 para análise estatística descritiva e inferencial (testes não paramétricos). Dentre os resultados, constatou-se que as publicações dos últimos dez anos, que versam sobre o estresse ocupacional em equipes de enfermagem atuantes em Atendimento Pré-Hospitalar móvel, apontam que os profissionais consideram o estresse ocupacional, vivenciado no seu cotidiano de trabalho, como peculiar ao ambiente em que estão inseridos e sugerem algumas medidas de minimização, tais como: mais investimentos na melhoria do conhecimento/capacitação da equipe sobre o tema e mais valorização, por parte das instituições para com a saúde do trabalhador. Com relação aos profissionais de enfermagem atuantes em Samu, evidenciou-se que 87,27% estavam satisfeitos, principalmente em relação à natureza do trabalho. aos colegas e à chefia, mesmo apesar de apontarem insatisfação no trabalho para com os domínios relacionados às promoções e ao salário. No tocante aos fatores desencadeadores de estresse, os profissionais destacaram os fatores intrínsecos ao trabalho e papéis estressores na carreira. Os profissionais de enfermagem do Samu I estavam mais satisfeitos com o salário (p<0,0001) e com a satisfação no trabalho total (p=0,003), em relação ao Samu II. Apesar da constatação de estresse ocupacional em 83,63% dos profissionais, esse é o ambiente no qual as equipes de enfermagem se encontram satisfeitas. Concluiu-se que houve correlação negativa e significativa (p=0,02) entre a satisfação no trabalho e estresse ocupacional entre os serviços, ou seja, os profissionais que referiam estar insatisfeitos com o trabalho, também se apresentavam estressados. Deste modo, sugere-se a realização de pesquisas com escopo de elucidar os determinantes do estresse ocupacional nesse serviço; que as instituições sejam do campo de ensino e/ou da prática, promovam espaços para discussões entre gestores e profissionais, acerca dos fatores condicionantes da satisfação e do estresse ocupacional, com vistas à obtenção de medidas que melhorem as condições físicas e organizacionais à promoção da saúde do trabalhador; do melhor desempenho profissional e, da qualidade do atendimento.
Abstract: Current quantitative, correlational, cross-sectional and descriptive research investigates the satisfaction and occupational stress of the nursing staff of the Mobile Emergency Service (SAMU). Fifty-five nurses from two SAMU units in the state of Paraná, Brazil, participated in the Work Satisfaction Scale (EST) and in Stress Inventory for Nurses (IEE) during May 2013. Data were compiled in databases using Microsoft Office Excel ® 2007 and spreadsheets were later imported to the Statistical Analysis System SAS 9.0 for descriptive and inferential statistics (nonparametric tests). Results showed that publications on occupational stress in nursing staff working in Pre-Hospital Care Mobile units in the last ten years indicated that professionals considered occupational stress experienced in their daily work as specific to the environment in which they lived. They even suggested some measures to minimize it, such as more investment in updating knowledge/staff training on the subject and more institutional appreciation with regard to workers´ health. In the case of SAMU nursing professionals, 87.27% were satisfied, especially with regard to the nature of the work, to colleagues and to managers, even though there were restrictions to promotions and salary. Regarding causes of stress, the professionals highlighted factors intrinsic to the work and career roles. SAMU I nursing professionals were more satisfied with salary (p<0.0001) and overall job satisfaction (p=0.003) when compared to those of SAMU II. In spite of occupational stress reaching 83.63% of professionals, the nursing staff was satisfied with the environment. It may be concluded that there was a significant and negative correlation (p=0.02) between job satisfaction and occupational stress among the services. In other words, professionals who reported dissatisfaction with the job, were also reported stressed. Based on the results, it was necessary that more research work on stress causes was undertaken within the teaching and practice fields and that more discussions between managers and professionals took place on determining factors of satisfaction and occupational stress to improve the physical and organizational conditions in workers´ health, professional performance and service quality. |