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Título [PT]: Psicologia como retórica : uma análise das apropriações dos conceitos vigotskianos pelo construcionismo social
Título [EN]: Psychology as rhetoric: an analysis of the appropriations of Vygotsky‘ concepts by social constructionism
Autor(es): Eduardo Moura da Costa
Palavras-chave [PT]:
Psicologia histórico-cultural. Construcionismo social. Psicologia Vigostkiana. Vigotski. Brasil. |
Palavras-chave [EN]:
Social constructionism. Historical and cultural psychology. Vygotsky. Brazil. |
Área de concentração: Constituição do Sujeito e Historicidade
Titulação: Mestre em Psicologia
Banca:
Silvana Calvo Tuleski [Orientador] - UEM
Marilda Gonsalves Dias Facci - UEM
Fernando Lacerda Júnior - UFG |
Resumo:
Resumo: No presente trabalho, de natureza teórico-metodológica e conceitual, o objetivo é analisar as concepções do psicólogo soviético Lev Semenovich Vigotski que foram apropriadas pelo construcionismo social, um movimento cultural que, nas últimas décadas, penetrou em várias áreas do conhecimento, incluindo a Psicologia. O pressuposto construcionista é de que o conhecimento, tanto o dos fenômenos humanos quanto o dos naturais, é uma construção social, criada e mantida pelas necessidades de cada comunidade. A verdade não teria suportes seguros na realidade, mas seu acesso seria possível apenas nos grupos que a criam. O próprio homem seria uma construção social, isto é, que se desenvolveria na relação com o outro, mediada pela linguagem. A hipótese do trabalho é que, ao se apropriar de conceitos de Vigotski, os autores os deslocam de seu sistema conceitual, cuja raiz está no método materialista histórico-dialético. Esta pesquisa vai na direção oposta à do relativismo pós-moderno, que pouco se importa com a coerência filosófica e metodológica das teorias, muito menos com a práxis, isto é, a coordenação entre interpretação e transformação da realidade. Para alcançar os objetivos propostos, o trabalho foi dividido em três seções. A primeira é dedicada ao construcionismo social. Analisa-se o contexto histórico no qual ele surgiu, suas principais premissas, os antecedentes teóricos e algumas das principais críticas a esse movimento na Psicologia. Na segunda seção, apresenta-se a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski, retomando-se suas premissas basilares para verificar se o construcionismo lhes é fiel. Por fim, na última seção, faz-se um contraponto entre as duas visões analisadas. Apresenta-se a versão responsivo-retórica do construcionismo e abordam-se tanto a forma como Vigotski é apropriado quanto os limites dessa interpretação. Ao final, analisam-se as incoerências apresentadas na apropriação dos conceitos vigotskianos, identificando-as como o problema de fundo dessa visão de mundo. A chave de tal problema seria a concepção idealizada de linguagem, na qual esta seria independente da reprodução material da sociedade. Além disso, grande parte dos construcionistas, de forma deliberada ou não, confundem a forma de obtenção do conhecimento com o objeto a ser conhecido. Para o materialismo dialético, base metodológica da psicologia vigostkiana, o conhecimento científico é mediado pela linguagem, pelas práticas sociais e pelos fenômenos naturais e sociais, não se tratando portanto de uma construção puramente linguística. Ou seja, a produção do conhecimento acompanha a forma de reprodução material da sociedade, isto é, a forma do trabalho, desenvolvido ao longo de complexos processos históricos e sociais. Conclui-se que a concepção construcionista está em desacordo com as proposições de Vigotski: seu referencial teórico não pode ser incorporado ao referido movimento a não ser que seja descolado de seu sistema conceitual e de sua base filosófico-metodológica.
Abstract: In the present study, with theoretical-methodological and conceptual nature, the objective is to analyze the conceptions of the Soviet psychologist Lev Semenovich Vygotsky that were appropriated by the social constructionism, a cultural movement that, in recent decades, has penetrated into various fields of knowledge, including Psychology. The constructionist presupposition is that the knowledge, both the human and the natural phenomena, is a social construction, created and maintained by the needs of each community. The truth would not have secure supports in reality, but their access would be possible only in groups that create them. The man himself would be a social construction, that would develop in relation to the other, mediated by language. The hypothesis of this work is that by appropriating concepts of Vygotsky, the authors displace them from their conceptual system, whose root are in the historical and dialectical materialist method. This research goes in the opposite direction of postmodern relativism, which cares little about the philosophical and methodological consistency of theories, even less with the praxis, that is, coordination between interpretation and transformation of reality. To achieve the proposed objectives, This study was separated into three sections. The first is dedicated to the social constructionism. Analyzes the historical context in which it originated, their main assumptions, the theoretical background and some of the main criticisms to this movement in psychology. The second section it presents the Historical and Cultural Psychology of Vygotsky, returning to its basic premises to check if the constructionism it is faithful to them. Finally, the last section, it is a counterpoint between the two visions analyzed. Presents the rhetorical-responsive version of constructionism and address both - the way in which Vygotsky is appropriate as the limits of that interpretation. Finally, we analyzes the inconsistencies presented in the appropriation of Vygotsky's concepts, identifying them as the basic problem of this world view. The key to this problem would be the idealized conception of language in which this would be independent of the material reproduction of society. In addition, much of the constructionists, in a deliberately way or not ,confound the form of acquisition of knowledge with the object to be known. For dialectical materialism, methodological basis of Vygotskyan psychology, scientific knowledge is mediated by the language, the social practices and the natural and social phenomena; it is not therefore a purely linguistic construction. This way, the production of knowledge follows the form of material reproduction of society, the shape of the work, developed over complex historical and social processes. It concludes that the constructionist conception is in disagreement with the proposals of Vygotsky: his theoretical framework can not be incorporated into this movement unless it is taken off from its conceptual system and its philosophical and methodological basis. |
Data da defesa: 27/03/2015
Código: vtls000220939
Informações adicionais:
Idioma: Português
Data de Publicação: 2015
Local de Publicação: Maringá, PR
Orientador: Prof.ª Dr.ª Silvana Calvo Tuleski
Instituição: Universidade Estadual de Maringá. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Nível: Dissertação (mestrado em Psicologia)/
UEM: Programa de Pós-Graduação em Psicologia |
Responsavel: beth
Categoria: Aplicação
Formato: Documento PDF
Arquivo: PPI_UEM_2015_Eduardo Moura.pdf
Tamanho: 1506 Kb (1541904 bytes)
Criado: 22-04-2016 16:27
Atualizado: 22-04-2016 16:32
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